Casei num dia de setembro que fez sol em Pelotas e, depois de um ano de planejamentos e economias, tudo correu mais do que perfeito.
Minha avó, mãe da minha mãe, morreu. Não tenho mais avós nem avôs.
Trabalhei mais do que qualquer ano na vida. Pelo menos foi um ano bem pago.
Comprei aproximadamente 260 livros, aproveitando dólar baixo e a estantevirtual. Mas li muito pouco.
Li, de coisas boas, KAFKA ON THE SHORE, DREAM: RE-IMAGINING PROGRESSIVE POLITICS IN AN AGE OF FANTASY, COERCION, BOTTOMLESS BELLY BUTTON, SCOTT PILGRIM 4, ALL-STAR SUPERMAN #10, GUS & HIS GANG e OUTLIERS. Quando reli O PEQUENO PRÍNCIPE (em quadrinhos), e vi ele caminhando para longe do aviador no final, alguma coisa se mexeu no peito.
Assisti, de coisas boas, 2 DAYS IN PARIS, VIAGEM A DARJEELING, JUNO, NO COUNTRY FOR OLD MEN, THE KING OF KONG e THE CENTURY OF THE SELF. Reassisti NETWORK. Mas estou sem paciência para filmes - tanto que, duas ou três vezes, dormi no cinema (não ria, é velhice). Pode ser culpa das séries, também.
Assisti o fim de THE WIRE. Cito FLIGHT OF THE CONCHORDS, 30 ROCK e SATURDAY NIGHT LIVE para todo mundo. Gostei de MAD MEN, THE OFFICE, PUSHING DAISIES, ENTOURAGE, FRIDAY NIGHT LIGHTS e acho que aquele episódio "Tony", do SKINS, é o melhor roteiro dramático do ano. Ainda não acabei de assistir THE WEST WING.
Comecei a assistir HOUSE, e uma aluna disse que eu sou quase tão arrogante quanto o House (o que eu levei como elogio).
Ministrei 9 disciplinas. Esse número não vai diminuir em 2009, mas pelo menos só pretendo ir à universidade para dar aulas e nada mais.
Tive um projeto de pesquisa aprovado e estou doutrinando alunos para pesquisar ativismo e mídia.
Voltei a ser redator publicitário. E trabalhei com uma equipe legal, o que é coisa rara. Mas já larguei a "carreira", de novo.
Me acostumei com Chapecó. Sei o que é e o que não é impraticável lá, e não me desespero mais com o lado ruim. A cidade tem um monte de vantagens que eu aprendi a valorizar.
Mas não consegui levar o David Lynch a Chapecó.
Fui a São Paulo. Vi o pessoal (e o escritório) do Omelete pela primeira vez em oito anos de trabalho. Revi Nasi, srta. Almeida e Rodolfo. Quero ir mais vezes.
Conheci, entrevistei, peguei autógrafos, almocei e jantei com o Liniers.
Traduzi um livro. Fiz trabalhos para quatro editoras (todos pagos, milagre), entre revisão, tradução e outras coisas editorias. É algo que tô tentando há anos.
Vi um show dos The Hives.
Torci pelo Obama. Agora, tenho medo que ele seja o Hitler.
Comprei um N95 e ele é muito útil.
Bati o carro e ninguém se machucou, fora o carro.
Não aprendi francês.
Fiz experiências com a barba. Neste momento, pareço o Mose Schrute.
Vou sair pela primeira vez desse continente, e começar 2009 em Barcelona - seguindo por Munique, Amsterdam, Bruxelas, Paris e Londres, em lua de mel atrasada.
O Telio Navega, d'O Globo, me colocou entre os convidados para listar as 5 melhores HQs publicadas este ano no Brasil. Eu não sabia que não tinha que escrever explicações, então acabei ficando deslocado ali na lista.
Divisadero, do Michael Ondaatje (O Paciente Inglês), é o primeiro livro da Companhia das Letras na qual tive participação na produção: fiz o que a editora chama de "aparatos" (textos para orelhas e quarta capa), além do release.
É uma narrativa bem... poética. A capa ficou linda.
E também ganhei uma almofada em forma de ovo, em referência.
E era um amigo secreto onde cada pessoa era responsável por inventar seu próprio presente: não valia comprar uma coisa pronta. Eu dei pra Duana um "balão surpresa private": só ela dançava em volta e só ela ficava com as balas e brinquedos. Mas ela disse que nunca tinha ido a festa com balão surpresa, então não teve tanta emoção.
Meu novo toque de celular (exclusivo pra Marcela) é assim:
Tem a cena um pouco mais extendida aqui:
Mas a melhor cena do último IT Crowd que assisti (o terceiro da terceira temporada) é essa. Aliás, melhor cena de toda a série no melhor episódio de todos os tempos. Só não faz muito sentido se você não conhece os personagens ou o contexto do episódio.
Eu e a Marcela já vimos umas 150 vezes. A Marcela bate os pés de rir.
Hoje eu finalmente posso falar: a Companhia das Letras anunciou a linha Quadrinhos na Cia, que vai oficializar o comprometimento da editora com quadrinhos. Em 2009, eles vão lançar Jimmy Corrigan, Blankets, American Born Chinese, Bottomless Belly Button - tudo que eu digo para as editoras nacionais publicarem, há ANOS -, quadrinhos nacionais (uma colaboração do Daniel Galera com o Rafael Coutinho, filho do Laerte, pra começar) e mais um monte de coisa.
E eu traduzi Blankets. E enchi o saco do André Conti, o editor, até ele fechar Jimmy Corrigan com o Chris Ware. E dei uns empurrões pra ele convencer a Companhia a publicar Bottomless Belly Button. E possivelmente eu vá traduzir mais um ou dois livrinhos da lista. E finalmente tá acontecendo!
Bom, quase acontecendo: a linha só começa a lançar material em maio. Mas vai se segurando que tá logo ali.
Só imploro uma coisa desde já: compre Jimmy Corrigan (não, não sou eu quem vai traduzir). É daqueles livros para reler todo ano, obrigatório pra estante. Além de ser lindo e fantástico enquanto objeto de design.
Profissionalmente, essa foi minha coisa mais legal do ano.
And I wanted someone who is absolutely and utterly powerful. It's interesting because at the time, John Byrne had just taken over Superman and had announced that he was making Superman less powerful because he had become too powerful and you couldn't write interesting stories about people that were too powerful. That started me thinking, "Well, no, actually you can, because what makes a person interesting or not interesting isn't how powerful they are, but who they are."
We have a President-Elect who's a Spider-Man fan! It's like I've been saying for years, people who grew up reading comics are moving into positions of power in media, in business, and now in the Executive Branch of the federal government. Is that cool or what? I don't know about you, but I'm very happy that the next President of the United States knows that "in this world, with great power there must also come -- great responsibility!"
Maybe the furor around shows like Mad Men is not the product of some rampant mass hysteria. Maybe it’s the expression of a yearning for the last remnant of the traditional viewing experience we once shared. Long gone are the days when we would all sit down on Thursday at 10 to watch L.A. Law. So instead, to retain some sense of communal experience, we cling culturally to a single show. We don’t want to admit we’re splitting off in a million directions; we want to believe that all our eyes still occasionally turn in the same direction. (For the past year, the election campaign served this purpose—the one great show we all tuned into.) So it doesn’t even matter that not many people, relatively, are actually watching Mad Men. What matters is that everyone’s talking about it.