| 3 Comments

bin.jpg

Você coloca "The Power of Nightmares" no eMule e um dos resultados é:

The Power Of Nightmares Part 3 (BBC 2004-10GNN, David Icke, Illuminati, Conspiracy, 9-11, September, WTC, Mind Control, MkUltra, CIA, Fritz Springmeier, Mike Ruppert).avi

É claro que o 11 de setembro e a CIA são mencionados, mas nenhum dos outros nomes aparece no documentário. A idéia é que todos maníacos por conspirações caiam nele quando estiverem fazendo suas buscas.

The Power of Nightmares and the Rise of the Politics of Fear é uma produção da BBC que defende que a guerra ao terror é uma questão, apesar de presente e real, exagerada em um nível insano pelos neoconservadores dos EUA, que manipulam os fatos nos bastidores. O propósito, como diz a introdução dos vídeos, é legitimar governantes contemporâneos como George W. Bush e Tony Blair - num mundo que não acredita mais em ideologias, é preciso criar alguma mobilização, como uma ameaça mundial, que justifique políticas de controle e lhes garanta poder.

São duas histórias paralelas: a dos neocons, que começa no pensamento de Leo Strauss e seus discípulos, que consideravam as políticas liberais dos EUA uma ameaça ao funcionamento da sociedade; e do movimento islâmico radical, que por acaso também começa nos EUA, com o egípcio Sayyed Qutb, parte de uma linha de intelectuais fundamentalistas que vai até bin Laden. Os neocons, como todo mundo já deve saber, financiaram a guerra dos islâmicos fundamentalistas contra a URSS na década de 80. Os islâmicos viram o jogo a partir do fim da década de 90, que dá no 11 de setembro - o que serve bem aos neocons, que precisam de algo para justificar suas políticas de controle e sua visão de sociedade.

A palavra mais usada no documentário é fantasia. Os neoconservadores não estão usando uma estratégia nova: a Guerra Fria foi fantasiosamente amplificada por eles como um conflito contra uma potência ameaçadora (eles chegam a inventar informações e relatórios para justificar a Guerra), a URSS, na verdade um sistema que não se sustentava e que caiu sozinho. Da mesma forma, não existe uma rede de terror mundial comandada a partir das cavernas do Afeganistão por bin Laden - um mero ricaço, ideologicamente motivado a dar sua grana para grupos dispersos, sob os quais não tem qualquer controle.

Destaques: as crises que atingiram pessoalmente Bill Clinton durante seu governo? Maracutaias neoconservadoras para desacreditar um governo liberal (mas Monica Lewisnky foi um caso real, apenas ampliado). Mega-complexos militares escondidos nas cavernas do Afeganistão? O documentário mostra Donald Rumsfeld apresentando o desenho de um complexo digno do Dr. Evil, que é contrastado com imagens de soldados americanos e ingleses detonando montanhas afegãs - e só encontrando pedra. Células terroristas descobertas nos EUA? As "evidências" encontradas pelos Jack Bauers reais são, por exemplo, um vídeo que mostra a "célula terrorista" passeando pela Disneyland, onde a "aparente" falta de destreza na câmera serve para acobertar a seleção de pontos de ataque (o jovem cinegrafista esqueceu a câmera ligada enquanto caminhava na rua? Não! É para contar os passos que precisará dar numa eventual fuga.) E o nome al-Qaeda? Inventado pelos próprios americanos, adotado por bin Laden quando este descobriu que seu "grupo" estava sendo chamado assim.

O problema do documentário é que, por mostrar tanto fantasia, acaba ele mesmo parecendo uma fantasia criada por algum grupo com outros interesses. A única coisa que o filme prova é que História é um conflito de versões, e que não há em quem confiar. Vale a pena tomar algum lado?

3 Comments

É a teoria do medo a que Michael Moore se refere.

Não. A teoria a que o Moore se refere é a da Cultura do Medo, de um livro do Barry Glassner. Ele defende que há uma cultura do medo que funda a sociedade norte-americana desde seu nascimento.
O que o documentário propõe é uma geopolítica do medo criada há poucas décadas para justificar governos mais fortes.

Speaking of George W. Bush:

Bush is a raging racist.

Bush committed hate crimes of epic proportions and with the stench of terrorism (indicated in my blog).

And I do solemnly swear by Almighty God that Bush committed other hate crimes of epic proportions and with the stench of terrorism which I am not at liberty to mention.

Many people know what Bush did.

And many people will know what Bush did—even to the end of the world.

Bush was absolute evil.

Bush is now like a fugitive from justice.

Bush is a psychological prisoner.

In any case, Bush will go down in history in infamy.

Respectfully Submitted by Andrew Yu-Jen Wang, J.D. Candidate
B.S., Summa Cum Laude, 1996
Messiah College, Grantham, PA
Lower Merion High School, Ardmore, PA, 1993

(I can type 90 words per minute. In only 7 days, posts basically like this post of mine have come into existence—all over the Internet (hundreds of copies). One can go to Google right now, type “George W. Bush committed hate crimes of epic proportions and with the stench of terrorism,†hit “Enter,†and find more than 550 copies indicating the content of this post. All in all, there are probably more than 2,000 copies on the Internet indicating the content of this post—it has, in a way, become headline news. One cannot be too dedicated when it comes to anti-Bush activities. As I looked back at my good computer work, I thought how fun and easy it was to do it.)

“GEORGE W. BUSH IS THE WORST PRESIDENT IN U.S. HISTORY†BLOG OF ANDREW YU-JEN WANG
_________________
I am not sure where I had read it before, but anyway, it goes kind of like this: “If only it were possible to ban invention that bottled up memories so they never got stale and faded.†Oh wait—off the top of my head—I think it came from my Lower Merion High School yearbook.

Categories

Monthly Archives

Tradutor

Powered by Movable Type 5.13-en

Tradutor

About this Entry

This page contains a single entry by Érico Assis published on apríl 27, 2006 10:54 FH.

was the previous entry in this blog.

is the next entry in this blog.

Find recent content on the main index or look in the archives to find all content.