A Espinha do Diabo


- Eu já tinha visto o trailer de Espinazo del Diablo, mas não sabia que já tinha sido lançado sequer no cinema, quanto mais na TV. Daí ontem assisti no Telecine, onde encontrei o filme meio que sem querer. Ele conta a história de Carlos, um órfão cujos pais, republicanos, morreram na Guerra Civil Espanhola. Ele então é levado, pelo tutor, Ayala, (outro guerrilheiro) para o orfanato Santa Lucia, dirigido por Carmen e Casares, que, além de serem republicanos também, guardam o dinheiro da causa em forma de barras de ouro. Ao mesmo tempo em que mostra o drama da guerra, através de uma bomba atirada no meio do orfanato que nunca explodiu, o filme mostra o drama daqueles que vivem os períodos de guerra: Das crianças, famintas e sem esperanças, que se dedicam a manter acesos os sonhos para o futuro; de Carmen, abandonada pelo marido, perneta, que se entrega a Jacinto, o segurança do lugar; de Casares, culto, poeta e impotente, que ama Carmen mas não pode tê-la; de Jacinto, corrompido pela idéia de apoderar-se das barras de ouro; e de Conchita, jovem professora, que deseja casar-se com Jacinto e de Santi, o fantasma de uma criança assassinada que assombra o lugar. Santi desapareceu no dia em que a bomba-que-não-explodiu (que representa o elo que une todos os dramas) apareceu no pátio do lugar.

O filme é muito interessante especialmente porque mescla a idéia de uma história de suspense e horror (o fantasma do garoto) e o drama da guerra. As peças da história são cuidadosamente montadas, e cada detalhe importa para o desfecho final. Gostei muito, principalmente, porque foge dos padrões hollywoodianos de suspense, mesclando gêneros, mesclando tons. Uma boa surpresa.