Estado Paralelo


- Um belo dia, resolveram isolar um cara preso em São Paulo. O cara era um dos líderes do PCC. Resultado? Simplesmente não sei quantas cadeias se revoltaram, com mais de 200 reféns; diversos bancos e prédios comerciais foram metralhados e bombardeados; delegacias e postos policiais foram atacados, resultando em mais de 60 mortos; os ataques estãos se espalhando e já há registro de rebeliões em Mato Grosso do Sul e Paraná; enfim, um fim de semana de terror, como colocou o Terra.

Daí, os delegados, preocupados, chamaram os líderes do PCC para conversar. Compraram pizza e x-picanha para os coitados. Daí a primeira coisa que o líder do PCC diz é:

"Não, doutor, não é verdade, eu não vou matar o Rui. Eu vou matar você..."(...)"Eu posso entrar numa delegacia e matar um policial, mas um policial não pode entrar na cadeia e me matar, pois é obrigação do estado me proteger."


O engraçado é que ninguém chama isso de terrorismo. Uma ação deste porte, com essa coordenação, que se não for sinônimo de Estado paralelo, não sei o que é. Mais de 60 policiais foram assassinados, de forma sistemática e coordenada. Agências bancárias foram explodidas. Agora fico pensando no dia que resolverem chutar algum governante. Ou sei lá, cobrar pedágio da população brasileira (mais um imposto). Ou ainda, bombardearem uma escola. Acho que o Baudrillard deveria falar sobre o "estado de terror" no Brasil. É, minha gente, o "inimigo invisível", infelizmente, dorme conosco. :P

Update - É, acho que agora Sampa tá em guerra mesmo. O comércio fechou as portas, as escolas e universidades suspenderam as aulas, o trasporte público degringolou pq incendiaram metade dos ônibus, evacuaram o saguão de Congonhas por ameaças de bomba e atentados e e Febem também se revoltou. Ah, e metralharam uma viatura policial em plena manhã, no meio da rua. O Lula ofereceu o Exército e o governador de São Paulo negou (obviamente, ele tem a situação sob controle). Já tem gente defendendo o decreto de um estado de defesa.