março 30, 2004

Ciência e Pesquisa no Brasil AA048717.jpg- A questão da pesquisa é um grande problema no Brasil. Paulo de Camargo, freelancer para a Folha, aborda com propriedade o problema nessa matéria.

No Brasil, os mais de 20 anos de estudo não são suficientes nem para a obtenção de uma bolsa, já que o funil é muito estreito. As principais agências de financiamento de pesquisas no país não atendem nem a 10% da demanda por bolsas. Para ter uma idéia, somente o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) tem cerca de 16 mil pedidos de bolsa para 2004, dos quais espera atender a apenas mil.


A meta do governo é aumentar o número de doutores no País de 7 mil para 10 mil por ano. Muito bom. O único problema é que não existe mercado para a pesquisa no Brasil. O que fazer com esses novos 10 mil doutores? As universidades públicas pagam mal e não abrem vagas há anos. As privadas já estão com o seu quadro de professores quase lotado e, em sua maioria, investem recursos reduzidos na pesquisa. Centros tecnológicos? Não existem. Centros de Pesquisa? Raros onde se paga pouco e não se tem investimento.

A realidade é duríssima. As instituições financiadores da pesquisa no Brasil, como a CAPES, o CNPq e, no nosso caso, a semi-moribunda FAPERGS, operam cada vez mais com recursos escassos. A realidade é que não existe uma política de investimento em pesquisa e tecnologia no País. Mais do que isso, o Brasil produz pouco. É a maior produção da América Latina, eu sei, mas produz pouquíssimo se comparado a centros como EUA, Europa ou mesmo Ásia. Por que? Porque as condições de trabalho com pesquisa são precárias por aqui. Os editais são concorridíssimos. A maioria dos pesquisadores pode passar a vida sem conseguir um tostão das instituições financiadores.

A conseqüência é óbvia. Insatisfeitos e desiludidos com as condições de trabalho no Brasil, os pesquisadores vão embora. O Brasil é um grande exportador de mão de obra barata e super-qualificada. Eu conheço vários doutores e pós-doutores que hoje trabalham em centros de pesquisa no Exterior e não se arrependem, pois recebem todos os incentivos e condições para atuar naquilo que gostam e para o qual, investiram anos de suas vidas.

A formação de um doutor ou pós-doutor leva, em média, 20 anos. O candidato é obrigado a passar por processos de seleção duríssimos, onde é exigido dele uma formação que praticamente inexiste nos bancos acadêmicos da graduação, que é a formação científica; tem que concorrer por bolsas, por vagas nos programas; apresentar trabalhos (de preferência, no exterior, muitas vezes arrumando dinheiro em seus próprios bolsos), publicar, apresentar relatórios o tempo todo (os resultados são exigidos ao extremo) e ainda subsistir com uma verba pequenininha. Muitos desistem pelo caminho. Vários, mais teimosos, formam-se doutores sem emprego.

A verdade é que o problema é sério e precisa de atenção. Gerar mais doutores não é garantia de desenvolvimento tecnológico. É preciso aumentar fortemente os investimentos em pesquisa, se quisermos um dia sair do barco do terceiro mundo. Sem pesquisa, não se produz tecnologia nem desenvolvimento. E para que se produza pesquisa, é necessário investir. Se, ao invés de tentar aumentar o número de doutores, o governo trabalhasse com uma política de investimento que não obrigasse os atuais pesquisadores a comer o fígado um do outro, poderíamos falar em "luz do fim do túnel". Ou isso, ou vamos continuar investindo em cérebros para vendê-los a um custo baixíssimo a empresas e centros de pesquisa no exterior.
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março 28, 2004

Jornalismo - Ainda do Press Think saiu o link para este texto sobre o jornalismo do Professor James Carey, da Columbia University. O texto é a íntegra de um discurso de saudação aos calouros do curso de jornalismo da Universidade, em 1995.

