Veterinária e MST


- Uma das discussões que tem sido notícia freqüente em Pelotas é a proposta de criação de um curso de Veterinária na UFPel para os assentados do MST na região. De acordo com o Diário Popular, jornal local, a proposta abrange:

A proposta do Instituto Educar prevê a criação de um curso de Medicina Veterinária para estudantes selecionados em assentamentos de todo o país.
- As 60 vagas seriam preenchidas da seguinte forma: as comunidades indicariam nomes à Faculdade de Veterinária que seria encarregada de fazer a seleção. A indicação dos assentamentos teria como critérios a participação e os interesses dos educandos/as nas atividades realizadas na própria comunidade.
- Durante o curso haveria outra seleção na qual seriam avaliadas o engajamento e a vontade de permanência dos estudantes.
- O curso teria duração de 2006 ate 2011.
- O financiamento seria feito através Pronera/Incra.
- O curso seria a partir de uma abordagem interdisciplinar, que contemplaria aspectos bióticos (plantas, animais, organismos do solo), abióticos (clima, solo) e socioeconômico-culturais (economia, sociologia, antropologia) do meio ambiente rural, com vistas à sua gestão.
- O curso funcionaria em regime de alternância, composto basicamente de Tempo Escola (TE) e Tempo Comunidade (TC).


Ainda não entendi se o curso seria de extensão ou curso superior. No caso de ser curso superior, seria exclusivo para assentados? Outros agricultores que não pertencentes ao MST poderiam ingressar no curso? Como se daria essa forma de ingresso "diferenciada"? Caso seja um curso superior, por que não basta um curso de Veterinária normal, que já está estabelecido que tem vestibular todos os anos e todos podem entrar?

Não consegui entender direito como vai ser estruturado esse curso, mas caso seja, como descreve a matéria, um curso exclusivo para os agricultores assentados, com ingresso por indicação e avaliado de acordo com o "interesse" do indivíduo na comunidade, acho muito, muito complicado. Sem falar que não entendo porque não podem fazer o curso de Veterinária normal, como o resto da população brasileira.