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febrúar 29, 2004

Vamos dar palpites pro Oscar.

Não consegui assistir todos os filmes, é óbvio (alguém conseguiu?). Mas vi 70% deles, descontando curtas, documentários e estrangeiros. Me recusei a assistir o terceiro Senhor dos Anéis, e deixei passar chances de ver Girl With a Pearl Earring e Encantadora de Baleias. Mas fazer o quê?

Meus votos são claramente direcionados por aquilo que assisti, e apesar de me esforçar pra fazer a distinção entre o que eu gosto e o que é geralmente premiado, sempre vou deixar me levar pelo meu gosto. Isso sempre me faz perder apostas e ficar deprimido... Mas idealistas não morrem cedo.

Melhor animação: Procurando Nemo. É o único que assisti. Sinto que Les Triplettes de Belleville é melhor.

Animação curta: Destino, porque a Disney precisa promovê-lo.

Direção de arte: O Senhor dos Anéis: Blablabla

Fotografia: Seabiscuit. Estou apostando na decepção com Cidade de Deus.

Figurino: O Senhor dos Anéis: Blablabla

Edição: O Senhor dos Anéis: Blablabla. Mas é claro que eu quero Cidade de Deus.

Filme Estrangeiro: As Invasões Bárbaras. Único que assisti. E acho que a repercussão por lá não foi das piores.

Maquiagem: Piratas do Caribe

Trilha Sonora: Peixe Grande, pois eles adoram coisas que deixam o filme mais óbvio.

Canção: a do Senhor dos Anéis: Blablabla? O tema de Les Triplettes de Belleville parece ser a melhor.

Edição de Som: Mestre dos Mares, para não ficar sem nada.

Mixagem de Som: Senhor dos Anéis: Blablabla

Efeitos Visuais: Senhor dos Anéis: Blablabla

Roteiro Original: Encontros e Desencontros, por favor.

Roteiro Adaptado: acho que vai ficar para Sobre Meninos e Lobos. Mas o melhor roteiro ali é o de American Splendor.

Melhor ator: Bill Murray, diz meu grilo falante. Mas ouço alguma coisa sussurrar "Sean Penn..."

Melhor atriz: Charlize Theron. Porque eles gostam de transformações, "out-of-cliché"

Ator coadjuvante: Tim Robbins. Mesmo motivo.

Atriz coadjuvante: Holly Hunter.

Direção: O Senhor dos Anéis: Blablabla. Embora a Sofia Coppola seja quem merece.

Filme: O Senhor dos Anéis: Whatever. Dentre os concorrentes, quem merece é Sobre Meninos e Lobos

erico, 03:01 FH | Comments (4) | Permalink

febrúar 28, 2004

The academy ruled that Jack Nicholson's performance in Something's Gotta Give did not qualify for Best Supporting Actor because he's technically not human.

erico, 03:00 EH | Comments (79) | Permalink

middlesex.jpgOntem me despedi de Calliope Stephanides.

Calliope (ou Callie, ou Cal) é o/a personagem principal de Middlesex, segundo romance do Jeffrey Eugenides, o cara que deu ao mundo As Virgens Suicidas. Callie/Cal é um hermafrodita, criada como menina mas que aflora como homem na puberdade. E sua história é o intervalo entre esses dois nascimentos: o momento em que seus avós, irmãos por pai e mãe, concebem seu pai e fortalecem um pequeno gene que vai provocar uma mutação cromossômica rara, e o momento em que ela revolta-se contra pais e médicos que querem "transformá-la" em menina.

Claro que não é só isso. O livro é uma saga familiar, que começa com os avós de Callie tendo que fugir da sua pequena aldeia grega para a América, devido à invasão turca na década de 1920. Por forças do destino e da conveniência, os dois casam-se e concebem sua família americana. Daí em diante, Eugenides não pára de contar histórias. Como os pais de Callie fizeram seus planos místicos e biológicos para ter uma filha. Como Callie se apaixona pela colega do colégio aos 14 anos. A descoberta do hermafroditismo. A perambulação pelos inferninhos e pelas perversões sexuais na década de 70. Tudo contado da perspectiva de Cal, já aos 40 anos, enquanto tenta entregar-se a um romance e vê reflexos do passado.

Eugenides é um contador de histórias que transforma qualquer arremedo do cotidiano em tragédia - obviamente - grega. Tudo é mágico, tudo é fantástico, tudo é lindo e interessante demais para vermos apenas com olhos frios e lógicos. Qualquer pedaço da sua vida é interessante, desde que você saiba contá-lo.

Só impliquei com uma coisa. Há uma tendência hollywoodiana a contextualizar as épocas retratadas - dos anos 20 aos anos 70 - com clichês históricos como o advento da indústria automobilística (a história se passa em Detroit), a lei seca, os conflitos raciais e a revolução sexual. Eugenides consegue transformar tudo em fantasia, mas insistir no óbvio destoa em meio a um texto tão inteligente.

