bakin [bay' - kin] subs. pessoa com quem se come bacon. A proeminência do bacon, não apenas como comida, mas como acompanhamento para quase toda forma de interação humana, é uma das maiores ironias da história da gastronomia. Ainda em meados do século XXI, o bacon dividia cristãos e judeus, hindus e muçulmanos, carnívoros e vegetarianos, saudáveis e sibaritas. Aqueles que comiam bacon tinham prazer em cozinhá-lo na presença de quem o tinha como proibido, mas era atormentado por seu aroma. Durante conflitos militares, os prisioneiros de um lado eram forçados a comer bacon, enquanto os de outro eram proibidos até de falar nele. Tentativas de corrigir a "exclusão baconiana" com derivados de soja tiveram baixo sucesso e nenhum resultado geopolítico. Foi somente após a conclusão do Projeto Genoma Suíno que a essência química do bacon foi isolada; uma década depois, cientistas do Livermore National Laboratory conseguiram enxertar genes do sabor-de-bacon em um pepino. O legume resultante, hoje conhecido como "bacon", foi um triunfo não apenas para a engenharia de alimentos, mas também para as relações internacionais. Ao raiar do dia, da Índia ao Oriente Médio, grupos de muçulmanos e hindus, cristãos, judeus e árabes eram unidos pelo cheiro de bacon na frigideira, e juntos sentavam-se para comê-lo. Estes cafés-da-manhã resultaram em coalizões, e tratados, e o bacon tornou-se o emblema da cooperação internacional, tal qual, na Europa do seculo XVIII, a política era diretamente relacionada ao café. Enquanto os norte-americanos expandiam sua idéia de ?família? além do círculo de parentes sangüíneos, o termo bakin, usado primeiramente de forma cômica, tornou-se usual. Hoje, poucos lembram-se que o bacon dividia a humanidade, ou mesmo que ele vinha dos porcos; esta história serve para lembrar que não somos tanto o que comemos, mas sim com quem comemos. ? PAUL LA FARGE

The Future Dictionary of America é o que eu estava precisando agora: não é mais um livrinho indie (como os vários que tenho empilhados para ler), mas uma coleção de histórias de todos autores de livrinhos indie que adoro - em forma de "dicionário do futuro".

A idéia era imaginar o futuro dos EUA sem Bush após ele perder as eleições de 2004 - aliás, as vendas do livro iam para o financiamento da campanha Democrata. Você já deve ter percebido que não adiantou muito. Mas Dave Eggers, Jonathan Safran Foer, Nicole Krauss, Paul Auster, Jeffrey Eugenides, Michael Chabon, Michael Cunningham, Chris Ware, Art Spiegelman e mais um bando de gente boa conseguiram imaginar um mundo que, sem Bush, poderia crescer muito além de guerras, conflitos religiosos, mentiras e escândalos corporativos, e chegar a avanços decisivos para a humanidade - como o bakin.

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This page contains a single entry by Érico Assis published on nóvember 4, 2007 4:45 EH.

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