Extermínio


- Finalmente consegui um tempinho para escrever algumas linhas sobre o filme. Eu já tinha visto o trailer, mas Extermínio (28 days later) me surpreendeu. O tema - extermínio da raça humana por contágio biológico - é recorrente nas obras cinematrográficas mundiais, mas o diretor Dany Boyle aborda a questão sem a pretensão de "explicar tudo". O filme meio que tenta ser "indepentente" no modo de contar a história e no roteiro e o resultado não decepciona. As cenas em que o personagem principal, Jim, acorda do coma e anda pela cidade deserta são inquietantes. Além disso, o filme abusa de cenas duras e chocantes, como pilhas de cadáveres espalhados (lembrando o Nazismo), pessoas suicidas, bebês e crianças mortos pelos cantos e cenas violentas bem fortes. No fim, a idéia de ficar sozinho no mundo encontra eco e é possível sentir empatia pelos personagens e se perguntar o que você faria se estivesse sozinho? A estética do filme não é um primor de originalidade. O tom VHS (foi mesmo filmado em VHS?) dá uma idéia irritante da situação (Bruxa de Blair) e, muitas vezes, chama mais a atenção do que o filme (as cenas ficam borradas e escuras e as pessoas começam a se perguntar se há algum problema com a projeção). Enfim, gostei muito. Até porque faz muito tempo que não vejo nada interessante no cinema em Pelotas. Mas não vá em busca de uma obra prima. Só um detalhe: O filme foi relançado nos cinemas americanos quando estreou no Brasil, desta vez, com o segundo final que vai vir para nós apenas no DVD. De acordo com a resenha do Omelete, o segundo final é mais "pessimista", bem diferente do "hollywoodiano feliz" que aparece no filme.