Journalism arose as a protest against illegitimate authority in the name of a wider social contract, in the name of the formation of a genuine public life and a genuine public opinion. Journalism can be practiced virtually anywhere and under almost any circumstances. Just as medicine, for example, can be practiced in enormous clinics organized like corporations or in one-person offices, journalism can be practiced in multinational conglomerates or by isolated freelancers. Just as medicine can be practiced with technologies as advanced as magnetic image resonating machines or as primitive as an ear that hears complaints and an eye that observes symptoms, so journalism can be practiced with satellites or script. The practice does not depend on the technology or bureaucracy. It depends on the practitioner mastering a body of skill and exercising it to some worthwhile purpose.
Posted by raquel at 10:23 AM | Comments (1) | TrackBack
Quem possui o jornalismo? - Jay Rosen, no Press think: No one owns journalism. Artigo essencial para todos os jornalistas e estudantes. Traz argumentos importantes para a já famosa discussão "são blogs jornalismo" (embora ele não se importe com ela), mostrando a principal questão dessa mistura: A abertura que a Internet proporciona, permitindo que o "jornalismo" não seja mais uma exclusividade da mídia, mas passível de ser realizado pelo indivíduo.

The same forces bringing us those developments are meanwhile writing a new chapter in the evolution of journalism, the professional practice, by its available technology. Which brings us to the possibilities of the weblog, a technology available to journalism, which also makes journalism more "available" to non-journalists. The premise of the J-track at BloggerCon (three sessions during the day) is that the weblog form and its setting (commonly but inelegantly called the Blogosphere) together represent something new in journalism-- new and potentially important.


E o que pode acontecer se o jornalismo de tornar "popular"? Serão necessários os jornalistas no futuro? Poderão os blogs se tornar imensos espaços de debate popular sobre informações e não simplesmente novos noticiários individuais? A discussão sobre o assunto está aí.
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Blog do Chomsky - Dica indispensável do Pontomedia: Weblog de Noam Chomsky! Não deixem de ler.
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Michael Moore e o Brasil moore.jpeg- A Folha Ilustrada de hoje traz uma apresentação escrita pelo Michael Moore do seu livro "Dude, where's my country?" (título parodiado do filme "Dude, where's my car?") que foi lançado no Brasil como "Cara, cadê meu país?". Entre as várias coisas ditas aos brasileiros (confira aqui a apresentação do livro, na íntegra), ele afirma que:

Recentemente, em viagens ao exterior, as pessoas me agradecem e me saúdam como "o único americano são". É um cumprimento, mas não é verdade. Eu posso garantir a vocês que nem toda a América enlouqueceu. Por favor, jamais esqueçam esta simples e única verdade: a maioria dos americanos não votou em George W. Bush. Ele não está na Casa Branca pela vontade do povo americano. A maioria dos americanos, contrariamente à crença popular, é de fato bastante progressista e liberal - só que faltam líderes realmente comprometidos com o caráter liberal para servi-los. Quando isso for consertado (eu espero que logo), as coisas vão melhorar.


Eu acho que o problema com o Bush não é extamente o fato de ele tomar decisões unilaterais e estúpidas. Acho que o problema é que ele personaliza tudo aquilo que os outros povos mais detestam nos americanos: seu autoritarismo diante do mundo, sua total inaptidão para o diálogo, seu desprezo pelas leis mundiais, sua busca de dinheiro a qualquer custo, seu egoísmo e interesse exclusivos em si mesmos, sua presunção e sua completa estupidez.

Não podemos esquecer que, às vesperas dos 40 anos do golpe militar no Brasil, que todas as ditaduras na América Latina, bem como seus golpes miilitares, foram patrocinados pelo governo americano, apavorado com a possibilidade de que surgissem países "comunistas" no continente. E que essas ditaduras militares, das quais a maioria dos latinos livrou-se há bem pouco tempo, ainda têm cicratizes profundas e dolorosas.

moorelivro.jpg
O Brasil tem de se erguer acima dos seus problemas, do racismo arraigado, do qual muitos não querem nem falar, aos déficits nacionais, sob os quais muitos gostariam de ver seu país esmagado. Fazer frente à América na questão da guerra (e ainda gozar com a cara das políticas de imigração do Bush) foi uma atitude fantástica. Eleger um líder popular que saiu das classes trabalhadoras foi um tremendo passo à frente. Resistir à Alca também é bom. Sigam no caminho, lutem o bom combate.


Apesar do extremo interesse dos governantes americanos em controlar a circulação de informações no mundo, isso é uma tarefa cada vez mais difícil. Sem ditaduras, sem censura e sem meios de comunicação extremamente centralizados, está complicado impedir que as informações circulem. Esse fluxo livre gera problemas, é claro, com coisas como pedofilia e terrorismo circulando mais livremente no mundo. Entretanto, também gera frutos potencialmente positivos, como uma consciência crítica mundial anti-globalização americana, um posicionamento forte no mundo contra as decisões unilaterais de Bush e material como o de Moore circulando pelo planeta. E o mais importante: Esses meios não centrais estão contribuindo para a circulação de informações dentro da própria América, auxiliandoos próprios americanos a desenvolverem um senso crítico sobre seu país.

