O Retorno do Rei


poster_finalp.jpg- Atenção: Spoilers! - Ontem, às 13h, juntamente com pessoas fantasiadas de vários seres da Terra Média, mais o Japa e a Bina, o Otávio e a Luana, fomos eu e o Ricardo assistir (sem almoço!) O Retorno do Rei. Peter Jackson é realmente uma surpresa. Não me lembro, em toda a minha vida, de ter tido a mesma sensação com outra triologia (a não ser BTTF, mas essa o terceiro filme é meio fraquinho com aquela história de velho Oeste). É um final apoteótico. O Retorno do Rei trabalha com todo o espírito do livro: As cenas de ação são muito mais épicas, a luta da Éowyn com o Feitceiro de Angmar, os olifantes, a chegada dos Rohrim à Minas Tirith quando parece não mais haver esperança, os faróis pedindo socorro, a passagem pela Sendas dos Mortos, e Frodo finalmente lutando contra Sméagol pelo anel.

O roteiro é primoroso no que se propõe, que é contar uma longa e complexa história (e quem conhece J. R.R. Tolkien sabe do que estou falando) de uma maneira inteligível sem entrar em todos os detalhes. O filme é um espetáculo visual. A fotografia é simplesmente fantástica, sem falar em cenários e figurinos. Tem cenas que são realmente uma descrição viva do livro. Os efeitos especiais são muito bons - Gollum, como sempre, rouba todas as cenas. O resto vai ficando em segundo plano na narrativa de Jackson, que não tenta se apoiar em atuações fantásticas. Na verdade, os atores são todos medíocres, com a óbvia exceção de Sir Ian McKellen.

Entretanto, várias coisas que para mim são fundamentais na história, como a reação dos habitantes de Minas Tirith ao escutar a corneta dos Rohrim, a revelação de Aragorn como o Rei que volta à Cidade Branca no momento de maior desesperança (a melhor parte do livro, quando os barcos desfraldam o estandarte dos Reis de Gondor que a Arwen fez), acabaram ficando de fora e com isso, o terceiro filme perde um pouco do brilho e do espírito de Tolkien: a chegada da nova esperança quando não é mais possível ter esperança.

O Retorno do Rei é um filme que deve ser degustado em seu espetáculo visual. Nada mais, nada menos. Mas ainda assim, um belo final para uma triologia que certamente vai figurar entre os clássicos do cinema. Meu favorito ainda é o primeiro filme, principalmente pela cenografia. Mas este não faz feio e merece ser visto. :)