"Se o CTU seguisse todas as ordens de Jack Bauer, o seriado se chamaria 12 Horas". Não sei onde li, mas se você googlar acha. E é uma coisa tão, tão real. Está difícil acreditar que, pela sexta vez, toda a "inteligência" anti-terrorista dos EUA não ouve Bauer e só faz confusão. A abertura da nova temporada alcança o máximo de ridículo que o seriado já teve: é só recauchutagem dos anos anteriores.
Bom, tem UMA idéia nova: Bauer, após dois anos sendo torturado na China, não consegue mais "extrair informação" de seus interrogados. Dá uns tapinhas num cara amarrado na cadeira, o cara diz que não sabe nada, Bauer faz uma cara de assombro e repete "é, ele não sabe nada". Terrorista amiguinho de Bauer não concorda, enfia uma faca no joelho do interrogado e este abre o bico. Se você, telespectador lentinho, ainda não tinha entendido a mensagem, Bauer fala, exasperado: "não consigo mais fazer isso". Terrorista amiguinho retruca: "é bom lembrar". Concorda com o terrorista amiguinho. Jack Bauer sem tortura é como um programa de culinária sem comida.
24 Horas devia ser mais como Crank (que eu vi hoje), ou qualquer outro filme do Jason Statham. Aceitar que é, como narrativa, uma piada, uma desculpa para enfileirar cenas de ação (ou, no caso de 24, tortura e preconceito com orientais). E mandar a lógica e a seriedade às favas.
No Crank, Statham tem que se livrar de um motorista de táxi. Joga-o numa calçada cheia de gente, aponta e grita: "Al Qaeda! Al Qaeda!". O motorista é prontamente destroçado por velhinhas. Uma mensagem que 24 Horas diz em, bem, 24 horas, reduzida a segundos. Bauer podia ser rápido assim.