Tem algo estanho acontecendo com as tiras do Laerte na Folha. Ele resolviu encarar uma fase, ahm, "conceitual", onde as tirinhas não têm nem piada nem os personagens habituais. No lugar, pequenas historinhas sem muita preocupação em ter sentido.
Um corpo em preto-e-branco observa uma rosa, come-a vorazmente e deixa o colorido escorrer pela boca. Um inseto defeca um montinho de cápsulas, de uma das quais, na última tira, eclode um braço humano. Uma mão com o dedo indicador em riste vai se aproximando de um espelho, até que o reflexo agarra a mão.
(Não posso colocar as imagens aqui. Veja as últimas duas semanas de tiras se tiver acesso à UOL.)
Laerte já fazia isso em algumas breves participações na Folhateen. E tem os famosos Classificados, que também têm idéias malucas, mas cômicas. Agora a coisa é experimental mesmo, sem precedentes e destoando em meio à página de tiras do jornal.
Sei que é psicologia barata da minha parte, mas teria algo a ver com a morte do filho dele?
Seja o que for, é um experimento bem interessante e histórico. Espero que ele explique quando publicar uma auto-biografia.
tipo as vinhetas da MTV?