É encorajador saber que, no ano passado, numa época em que Bush era supostamente tão popular (como a mídia insistiu erradamente em registrar), o livro que os americanos mais compraram e leram, mais que qualquer outro, levava por título "Stupid White Men - Uma Nação de Idiotas", e era estrelado por ninguém menos que George W. Bush. Vocês viram? Nem tudo está perdido!


Às vezes o mundo me dá esperanças. Às vezes eu acredito que um dia superaremos a inegável estupidez da humanidade. Mas só às vezes. O Michael Moore tem um website com um blog, onde estão a maioria de seus manifestos.
Posted by raquel at 9:44 AM | Comments (0) | TrackBack

março 27, 2004

Sobre Ventos e Furacões 20040326-mapa.jpg- Cheguei em casa e me deparei com a bizarra notícia de que tem um furacão vindo pra cá. Um furacão se formou no Atlântico Sul e está vindo exatamente na direção do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É nível 1, fraco, mas os meteorologistas estão encontrando dificuldades em monitorá-lo e pedindo auxílio aos EUA, já que o fenômeno jamais aconteceu em toda a história da Meteorologia. O furacão deve atingir a costa brasileira entre a madrugada de hoje e a manhã de sábado. O que falta agora? A água girar para o lado errado no ralo? Os pólos magnéticos da Terra se inverterem? Eu não sei onde a Marina está, mas se eu fosse ela, estaria grudada em todos os computadores da universidade observando esse fenômeno inédito.

Update: A nossa meteorologista de platão, a Marina avisou que não se trata de um furacão, mas sim de um ciclone extra-tropical, que já aconteceu outras vezes na região. :)
Posted by raquel at 12:24 AM | Comments (9) | TrackBack

março 23, 2004

IAMCR - Meu paper e do Alex Primo, "Participatory creation of multidirectional links aided by the use of co-link technology", que é baseado no Projeto Co-Links acaba de ser aceito para ser apresentado na Sessão de Pesquisa Participatória (Participatory Research) no IAMCR, que este ano vai ser em POA. Vai ser minha primeira apresentação em inglês. Very Cool. :DDD
Posted by raquel at 11:26 AM | Comments (14) | TrackBack

março 22, 2004

Entrevista com o Saramago - A Folha publicou uma entrevista com o Saramago, em virtude do lançamento de seu novo livro "Ensaios sobre a Lucidez". A entrevista, realizada por e-mail, mostra o quanto é difícil para os jornalistas articular questões que não sejam mal-interpretadas pelo entrevistado. Além disso, mostra a dificuldade em se entrevistar um estrangeiro, principalmente pela questão da cultura.

Folha de S.Paulo - De quem é a frase "Nascemos, e nesse momento é como se tivéssemos firmado um pacto para toda a vida, mas o dia pode chegar em que nos perguntemos: Quem assinou isto por mim"?

José Saramago - É minha. Ou não se pensa que eu seja capaz de produzir uma frase assim? E digo mais: essa frase resume todo o livro. Sem esquecer da epígrafe: "Uivemos, disse o cão". Os cães somos nós. É hora de começar a uivar.


Apesar disso, o jornalista faz considerações inteligentes e parece conhecer, senão na totalidade, pelo menos parte da obra do autor.
Posted by raquel at 10:35 AM | Comments (6) | TrackBack

março 21, 2004

Tom Blog - Dica do Otávio: A Tom Bloch agora Tom Blog. (Desculpem, mas meu senso de humor é bizarro.) :D
Posted by raquel at 11:16 AM | Comments (7) | TrackBack
Blogger.com.br - A Blogosfera brasileira está em pé de guerra. Ao que parece, o Globo.com decidiu cortar os serviços do Blogger.com.br para todos os não-assinantes dos serviços Globo e começou a cortar os blogs sem avisar seus donos (alguns insinuam que o motivo do corte seria uma censura ao conteúdo, que muitas vezes teria questionado o serviço). Como resultado, os blogs estão sendo mudados para outros serviços e estão iniciando uma campanha de protesto contra o Blogger.com.br. Uma queda de braço violenta. Leia mais no novo blog do Inagaki, do Marmota, e aqui. O Rodney Brocanelli também escreveu uma matéria sobre o assunto, falando do Brasil, que agora é o "país dos sem blog".
Posted by raquel at 11:07 AM | Comments (4) | TrackBack

