Pós-Graduação


- Às vezes (na verdade, quase sempre), atingir os objetivos que a gente tem demanda muito investimento. E algumas vezes, investimento demais. Eu sempre quis ser professora e pesquisadora, foi uma coisa pela qual eu lutei muito e me dediquei muito. Mas algumas poucas vezes (e hoje é uma dessas vezes) dá vontade de jogar tudo pra cima. É janeiro, está quente, e eu, pra variar, não vou ter nadinha de férias. Como nos últimos cinco anos, pelo menos, eu estou enfurnada em casa, com uma pilha de livros pra ler, uma pilha de tarefas pra cumprir, uma pilha de relatórios pra fazer e sobretudo, alguns artigos para terminar e um projeto de tese para dar jeito. É um pouco frustrante quando todas as outras pessoas conseguem tirar alguns dias, ir pra praia ou piscina, ler coisas legais, e tu estás ali, tentando tirar o atraso que o próprio trabalho não te deixou adiantar durante o ano. É uma quantidade monumental de coisas que, sobretudo, exigem que o meu cérebro resolva funcionar, o que tem sido difícil com o calorão, já que a minha pressão vai nos pés e eu mal consigo me concentrar no que estou fazendo. É difícil e chato quando todo mundo te liga para avisar que vai passar o fim de semana em algum lugar e tu sabes que vais passar o fim de semana como o resto da semana: oito, dez ou doze horas direto no computador, e pelo menos umas quatro lendo. As coisas que a gente quer demandam sacrifício. E não vêm de graça, é preciso gastar tempo, suor e trabalho para que elas se concretizem. Mas vale a pena, apesar de ser janeiro, estar calor e eu estar aqui, de novo.