Anne of Green Gables


- Um dos meus livros favoritos, quando eu era criança, era Anne de Green Gables (Lucy Maud Montgomery). Eu lia todo o tipo de livro, mas tinha uma predileção especial por romances antigos, que eu costumava encontrar no meio dos livros empoeirados da juventude da minha avó. Bem, Anne de Green Gables é um livro com um estilo muito semelhante ao Pollyanna, da Eleanor H. Poter, mas na minha opinião, com uma história muito superior. Anne é uma orfã que é enviada a um casal de irmãos colteirões que moram em Green Gables, uma fazenda em Avonlea, na Ilha do Príncipe Eduardo (Canadá). É uma garotinha muito interessante. Tem um temperamento explosivo, é muito imaginativa (com o que eu certamente me identifiquei), e fala sem parar. Ao chegar a Avonlea, que pela descrição do livro é um lugar lindo, ela descobre que os irmãos haviam pedido ao orfanato um menino para ajudar na fazenda e não uma menina. Apesar da decepção inicial, eles decidem ficar com a menina e ela passa a viver em Green Gables. A história se passa toda durante a infância e pré-adolescência de Anne, mostrando a sua aceitação na comunidade, a sua vaidade (ela é ruiva e passa boa parte do livro tentando mudar a cor do cabelo), suas brigas (quebrou a lousa - sim, naquele tempo as pessoas escreviam em lousas na escola - na cabeça do Gilbert Blythe) e etc. A narrativa é rica em descrições (o que eu adoro), todas um tanto o quanto poéticas e metafóricas (que eu adoro também) e mostrando muito dos costumes antigos, sem falar nas lições de moral implícitas em todo o romance. Exatamente no estilo de tantos outros livros muito mais famosos, que também marcaram gerações como Mulherzinhas (Little Women) da Louisa May Alcott, As Aventuras de Tom Sawyer do Mark Twain (que é mais irônico do que moral) e mesmo o Pollyana.