When we look at a photo album


- One Hour Photo é surpreendentemente bom. Aliás, quem falou que o Robin Williams estava ótimo como o vilão de Insomnia não tinha a menor noção. Ele está muito bem, sim, como Sy Parrish, o "cara das fotos": tímido, solitário, introspectivo, sensível, quase inofensivo e, ao mesmo tempo, assustador. Parecido com outros papéis de Williams? Bastante. Mas convincente. A trilha sonora e a cenografia ajudam também a transmitir a idéia de vida asséptica que Sy leva, em contraste com a vida glamourosa e bonita que os Yorkins têm a sorte de desfrutar do outro lado. Sy é um conformista: convencido de sua má sorte, contenta-se em ser apenas um "observador" da vida dos que foram mais agraciados pelo destino, trabalhando em um departamento de revelações de filmes de uma grande loja. No entanto, também sonha em ser, um dia, partícipe da felicidade alheia.

Além de lidar com o conflito da solidão e o desejo secreto e "voyeristico" de observar a vida alheia, One Hour Photo rompe com a estética da violência geralmente presente em filmes do estilo. De uma maneira asséptica (como o personagem principal), o filme mostra quão violenta podem ser as pequenas ações insignificantes e o quanto podemos ter a nossa intimidade violada por nossas próprias escolhas. Boa surpresa.