vlad250.jpgO Historiador - Faz tempo que não falo de livros aqui. Depois que ganhei uma quantidade bastante razoável de aniversário atrasado pude deleitar-me na ponte viária Pel-Poa com O Historiador, presente do Ricardo. Fiquei surpresa. Além da riqueza dos detalhes históricos, a maioria de uma parte obscura da História da Europa, um fino e crítico retrato do Leste Europeu sob a Cortina de Ferro e uma narrativa espantosamente envolvente, Elizabeth Kostova consegue revestir a história tão batida dos vampiros de novo interesse. O rebuscamento do estilo da autora me lembrou um pouco o Umberto Eco, tamanha a riqueza de detalhes. Apesar de tudo, o livro tem um início fantástico, uma queda no interesse narrativo no meio - que não desmerece o livro para mim, que adoro informações da Idade Média -, e um final meio apressado.

Trata-se do livro de estréia de Kostova, e tem gente comparando com o Código Da Vinci - uma heresia para a qualidade literária da autora! Trata-se de um livro sobre vampiros e sobre História. A personagem central, filha do Historiador, conta em primeira pessoa os fatos que se desenrolaram com seu pai. Comparativamente, Kostova trabalha com um Drácula mais mítico que os modernos e lânguidos vampiros de Anne Rice, mas em uma narrativa com menos toques de horror que o de Bram Stocker (por sinal, citado várias vezes no livro). A graça da história não são os mortos-vivos, em si, mas a história horripilante dos vivos durante a guerra, as lendas sobre fatos históricos fantásticos, como a queda de Constantinopla e seu saque, pelo sultão Mehmed II em 1453, inimigo mortal de Vlad Dracul Tepes (também conhecido por Vlad, o Empalador, também conhecido por Drácula), senhor da Valáquia. Outro detalhe interessantíssimo é a descrição das bibliotecas e a paixão das personagens pelos livros.

Enfim, "O Historiador" recebe minhas melhores recomendações. Certamente, um lugar destacado entre os melhores livros nos quais tive o prazer de esbarrar este ano.