Jeffrey Eugenides é descendente de gregos, nasceu no mesmo ano que Calliope Stephanides e, como Cal, também mora em Berlim. Pensar se o romance é um autobiografia concisa ou uma alegoria muito divertida da sua vida torna tudo ainda mais interessante.

erico, 02:57 EH | Comments (145) | Permalink

febrúar 18, 2004

Texto novo na Casulo: resenha de Apocalipse Motorizado. Olhem lá.

erico, 10:02 FH | Comments (1) | Permalink

febrúar 16, 2004

Gostologia Aplicada. O gosto das pessoas é como uma árvore e seus galhos. Não. Metáfora visual muito clichê. Mas, diabo, não consigo pensar em outra. Tenho que começar a achar metáforas mais complicadas pra ser um bom teórico.

Anyway. O gosto das pessoas é como uma árvore e seus galhos. Existe um gosto central, um "preferido", que é o tronco. E os galhos são gostos adjacentes, que necessariamente nascem a partir do gosto central. Tipo, são elementos individualizados do gosto central que acabam levando a gostos adjacentes.

Esse gosto central não existe necessariamente personificado. Pode ser que você realmente goste de Darkness (tronco), e que todas as outras bandas que você ouve tenham algum elemento que você sente no Darkness (galhos). Mas é provável que não, e que seu tronco seja um emaranhado de conceitos como "bandas com gente que usa calça apertada" e "vozes finas", e que Darkness seja apenas um galho.

Por isso, quando você recomenda XX a alguém que gosta de X, e ainda justifica com "Mas você gosta de X! É igual a X!" (mas, logicamente, não é igual), o alguém não vai necessariamente gostar. O gosto que ela tem por X já é um galho, e esse galho não vai esticar pra dar espaço a XX. Mas pode acontecer de X estar contido no tronco de gostos do alguém, e XX subitamente brotar como um galho.

É fácil aplicar isso à música. Pense você em outro exemplo. E dá pra aplicar a praticamente tudo em que se espera que você tenha gostos variados - ou melhor, em que se espera que você esteja aberto para experimentar outras opções. Você não vai ouvir só um cantora, ler só um autor, achar apenas uma mulher bonita, comer só batata frita. Por outro lado, há coisas em que não se espera que você pratique uma "variação de experiência": sapatos, por exemplo (ok, não se aplica a mulheres). Nomes de bebês, talvez.

E o sistema de gostos é dinâmico. Um galho pode cair do tronco, germinar e formar um novo tronco, enquanto o antigo morre e apodrece. Ou não. Melhor: o próprio tronco, sendo um emaranhado de conceitos, é influenciado pelo que entra por sua raiz (sendo o solo o mundo onde você vive) e transforma-o fenotipicamente, o que pode fazer alguns galhos caírem e morrerem.

Essa introdução toda serviu pra dizer o quê? Nada. É que acordei cedo demais hoje de manhã e tive esse momento Nick Hornby.

(Próximo passo para a teoria: provar que o emaranhado de conceitos do tronco não define individualmente seu gosto para música, livros, sexo, bebida, marcas de roupa etc., mas sim que estes gostos em diferentes áreas estão intrinsicamente relacionados - que um pode ser deduzido com base no outro. Imagine dizer que quem gosta de sorvete com leite condensado é necessariamente fã de Belle & Sebastian, e vice-versa. Me aguardem.)

erico, 09:05 FH | Comments (2) | Permalink

febrúar 14, 2004

yerbamate.jpg

Isso, minhas crianças, é globalização.

Na próxima edição: Robin come um pé-de-moleque!

erico, 03:13 EH | Comments (83) | Permalink

febrúar 13, 2004

Ainda não descobri o que vou fazer com isso. Mas é divertido de fazer.

Comentários?

erico, 11:39 FH | Comments (150) | Permalink

febrúar 12, 2004

dogville.jpgVocês já viram Dogville? Nunca tinha assistido um filme do Lars Von Trier (vou corrigir isso em breve). O cara é um gênio. Ele escreve melhor que muito romancista, fez um roteiro de umas três horas que não cansa e ainda criou um daqueles finais que dizem "sou eu que mando aqui" (vocês não acham sensacional quando o diretor ou o escritor se faz de deus?).

(Olhem o site. Parece filme brasileiro: tem uma tonelada de produtoras e patrocinadores.)

Começa aqui minha corrida pra ver todos os filmes do Oscar e poder xingar, com razão, aquela gente. Graças aos maravilhosos P2P, claro. Só dispenso esse último Senhor dos Anéis - assisto quando não tiver mais nenhum filme pra ver.

Falando nos concorrentes, já viram aquele curta com o ratinho do Era de Gelo? É genial! Saiu como extra no DVD e você acha fácil na Internet.

erico, 09:07 FH | Comments (225) | Permalink

febrúar 11, 2004

A dupla Iñárritu e Arriaga parece levar a sério, como se fora uma receita, a tese de Umberto Eco sobre Casablanca, segundo a qual o acúmulo de clichês leva ao sublime.

Almir de Freitas, um criticozinho da Bravo!, dá uma ótima aula sobre como arrasar um filme.

erico, 06:06 EH | Comments (1) | Permalink

febrúar 03, 2004

Grandes questionamentos da ciência pop: o filme do Iñarritu (roteiro de Guillermo Arriaga) diz que a gente perde 21 gramas no exato momento da morte. Na última edição do Quarteto Fantástico (roteiro do Mark Waid), Reed Richards diz que são 25 gramas, aproximadamente.

E aí, quem tá certo? Necrólogos, manifestem-se.

erico, 11:27 FH | Comments (2) | Permalink