jorn.jpg O Novo Velho Jornalismo- Ontem eu li essa matéria na Wired e tentei postar um texto sobre o assunto, mas a Internet estava horrível. Então resolvi comentar hoje. A matéria fala, principalmente, do ensino de Jornalismo e da necessidade das Universidades adaptarem-se aos usos das tecnologias, que fatalmente vão ser incorporadas no dia-a-dia do jornalista.

For as far back as anyone can remember, New York University has used introductory courses to drill students on the basics: "ledes," "nut grafs," the "inverted pyramid" and the "five Ws" ­- who, what, where, when, why (and No. 6: how). But at a time when the vast majority of our students who enter the job market will never work for a newspaper, does it make sense to stick with tradition?

A idéia toda é de que o formato "tradicional" do jornalismo precisa ser adaptado e que os alunos precisam ser levados a conhecer a produzir novos formatos (blogs são citados inúmeras vezes). A base dessas afirmativas é uma pesquisa realizada entre americanos jovens (18-34 anos), que mostra que uma expressiva maioria prefere ler as notícias na Web, e não lê mais jornais impressos. Com base nisso, Adan Penenberg afirma que os impressos estão fadados a uma morte lenta, embora o jornalismo vá, indubitavelmente, sobreviver.

What is not true, however, is the notion that newspapers are dying. They aren't. In fact, more people read traditional news outlets today than ever before. But they are doing it on a screen.

O mais legal da matéria é uma geral que ele dá sobre o ensino do jornalismo nos EUA, com destaque para os cursos de jornalismo digital, com ênfase em cursos sobre blogs. Embora toda essa discussão seja feita também no Brasil, o que me preocupa não é a Academia ou os professores, mas os próprios alunos.

Embora muitos cursos já contam com professores criativos e que têm idéias bem legais sobre os novos meios, tenho visto uma resistência sem precendentes na maioria dos alunos. Eles não querem aprender a usar a tecnologia. Muitos, inclusive, dizem que nunca vão trabalhar com o digital, que não "gostam" de computador, etc. Já peguei alunos que realmente nunca tiveram contato com a máquina, alguns com dificuldade extrema até mesmo para digitar. Talvez isso aconteça porque eu pego os alunos do último semestre, já cansados e sem vontade de aprender nada novo. Mas a verdade é que isso me preocupa. A maioria parece não perceber que só vai haver um jornalismo: o digital. Não importa se na TV, no rádio, nas fotografias ou mesmo no jornal impresso. A tendência é que o digital entre e abocanhe todos os equipamentos, modifique toda a forma de produção e de construção da informação. Inclusive na assessoria de imprensa. E realmente me preocupa que muitos não se dêem conta disso, ou não percebam que as coisas estão mudando, e muito rápido. E que é preciso adaptar-se e preparar-se para atuar nessas novas rotinas produtivas. Mesmo a TV, será digital. O rádio também. E eu falo de podcasting em sala de aula e as pessoas não se interessam em conhecer ou saber mais. E isso me frustra.