Damages e os arroz de série

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Damages, segunda temporada, terminou e o final da história parece mais remendado que a cara da Glenn Close. O flash-forward que abria e fechava todos os episódios, só com um vislumbre do que ia acontecer no final, e que era sensacional no clima de suspense e na atuação da Rose Byrne, acabou virando uma pegadinha com a audiência.

Mas, enfim, não quero falar do fim de Damages. Quero falar do Darrell Hammond.

Ele é o cara do Saturday Night Live que fazia o Bill Clinton - e qualquer outro personagem que precisasse falar asneira sem mexer um músculo do rosto. Nessa segunda temporada do Damages, colocaram ele para fazer papel dramático.

Um assassino.

Sim, você fica anos vendo ele fazer piadas, com aquela cara que, quando está séria, você sabe que a piada é boa, e de repente vê a mesma cara no papel de um assassino. Não só um assassino, um psicopata, daqueles que não mexe um músculo do rosto enquanto estrangula mulherzinha indefesa. Meio o Kevin Spacey do Seven.

E agora eu não consigo assistir o Saturday Night Live sem achar que o cara é um maníaco psicopata que está lambendo os beiços pra matar cada ator do esquete.

Outro cara com quem sofro do mesmo problema é o David Costabile. No Damages, ele é um policial corrupto da mesma escola do Hammond: amoral, calculista, sem qualquer abalo pelos tiros que dá ou quem manda matar.

E, no Flight of the Conchords, ele é Doug, o marido-banana da Mel

Esse cara merecia um videozinho revelando que Doug é só a vida paralela do Detetive Rick Messer. Se eu soubesse mexer em algum editor de vídeo, certamente faria.

Na verdade, esse é um problema recorrente das séries de TV. Quase todos os maridos das Desperate Housewives já foram inimigos ou parceiros do Jack Bauer, a Kristin Chenoweth faz o mesmo papel no West Wing e no Pushing Daisies e a Marcela sempre lembra que o Charlie Salinger chorava tanto quanto o Dr. Jack Shephard. Dos atores de The Wire nem dá pra falar, com a dispersão por todos seriados de todas as emissoras em papéis quase idênticos (Fringe, The Office, 90210, o próprio Damages). E quem nunca foi paciente do House?

Bom, o Evan Handler não foi. Mas ele já é:

Marido da Charlotte.

Alucinação do Hurley.

Agente do Hank Moody.

E advogado-de-direitos-humanos-enchendo-o-saco-do-Jack-Bauer.

Além de ter sido roteirista no Studio 60 on the Sunset Strip, chefinho em uma série que nunca vi (Hot Properties) e speechwriter no West Wing e quinhentas outras coisas.

Com tempo e um programa de edição for dummies, eu montaria uma série só para revelar o universo paralelo que absorve os acontecimentos de todas as séries, onde a gente descobre que cada ator faz um único papel: o de coadjuvante de seriado. Um dia.

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Mais "arroz de série" que o Zeljko Ivanek em 2008, impossível. Viveu o atormentado advogado Ray Fiske em Damages; apontou uma arma para House em busca de um diagnóstico; foi o Magistrado no julgamento de Bill em True Blood; e hoje, em Heroes, interpreta o agente Emile Danko.

Isto é, só os que pude assistir, mas segundo o IMDB, ele ainda tem no currículo (e no mesmo ano) várias participações especiais em Big Love, Johm Adams, Num3ers e Mentalist.

Se puxarmos o resto da folha corrida do homem, dá pra sugar alguns papéis em Lost, CSI, Shark, Cold Case, Bones, Law & Order, The West Wing, 24 Horas, ER, etc.

Acho que acabei de arrumar o protagonista certo para sua vindoura série.

Forte abraço.

Depois de 34 (ou 28, depois de aprender a ler e escrever), descobri que o plural de arroz é arrozes. Mas eu me recuso a escrever. Dou um jeito tipo "os grãos de arroz" e por aí vai. Ehjeheh

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This page contains a single entry by Érico Assis published on apríl 8, 2009 7:54 EH.

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