Skins

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Por que que seriados têm roteiros melhores que filmes? Porque filmes são pra público massivo, seriados são pra público segmentado. Os filmes grandes deixaram de ousar porque têm que agradar o público do Canadá, da China, do Brasil e do Egito, então se nivela por baixo. Seriados têm que se pagar com anunciantes e product placement ou assinantes do canal a cabo, por isso têm histórias mais complexas, diálogos mais curtos e ousadia.

É isso que leva a um episódio como "Tony", o sexto da segunda temporada de Skins. É um A Primeira Noite de um Homem pós-moderno, com todas aquelas caras, as frases não ditas, os deslumbres e inclusive a comédia. E ao mesmo tempo não é, porque é um episódio de seriado. Mas o cinema não faz mais filmes tipo A Primeira Noite de um Homem (só de vez em quando, tipo Juno), então a gente precisa dos seriados.

Descobri que todos meus episódios prediletos de Skins são escritos por Jamie Brittain, um cara de 22 anos, filho do produtor executivo. O que mosta o mundo visto pela garota anoréxica, o da letargia do Sid e esse "Tony".

Tony é uma mistura de James Bond, Dr. House e Benjamin Linus, versão bully. O grande filho-da-puta em torno do qual acontece a primeira temporada - e que recebe um castigo divino no final. Na segunda temporada, até agora, ele era um personagem de fundo, em recuperação, bem panaca. E esse é o episódio "How Tony Got His Groove Back".

Brittain mistura pesadelos, mitologia (Orfeu e Eurídice), drogas, sexo, humor panaca inglês, o clichê da visita guiada à universidade (clichê pros ingleses, mas a gente entende) e o triângulo amoroso mais esperto do mundo. Só os diálogos entre Tony e o professor metidão já valeria um filme.

Sem falar na trilha sonora que só inglês sabe escolher.

Skins, certamente nesse episódio, é o motivo pelo qual todo mundo devia assistir mais seriados e menos filmes. Dá para ver completo aqui.

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Mas ainda tem filmes decentes. E tem seriados horríveis. Mas tem muito mais seriados do que filmes (se descontarmos Bollywood). Portanto, tem que ter mais seriados bons, mas a proporção deve ser mais ou menos a mesma. A Cauda Longa já deve funcionar para filmes tb e segmentar no cinema dá dinheiro. Só não dá para comparar com os blockbusters, que são blockbusters pq tem que agradar a todo mundo (literalmente).

Ou não.

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This page contains a single entry by Érico Assis published on júní 20, 2008 4:16 EH.

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