Assisti I Am An Animal: The Story of Ingrid Newkirk and PETA, um documentário sobre a People for Ethical Treatment of Animals, organização que combate os maus-tratos a animais. Fez eu lembrar que preciso assistir mais documentários, porque sempre gosto da linguagem. E me deixou com algumas dúvidas.
Na verdade, são algumas dúvidas "científicas". Nada a ver com os propósitos da organização (e aquele velho argumento "por que cuidar dos bichos quando tem tanta criança passando fome?"), mas com suas táticas. A PETA é conhecida por ações e campanhas de choque: atrizes nuas, invasão de lojas e passarelas, endorso de celebridades ou o cartaz acima para o público infantil.
Estou na fase inicial (bem inicial) de um projeto de pesquisa que, em poucas palavras, quer dizer que a publicidade é a profissão mais importante do mundo (pelo menos do atual). Por um motivo: não se é visto nem ouvido na sociedade sem uma aparência "midiagênica" (sabe pessoas fotogênicas? Pense uma pessoa midiagênica: que se destaque nas câmeras, fale bem, saiba criar soundbites e lidar com os valores jornalísticos). E quem cuida de midiagenia melhor do que ninguém é o publicitário (na verdade, devia ser os relações públicas, mas vou fingir que eles não existem).
O caso com a PETA é as críticas que ela recebe por essas táticas: de que se cria o choque pelo choque e que a mensagem se perde. Há vários outros grupos contra o abuso de animais que odeiam a PETA porque ela acaba representando todo o movimento de uma forma negativa e exagerada.
Trecho do filme: uma jornalista pergunta à Ingrid Newkirk, fundadora da PETA, "Mas atirar um peixe morto na editora da Vogue no meio de um almoço, isso é jeito de chamar atenção?". Ingrid: "Claro, e chamou muita atenção. Mas na verdade foi um guaxinim."
E aí eu empaco. Preciso de algumas cabecinhas iluminadas pra pensar isso além do que eu consigo. Não há dúvida de que a PETA aparece com essas táticas. Mas elas atingem o propósito da organização? Servem para alguma coisa, no fim das contas? Ou são só mesmo um choque que fica no choque?
quando conheci o Michel, ele era um vegetochato. eu era uma ecochata. eu ficava pregando ecologia, ele dizia coisas como "hum, cadáver!" quando eu sentava pra comer. com o tempo, e o amadurecimento, paramos de chocar pelo choque. seres humanos não se chocam pro bem. só se chocam se isso já faz parte deles. A NOSSA QUESTÃO AGORA É FAZER A MENSAGEM FAZER PARTE DAS PESSOAS. choque pelo choque cria raiva contra o movimento. quando eu comento com as pessoas sobre o tratamento que é dado aos animais a serem abatidos, elas ficam horrorizadas. é aà que a coisa funciona.
o cartaz aà em cima é ótimo. mas só funciona pros iniciados. é que nem piada interna. e nem funciona com as crianças, nem funciona pra convencer ninguém. a pior forma de convencer uma pessoa a se horrorizar com a tortura dos animais é dizer a elas que elas são más. o peta faz isso muitas vezes, infelizmente.
odeio ativistas por esse motivo: eh choque pelo choque.
um grupo ativista incendiou o predio onde eu trabalhava na ufrgs, q por fim prejudicou varias pesquisas em vacinas e remedios..
peguei asco ao tipo..