Estrada para Perdição


- Um filme competente, cheio de duplos sentidos, cheio bons atores: assim é Estrada para a Perdição. No entanto, apesar da boa atuação do Tom Hanks (mostrando, mais uma vez, que é um ator extremamente versátil), do Jude Law (compensando a atuação lamentável de IA), e do Paul Newman, o Sam Mendes fica devendo na direção. O estilo de direção dele, com extrema atenção a detalhes sem importância (como as unhas do Jude Law), fixação em expressões e olhares e muitos duplos sentidos (vide Beleza Americana), no entanto, pareceu a mim um pouco fora de ritmo em um filme sobre gângsters. Acaba dando uma leveza estranha à história. Por exemplo, em algumas cenas, o sangue a violência são subentendidos. Em outras, tem sangue explodindo por todos os lados. É um tanto estranho, porque parece que não existe uma coerência visual na direção. Por outro lado, os tons predominantes no filme (cinza, preto e branco), as imagens cheias de prédios, fumaça e pessoas vestidas de negro, procurando emprego e a arquitetura ilustram muito bem o início da década de 30, durante a grande depressão americana. Ponto para a produção, que não lança mão de efeitinhos e prefere manter o clima seco, inóspito e triste da época.

Veja. Vale a grana.