Alguém aí assiste House? Aposto que sim. Ele tem um dos DVDs mais vendidos do Brasil.
Conheço o conceito e o personagem, mas nunca tinha assistido. Eu e a Marcela começamos a ver (a Marcela teve um súbito interesse por médicos, porque vai ter uma irmã médica; só me recuso a ver Grey's Anatomy). Quatro episódios depois, já decoramos o manual "Como Escrever um Episódio de House":
- Dr. House é convencido a tratar de um paciente - ou melhor, a doença de um paciente - cujos sintomas são ininteligíveis para os outros médicos.
- Dr. House junta sua turma - a gostosinha, o olhos-azuis-sotaque-britânico e o cara obrigatório das cotas raciais - e grita "differential diagnosis". Começa o jogral. Eles não chegam a conclusão nenhuma, mas decidem fazer um tratamento experimental.
- O tratamento experimental não dá certo (!).
- Dr. House tem um lampejo de genialidade - é o que a câmera parada 1 minuto na cara dele, mais os violinos de fundo, nos dizem - enquanto cuida, relutante e grosseiro, de outro paciente na clínica.
- Inserir diálogo em que a médica gostosinha dá alguma dica sobre seu misterioso passado.
- O novo tratamento é um sucesso. Dr. House dá um smirk James Bond. Heh.
Acho que vamos escrever um episódio e esperar ele acontecer. Uma hora a gente acerta.
Os que defendem a série dizem "mas o personagem é muito bom". Ok, concordo que ele tem umas falas muito boas - ele diz para uma mulher que não sabe que está grávida que ela tem um parasita. Mas, carrancudo por carrancudo, o Toby Ziegler (de The West Wing) é muito melhor (roteirizado e dirigido).
Ou é isso ou a gente só viu os episódios ruins. Quem defende House?
Não seja o Michael Scott, eu tenho vontade de pular com os dois pés na cabeça dele até ela ficar estraçalhada no chão como uma melancia sobre a qual eu pulei com os dois pés.
House eu nunca vi, mas teu embrião de roteiro serve também pra "Regenesis", outra série médica, com gente feia e canadense.