Só parei agora para ler o texto "bônus" de A Liga Extraordinária 2. É um relatório do serviço de inteligência britânico sobre os lugares e povos fantásticos que seus operativos, especialmente Mina Harker, descobriram ao redor do mundo: na Inglaterra, na Europa, nas Américas, na Ásia, na África e na Oceania.
O texto é longo, incrivelmente longo. E a idéia é mais do que sua imaginação consegue dar conta: Alan Moore reúne, como se tudo fosse apenas um mundo, TODA (toda!) literatura fantástica que você possa imaginar, de Tolkien a Borges, de Julio Verne a (essa surpresa foi demais) Gabriel García-Márquez. É como se ele tivesse pego aquele Dicionário de Lugares Imaginários e montado uma única história relacionando todos verbetes.
E não é só questão de citar, um de cada vez, acontecimentos ou referências a obras. Moore ainda faz brincadeiras, relaciona personagens de obras diferentes, livros que se passam no mesmo lugar. Em poucas linhas, faz comentários insuperáveis e ainda desenvolve a própria história e personalidade de Mina.
O texto é inacreditável. Difícil pensar numa cabeça que consiga organizar tanta informação e ainda consiga produzir um texto fantástico como esse.