Gaiman

"Eu sou péssimo em crenças, mas sou bom em crer em alguma coisa quando necessário", ele disse. "O que, no meu caso, tende a ser quando estou escrevendo sobre essa coisa." Se não fosse um escritor, diz, gostaria de projetar religiões. "Eu teria uma lojinha, as pessoas me ligariam ou viriam até ela e diriam 'gostaria de um religião'", ele explica. "E eu diria: 'Legal, ok. Qual é sua posição quanto a culpa, e como você vai financiá-la? E você gostaria de ver o universo como uma espécie de grande órgão beneficente? Ou gostaria de algo mais complexo?' E elas diriam: 'Ah, gostaríamos de um Deus bem ligado em culpa'. E eu: 'Ok, que tal quarta-feira como dia sagrado?'"

Sinal de que o perfil é bem feito é quando o Alan Moore é só um entrevistado acessório. O perfil do Neil Gaiman na New Yorker, nesse sentido, é perfeito. Conta toda a carreira do autor, tem um distanciamento crítico que não cai no cinismo e ainda entra em assuntos que o Gaiman sempre tenta evitar, como o divórcio (sua esposa mora no mesmo terreno que ele) e o fato de ter crescido numa família cientologista (o quote acima vem depois dessa revelação; Gaiman é um judeu-cientologista não-praticante).

Tem até momento em que Gaiman, o mais cortês dos ingleses, vira a cara para um fã (em relação direta com o esquema da Cientologia). Isso sim é uma grande revelação.

Categories

Monthly Archives

Tradutor

Powered by Movable Type 5.13-en

Tradutor

About this Entry

This page contains a single entry by Érico Assis published on janúar 21, 2010 6:40 EH.

Departamento de Aquisições was the previous entry in this blog.

Emília is the next entry in this blog.

Find recent content on the main index or look in the archives to find all content.