"I wrote and pencilled Road Trip in about four days. It just fell right out of me. Most importantly, I liked it. I liked the story, I liked the process. It was joyful. Odd, I know, considering the subject, but it was. Joe and Bob liked it, too. Then it was nominated for an Eisner."

Isso é Judd Winick falando sobre Road Trip, a primeira história em quadrinhos que publicou. Veja só: quatro dias e o cara produziu uma história que sabe transmitir emoção como qualquer bom filme, tem ótimos diálogos e storytelling ajustadíssima ao tema. Não é uma maravilha do desenho, nem a melhor HQ de todos os tempos, mas é concisa e inteligente. Por que a grande parte dos cartunistas brasileiros não consegue fazer a mesma coisa?

Agora tenho um objetivo na vida: encher minha conta bancária até o ponto em que minha única preocupação seja fazer projetos que contribuam para o desenvolvimento humano, mesmo que a humanidade não perceba. Projetos como este.

Sério.

Adiciona-se à lista abaixo: A Companhia, Sobrevivente e Deus Segundo Laerte 3.

Além de Malu de Bicicleta, só porque a capa é belíssima.

Já estive de frente com a biografia do Osamu Tezuka e a nova edição (completa) de As Aventuras da Liga Extraordinária, mas tinha coisa mais urgente pra comprar. Também já peguei na mão os dois volumes de Sin City: Inferno, mas o preço me fez largar. Na minha enrolação pra comprar Estigmas e Zap Comix, a Conrad já jogou a continuação três-anos-atrasada de Palestina e Noites Sem Fim, enquanto a Devir me tenta com Badlands (do túnel do tempo!) e a merecida coletânea do Overman. Fechando o pacote, a Rocco me aparece com A Arte de Viajar e Coraline (é, Coraline!).

O porco consumista aqui tem pilhas de papel pra ler na cabeceira, mas já tá pensando em como esse natal vai ser triste.

A música que toca na minha cabeça nesse momento (e em vários momentos dos últimos dias) é a atmosférica The Mess We're In: Thom Yorke cantando no disco da PJ Harvey.

Quando ele pergunta se eu posso ouvir os helicópteros, eu juro que ouço.

Finalmente comecei a postar coisas no Torcicolo: sobre O Amor Custa Caro e a minha experiência multilingüística com Kill Bill.

"Esquire Magazine has picked ULTIMATE FANTASTIC FOUR as a pop culture event to watch in the 'Index' section of its upcoming December edition..."

Depois de quadrinhos em Sex & The City, isso. Tá certo que altculturereferences são cool e tal, mas ainda me sinto estranho lendo essas coisas. Se for o prelúdio de algo bom para os quadrinhos, ótimo. Mas parece que são só alguns geeks tentando enfiar seus gostos em grandes veículos.

Apareceu nas bancas meio que sem divulgação, por isso o pessoal não comentou muito: Capas na Areia é das coisas mais legais que li - ou vi - esse ano. É uma coletânea de todas as capas que Dave McKean fez para Sandman, com comentários do próprio e do Neil Gaiman.

Um monte de figuras bonitinhas? Não é só isso. As descrições desmistificam toda a confusão de imagens que está em cada capa. É até possível pensar que você também conseguiria fazer aquilo. É só saber quando se deve usar carvão, gasolina, chaves, peixes, baratas, chocolate...

No topo de tudo, ainda tem uma historinha curta na qual Gaiman conta vários momentos em que encontrou, na vida real, os personagens que havia criado. É um dos contos mais bonitos sobre criadores e criaturas que eu já li. Vale por toda edição.

Por falar em valer, não sei o que deu na editora Opera Graphica, que, apesar de ter separado um (originalmente) volume único em duas edições, conseguiu deixar cada uma ao preço de 9 reais. É o mesmo pessoal que cobra 7 (sete!) reais por um gibizinho de 25 páginas! É o mesmo pessoal da máfia que me faz chorar quando vê álbuns de 100 páginas a 30 reais! Parabéns pela política de preços, e espero que isso se repita.

Das três últimas semanas, as duas primeiras foram na frente do computador durante cada segundo que eu estive em casa, e a semana passada foi mais um pouco de computador e correrias pela cidade. Primeiro, fim de semestre - uma caralhada de ilustrações e uma revista de 50 páginas para diagramar. Depois, dedicação exclusiva ao meu anteprojeto de mestrado para UFGRS, PUC e UNISINOS - se não der certo em nenhuma, só me resta a forca.

Sem tempo pra filmes (preciso desesperadamente de um filme bom). De leitura, só as chatices obrigatórias (no momento, A História Social do Conhecimento). Pelo menos ouvi algumas coisas legais, repetitivamente, durante os trabalhos de design: o novo do Strokes, a trilha de Lost In Translation, Fatboy Slim Live on Brighton Beach e o novo do Black Rebel Motorcycle Club (agradecimentos ao Marcos pelos últimos!). E, é óbvio, Dear Catastrophe Waitress.

(Como é que tem gente que pode não gostar de músicas que falam que você só deve se apaixonar se não for um soldado que explode a menina bonita do vilarejo?)

Escrevendo pouco, muito pouco: pulei uma semana com a Lá Fora, e só deu pra fazer uma rapidinha e outra meia-boca. E teve a resenha de Demonlover também, escrita há muuuiiito tempo atrás.

Ah, sim. Minhas férias passaram e eu não vi.