Kafka


- Estou podre de gripada e, por conseqüência, completamente torta. (Deve ter sido praga do Luder porque eu elogiei o Inverno na semana passada... ;) Então ontem me dediquei a ler alguns dos livros da minha pilha de leituras para colocar em dia. E o escolhido foi Kafka. Três contos "A Metamorfose", "Carta a Meu Pai" e "Um Artista da Fome" daquela coleção "Obra Prima" que eu já falei aqui antes. Fiquei bastante impressionada. O primeiro trata de um cara que um dia acorda e se vê transformado num gigantesco e nojento inseto (o conto mais clássico do autor), o segundo de um jejuador e o último é uma carta ao pai do Kafka. E junto de tudo, uma biografia, explicando parte da vida dele (sua obra costuma ter traços autobiográficos). Tão legal essa coleção. :))

O Kafka é um cara melancólico e estranho. Seu estilo é simples, nada rebuscado, mas seus contos são, no mínimo, inquietantes. Daquele estilo de leitura que te deixa incomodado. Como se algo estivesse fora do lugar, mas não se tem a menor idéia do que seja. O Kafka tem toques de ironia em toda a narrativa. Ironia pela vida, pelas pessoas, pelo humano de cada um. No final de cada conto eu ficava com aquela frase da música da Alanis "and isn't it ironic? Don't u think?". É também melancólico, desesperançoso. E profundamente pessimista com relação à natureza humana. Acho que bem de acordo com a vida dele. Leia se puder.