Nightwish- Um pouco decepcionada, acabo de voltar do show do Nightwish no Opinião. O efeito MTV parece ser um pouco mais sério do que eu pensava.

Para começar, teve gente que dormiu na frente do Opinião. Eu vim com uns caras no ônibus que foram as 13h para a fila. 10 HORAS antes do show. Às 16h eu passei ali na frente e já tinha uma fila gigantesca. Como eu e o Ricardo odiamos fila, fomos fazer uma visita básica à Renata, Dani e Paulo, e depois passeamos pela Cidade Baixa, com direito a uma parada estretégica no Nova Olaria para restaurar as forças antes do evento. Com isso, chegamos na fatídica fila (que já virava a esquina) perto das 20h. Descobri que o Opinião tem "seguranças de fila", muito legal. Eles ficavam tentando impedir as pessoas de furar. Não que adiantasse, mas foi legal mesmo assim.

Por volta das 20h 45min, a fila começou a andar. Entramos no Opinião as 21h e, surpreendentemente, conseguimos um excelente lugar, em cima de um degrau que permitia uma ótima visão do palco. O público, que na fila parecia bem entusiasmado, estava frenético.

As 23h em ponto começou o show. O público, que estava frenético às 21h, no entanto, já estava semi-morto de calor graças ao excelente sistema de ventilação do lugar, que conseguia manter a temperatura em ascendentes 50 graus celsius. Uma boa recepção para a banda (maior para a Tarja, que é lindíssima ao vivo). Aliás, a Tarja surgiu, para desespero das garotas góticas, vestida com um lindo fraque feminino vermelho brilhante, meias finas e sapatos, exatamente como se fosse para uma festa de gala e só foi satisfazer as meninas (e os caras, que quase tiveram um ataque) no terço final, quando surgiu de saia preta e corselete sexy.

Entretanto, apesar da simpatia da banda, o show foi burocrático e morno. O som estava ruim. Na primeira entrada da Tarja, não se ouvia a sua voz. Depois, a bateria ficou muito alta e esmagou o resto do som. Os altos e baixos atrapalhavam as músicas e os solos fantásticos da Tarja (que eram inaudíveis). Além disso, o público, morto de calor não reagia tão bem quanto o esperado (as pessoas bem que tentavam gritar, mas depois de alguns minutos, acabava o ar). Para completar, a banda fazia freqüentes paradas (a cada 3 ou 4 músicas) em que a Tarja ia recuperar a voz, mas que, invariavelmente, esfriavam mais ainda a platéia. Quando a banda fez uma parada mais longa (supostamente o final do show, após uma hora), a platéia tentou reagir e eles voltaram e deram um bis de uns 15 minutos. Entretanto, o público só incendiou de verdade na música final, "Wish I had an Angel" e nos pedidos de "Over the hills and far away" que, infelizmente, não foram atendidos pelo Nightwish.

Bem, eu gostei, mas fiquei com uma impressão ruim. A banda parece que está meio deslumbrada com o recente sucesso "MTVístico" e um quer aparecer mais que outro. Além disso, os berros ensandecidos das pessoas me faziam pensar, a cada minuto, que eu podia estar num show do KLB e a histeria seria a mesma. Depois, o público, aparentemente, só conhecia as músicas do Once (Nemo e Wish I had an Angel, especialmente), praticamente emudecendo quando algumas canções mais antigas eram tocadas. O calor sufocante e o aperto (estava cheio, mas entendam que esse "aperto" não é nem de longe o de Pelotas, eu tinha perfeito espaço para me mexer) também contribuiram para a minha falta de ânimo. Enfim, foi um bom show para ver a performance da banda ao vivo (morna, sem virtuosismos de instrumentos e com um uso, eu diria, exagerado do MD para suprir vocais e instrumentos, e só salva pelo vocal Tarja que é poderoso), mas não devo repetir a dose.