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Vou votar no Obama.

Ops, eu não posso votar lá? Às vezes me esqueço. Mas se eu pudesse, votava no Obama. A Scarlett Johansson gosta dele, e ela também gosta de Bob Dylan e Woody Allen.

Tenho um interesse, digamos assim, científico pela campanha do Obama. Na evolução das campanhas ripongas (como os republicanos vêem os democratas) dos EUA, a gente tem o sorriso do John Kennedy na TV, o Bill Clinton tocando sax, Howard Dean chamando eleitores pela Internet (o que não deu certo, em 2004) e o Shephard Fairey fazendo cartazes para o Obama. Sem falar nos virais, no Yes We Can, nas citações no 30 Rock e de, ainda nos mundos de seriados de TV, Obama já ter ganho as eleições (seu quase-sósia, em West Wing).

Será que dessa vez uma campanha pop (ou, em termos mais científicos, ?em muito valendo-se da linguagem do entretenimento?) vai dar certo? O cara tem força de argumentação lógica e planos concretos nos discursos e debates. Mas isso é a faceta da campanha pros ouvidos de quem tem mais de 40. Pro resto de nós, a campanha tem Scarlett, Black Eyed Peas, Tina Fey, Shephard Fairey e ?Obama Girl?. Uma campanha política mais pop do que nunca.

Henry Jenkins - em Convergence Culture (breve no Brasil), ele mostra dados de que a população de 18-35 anos se informa mais sobre política através de Saturday Night Live e afins do que do jornalismo - já parou para pensar sobre isso e até abriu o voto no seu blog (peguei o link via Raquel). O ponto de discussão dele é mais pelo viés da cultura participatória ? como a campanha abre espaço para qualquer entusiasmado que quiser ajudar, com vídeos, cartazes etc. ? do que por este meu olhar das linguagens do entretenimento. Se bem que dá para ver essa capacidade de todo mundo poder criar suas próprias mídias como um dos principais pontos da linguagem do entretenimento contemporâneo ? é algo estimulado, inclusive, pela indústria do entretenimento.

Enfim, temas de pesquisa são coisas que a gente escolhe porque ama. Tenho uma queda por essa questão da confluência entre política e cultura pop que vai além da necessidade de publicar artigos. E o que acompanho dia-a-dia da campanha do Obama me faz sorrir bastante. É a decisão política mais importante do mundo, e está seguindo praticamente os passos que pesquisei e teorizei no mestrado. O mundo anda muito interessante.

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Eles também: http://sergiodavila.blog.uol.com.br/arch2008-02-16_2008-02-29.html#2008_02-18_12_12_41-2217909-0

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