Departamento de Aquisições
As pessoas olham para o Departamento de Aquisições e dizem:
- "O Érico é um mentiroso" (na verdade, nada aqui é inventado; são as coisas que eu compro mesmo. Prova disso é que sempre estou disposto a emprestar meus livros.)
- "Então você é só um exibido" (Oras, isso aqui é um BLOG. Quer imparcialidade e comedimento, vá assistir o Jornal Nacional.)
- "Ok, então você está milionário e eu também quero ir trabalhar em Chapecó" (NÃO BRINCA COM ISSO QUE DEUS - ou 'O Segredo', o que você preferir - TÁ OUVINDO)
- "Ninguém consegue comprar/ler tudo isso."
É nesse ponto que eu queria chegar. Sim, É possível comprar tudo isso. E sem esgotar todo seu salário. É só fazer pesquisa de preço - que, ao contrário de preço de supermercado, você pode fazer rapidinho e sem tirar a bunda da cadeira.
Os livrinhos que acabaram de chegar, por exemplo:
Na Cultura, R$ 37,38. Tem a edição em português também, R$ 38,32 (na Cultura, a edição nacional é geralmente mais cara). Melhor preço da edição em português, segundo o Buscapé: R$ 33,50 na Fnac. Em nenhum deles contei o valor de remessa.
Quanto eu paguei: US$ 14,99, no Amazon Marketplace (com frete). R$ 27, pelo câmbio de hoje (que deu uma subida, mas deve descer até chegar a conta do cartão). E levou apenas 13 dias para chegar.
Nem está mais no catálogo da Cultura (mas já esteve, e eu não sei por que eles tiram de lá) - onde hoje estaria custando uns R$ 49 (o "dólar-Cultura" tá uns R$ 2,50). Não existe em português (provavelmente nunca vai existir) e não encontrei em nenhuma livraria brasileira. Na Amazon, como já é um livro com alguns anos e a tiragem não era lá essas coisas, tá sem desconto: US$ 19,95 (sem contar o latrocínico frete).
Solução: Amazon Marketplace de novo. Saiu US$ 18,99 (R$ 34,40).
E ainda sobra um dinheirinho para poupança e aplicar nas ações da Vale. Ah, pago aluguel e almoço todo dia. E sou professor, então você vai sentir vergonha de si mesmo se me acusar de rico.
O real problema, portanto, não é comprar. É ter tempo para ler. Mas isso é outro post.
Eu penso: "Pobre do Érico, vai ver no dia em que tiver que se mudar, que não existem caixas o suficiente no mundo para os pobres dos livros, que pesam uma tonelada e dão cria." :DDDD
Isso que já me mudei, de mala e cuia e biblioteca, cinco vezes nos últimos três anos. :)
o que não couber nas caixas ele doa pros amigos :D~
Umberto Eco's antilibrary
The idea is that the more you know, the larger the rows of unread books. So antilibrary means a collection of unread books.
conhece o conceito? dá uma googleada se te interessares. sempre achei muito interessante. Qual é a graça em ter uma biblioteca cheia de coisas já lidas?
http://austrolabe.com/2007/05/20/on-libraries-of-unread-books/
Eu também compro bastante livros - não tantos quanto o Érico, porque este jornalista anda ganhando menos até que professor. Entre sebos, ofertões e compras malucas, gasto muito menos com livros do que gasto em restaurantes, por exemplo, então acho que nem é tanto assim.
Uma das coisas que faço para evitar que os livros comam todo o espaço no meu apartamento - e arrumar dinheiro para novos livros - é vender aqueles que não quero mais. O Érico, por exemplo é meu cliente.
Agora mesmo, tem lista no meu blog.
http://leitura_do_dia.blogspot.com/2007/11/departamento-de-vendas-estou-me.html
Para ler, o negócio é mais complicado. Sou um leitor disciplinado e com tempo: leio mais de 70 livros por ano. Mesmo assim eles se acumulam. Tenho uma categoria na estante que é "para quendo me aposentar" que não para de crescer.
Érico, eu sugiro que você cancele sua assinatura da Folha. É impossÃvel ler tudo e o acúmulo só causa stress.
eu li a listinha esperando que meus protestos contra a seção DEPARTAMENTO DE AQUISIÇÕES aparecessem.
que bom que não. porque tu sabe que é só invejinha
branca
(ai, como dói)
E ainda sobra dinheiro para dar presente de amigo secreto. Adorei o "Na praia" que ganhei ontem!
Sei não... Se eu não morasse em Chapecó e não fosse tua colega, iria acreditar que tu tá rico sim...
Eu sempre acho um absurdo os fretes dos livros, então compro pouco pela internet (fora que no nosso prédio não é lá muito segura a entrega, embora eu não tenha tido problema nos últimos meses).
Gosto da estante virtual, mas sempre me atrapalho na hora de fazer os depósitos - se os sebos cadastrados tivessem cartão de crédito aà sim faltaria mais espaço ainda nas estantes.