março 19, 2004

Blog Survey - A Fernanda Viégas, que é uma brasileira que estuda no Media Lab, junto ao grupo da Judith Donath, acaba de publicar os primeiros resultados de uma pesquisa que realizou com blogueiros americanos. Tem várias informações interessantes. Dica do Pontomedia.
Posted by raquel at 11:41 AM | Comments (0) | TrackBack

março 16, 2004

Fotojornalismo e atentados - Na esteira do último post sobre ética e jornalismo nos atentados em Madri, há uma discussão agora sobre fotojornalismo e manipulação digital. Alguns jornaisno Brasil pegaram as fotos (de péssimo gosto) citadas abaixo e as editaram digitalmente, apagando as coisas mais chocantes. Isso gerou uma controvérsia imensa, principalmente a partir dos autores das fotos (fotógrafos da Reuters), que não ficaram nada satisfeitos com a edição de suas imagens. No Fotosite dá para acompanhar a discussão aqui e aqui (inclusive com as imagens editadas).
Posted by raquel at 10:10 AM | Comments (2) | TrackBack

março 15, 2004

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Posted by raquel at 8:15 AM | Comments (0) | TrackBack
Jornalismo e Ética veja.gif- Essa é uma discussão complicada. Entretanto, acho que é necessária. O motivo deste post é a Revista Veja desta semana, que tratou, basicamente, dos atentados em Madri. Sobre os atentados, nenhum problema. O que me chocou e me fez pensar, entretanto, foram as fotos que Veja usou para ilustrar a matéria. Todas foram fotos que exibiam, de modo explícito, corpos humanos mutilados, cadáveres no trem, pedaços de corpos pelo chão. Fiquei absolutamente chocada com a total falta de cuidado em expôr fotos de pessoas que foram mortas em um dos eventos mais traumáticos da Europa.

"O jornalista deve evitar a divulgação dos fatos:
- Com interesse de favorecimento pessoal ou vantagens econômicas;
- De caráter mórbido e contrários aos valores humanos.
(artigo 13 do código de ética do jornalista)


A desculpa básica para a exibição de tais fotos (inclusive na capa, diga-se de passagem) poderia ser justamente "chocar" as pessoas, para mostrar a gravidade do problema. Não justifica. Outras estratégias, que não a exibição de corpos mutilados, poderiam ter sido usadas para mostrar a dimensão do atentado. Além disso, no meu entender, nada justifica ou explica dentro do jornalismo, a exibição gratuita de fotos tão chocantes, tão grosseiras, tão degradantes para as próprias vítimas e suas famílias. A não ser o sensacionalismo e a tentativa de explorar a curiosidade mórbida dos indivíduos para vender revistas. É triste que em uma das maiores revistas jornalísticas do País, a ética tenha sido, mais uma vez, guardada na gaveta e o jornalismo, mais uma vez, afrontado pela falta, mais do que de ética, de total humanidade.
Posted by raquel at 8:06 AM | Comments (7) | TrackBack

março 12, 2004



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This black ribbon is a symbol of sorrow, mourning and solidarity to people in Spain. It is also a symbol against intolerance and terrorism, and a demand for peace.

A fita preta é um símbolo da tristeza, do luto e da solidariedade pelas pessoas na Espanha. É também um símbolo contra a intolerância e o terrorismo, e uma demanda pela paz.
Posted by raquel at 4:04 PM | Comments (4) | TrackBack
Terrorismo na Espanha upload_t.gif- Ontem todos os jornais passaram o dia dando notícias sobre o pior atentado terrorista que a Espanha sofreu em anos. Com requintes de crueldade, bombas foram colocadas em trens, armadas para explodir extamente no horário de pico, com o objetivo que conseguir o maior número de vítimas possível. Suspeitos até agora: o movimento separatista de guerrilha do ETA e a Al-Qaeda.

Terrorismo é algo que me choca. Não consigo entender a intolerância, não vejo como ganhar adeptos a uma causa através da violência contra inocentes. Nessa tentativa de conseguir compreender tamanha violência hora, lembro do Baudrillard. Para ele, o terrorismo é cúmplica do sistema, na medida em permeia o estado da globalização ocidental que causa o maior dos terrorismos- a perda gradativa da identidade cultural de cada povo. E cada vez mais sou levada a acreditar nisso como única explicação possível.

A violência do global (...) Essa violência é viral: opera por contágio, por reação em cadeia, destrói pouco a pouco todas as nossas imunidades e a nossa capacidade de resistência. (Power Inferno, pg 56-57)


Baudrillard não acredita, também, que seja possível extirpar o terrorismo, a partir dessa visão da luta contra a globalização (que também é uma luta perdida, segundo ele) e traz Virillo como ajuda:

Essa situação global dá razão a Virlillo quando ele fala de uma guerra civil planetária, sendo a conseqüência política mais dramática dos acontecimentos, o desabamento dos conceitos de "comunidade internacional" e mais amplamente de todo o sistema de representação e legitimidade. (Power Inferno, pg. 73)


Dramático e desesperador. Acho que a luta contra a globalização é uma luta perdida, mas não acho que ela implique necessariamente numa perda total da singularidade como diz Baudrillard. Esse, parece-me, é um raciocínio muito reducionista, que vê as pessoas não como indivíduos, mas como massa. Acho que a globalização implica, sim, num descentramento da singularidade, numa mudança. Mas é impossível perder essa singularidade, na medida em que não somos todos iguais. Mesmo que façamos coisas semelhantes, o significado dessas ações será sempre culturalmente diferente. Mas claro, essa é só a minha opinião.

Aqui tem uma matéria da Wired falando das reações em blogs e no ciberespaço com relação ao atentado de ontem.
Posted by raquel at 10:12 AM | Comments (2) | TrackBack

março 11, 2004

Orkut - Como o tema da minha tese é redes sociais, tenho passado bastante tempo brincando em ferramentas como o Orkut. A proposta do Orkut é muito interessante, porque permite que as pessoas se organizem através de comunidades de interesse, o que acaba funcionando como um atrator para os grupos sociais. Além do mais, é divertido ver os amigos dos amigos e pensar como este mundo é pequeno. ;)
Posted by raquel at 11:36 AM | Comments (3) | TrackBack

março 9, 2004

Blogs e Jornalismo - Artigo do Jay Ronsen - The Weblog: An Extremely Democratic Form in Journalism .

A weblog can ?work? journalistically?it can be sustainable, enjoyable, meaningful, valuable, worth doing, and worth it to other people ?if it reaches 50 or 100 souls who like it, use it, and communicate through it. Whereas in journalism the traditional way, such a small response would be seen as a failure, in journalism the weblog way the intensity of a small response can spell success.


Engraçado é que existe uma polêmica entre os teóricos brasileiros, onde muitos acreditam que weblogs não poderiam ser formas de jornalismo. Do meu ponto de vista, weblogs já são jornalismo há muito tempo. Como Rosen descreve no artigo, a experiência do Christopher Albrighton no Iraque já demonstrou isso. Dizer que não é jornalismo unicamente porque rompe com o fluxo tradicional descendente mídia->públíco e estabelece um novo fluxo horizontal, público->público, com possibilidade de debate, é excluir a formação da cidadania como fundamento do jornalismo. Dica do Pontomedia.
Posted by raquel at 9:46 AM | Comments (4) | TrackBack
IAMCR - Estão abertas as inscrições para o congresso da IAMCR (nternational Association for Media and Communication Research) que vai ser realizado, este ano em POA. O preço é meio salgadinho (300 reais para não sócios), mas é um grande congresso internacional que vai acontecer no Brasil pela primeira vez.
Posted by raquel at 9:31 AM | Comments (9) | TrackBack

março 8, 2004

Joguinho - O Érico postou esse joguinho. Eu esmaguei a pontuação do Ricardo na minha primeira tentativa. Depois disso, usamos lógica e dedução para conseguir o máximo de pontos e terminar o jogo. Só levou umas duas horas. :P
Posted by raquel at 10:43 AM | Comments (2) | TrackBack

março 7, 2004

Sono treni in corsa, che nessuno fermerá ind-npc.jpg- Lembranças da Itália, 1995. Uma das melhores coisas que conheci por lá. É um conjunto exclusivamente vocal. Se acharem por aí, escutem. Além disso, essa música simboliza um dos melhores períodos da minha vida.

Le ragazze che ispirano
tutti i testi delle canzoni
sono sempre al centro
dei discorsi di tutti noi
che non conosciamo
nemmeno la meta'
di tutti quel che pensano
e dei segreti che ognuna ha

le ragazze volteggiano
sulle ali degli aquiloni
e noi innamorati
che le seguiamo da quaggiu'
guarda come planano...
qualcuna scendera'
ma quando si allontanano e' no!
e tu...

ci devi stare inutile sperare
di recuperare se hanno detto no
meglio sparire non telefonare
per sentirsi dire un'altra volta no
come se non t'importasse piu'
senza farti mai vedere giu'
si puo' amare da morire
ma morire d'amore no!


(Neri per Caso - Le Ragazze.)
Posted by raquel at 11:15 AM | Comments (0) | TrackBack

março 3, 2004

Die with your boots on - Esses dias li em alguns blogs e fotologs a expressão "die with your boots on" e me lembrei da música, uma das melhores do Piece of Mind. Estou com ela na cabeça desde então.

No point asking when it is,
No point asking who's to go,
No point asking what's the game,
No point asking who's to blame,
'Cos if you're gonna die, if you're gonna die,
'Cos if you're gonna die, if you're gonna die,


If you're gonna die, die with your boots on,
If you're gonna try, just stick around,
Gonna cry, just move along,
If you're gonna die, if you're gonna die.
(Iron Maiden - Die with your boots on)
Posted by raquel at 11:35 PM | Comments (3) | TrackBack

março 1, 2004

Compós 2004 - Estou dando pulos de alegria. Primeiro porque um trabalho que eu e o Alex (com a ajuda do Ricardo) estivemos desenvolvendo desde agosto de 2003, o Projeto Co-links, teve seu artigo aceito na Compós 2004, que é o congresso mais importante da pós-graduação na área da comunicação no País. Segundo porque o trabalho da Lady A também foi aceito no mesmo GT, Comunicação e Sociedade Tecnológica. Recebemos os aceites hoje. Yeah! :D
Posted by raquel at 11:14 PM | Comments (16) | TrackBack
Oscar 2004 113232_cp.jpg- Atendendo a inúmeros pedidos, vou fazer um comentário rápido da cerimônia do Oscar de ontem.

As três maiores injustiças da noite - Como previsto, todos os prêmios foram evidentes e para blockbusters. Nada contra, exceto que eu realmente achava que "Cidade de Deus" merecia o oscar de edição, já que a montagem de "O Retorno do Rei" é terrível. Mas era mais ou menos previsível que isso aconteceria, já que resolveram dar, de uma vez só, todos os oscares que a triologia não tinha levado. Achei injusto também que "Girl with a Pearl Earring" não ganhou melhor fotografia. Só naquele clipe de apresentação dos indicados já dava para perceber que era dez mil vezes melhor do que o trabalho de "Mestre dos Mares". Short Animation: Outra injustiça. "Gone Nutty" merecia aquele prêmio. Aquele esquilo com aquela noz fugindo das geleiras é simplesmente uma das melhores coisas em matéria de animação e humor que já passou pelos cinemas.

Melhores Atores - Embora eu torcesse para a Keisha Castle-Hughes e o Bill Murray e o Johnny Depp, não sabia que o Sean Penn nunca tinha levado um oscar para casa. Então, pelo conjunto da obra, até que valeu. Charlise Theron também está muito bem em "Monster" - como diz o Ricardo, sempre que "enfeiam" uma atriz bonita, ela ganha o oscar- mas eu achei a atuação da Keisha primorosa, especialmente depois de ter visto ela ao vivo no oscar. Uma pena.

Cerimônia - Como sempre, uma tradução horrorosa (na hora que o cara da TNT começou a traduzir cantando uma música deu vontade de gritar), piadas grosseiras e tudo muito sem graça (como a sutil "pisada" no Michael Moore no filme de abertura) e com muita falta de noção. Até as apresentações das melhores músicas foram sem graça. Um dos piores oscares de todos os tempos.

Apostas - Perdi aos 40 do segundo tempo para o Rafael, que já tinha avisado que queria revanche pelo ano passado. Em terceiro, ficaram o Érico e o Leo. Ano que vem eu que quero revanche. ;)))
Posted by raquel at 11:10 AM | Comments (6) | TrackBack