março 31, 2006

Meme - Da Adriana. Mudei umas coisas.

Quatro empregos que tive na vida
1. assessora de imprensa
2. webwriter
3. programadora web
4. jornalista

Quatro sítios onde fiquei por algum tempo
1. Pelotas
2. Porto Alegre
3. Roma
4. Montevideo

Quatro filmes que vi vezes sem conta
1. Indiana Jones (todos)
2. Star Wars (todos)
3. LOTR (todos)
4. De volta para o Futuro (todos)

Quatro livros que li vezes sem conta (lista difícil, eu sempre leio os meus livros mais de uma vez, vou colocar os que mais lembro de ter lido no decorrer da vida)
1. LOTR
2. Alice no País das Maravilhas
3. Macbeth
4. Jurassic Park

Quatro pratos favoritos (muda toda hora)
1. Sa Teh do Koh Pee Pee
2. Frango ao Curry Verde (meu)
3. Filé ao Molho de Nata do Batuva
4. Salada Croasonho do Croasonho

menção especial ao bauru de filé do Cannil e à pizza à Vila da Mamma
Quatro séries que adoro (mas sempre perco)
1. CSI Las Vegas (o Grisson é meu ídolo)
2. Desperate Housewives
3. Lost (mas tá um saco agora, vejo muito esporadicamente)
4. CSI Miami (não acho tão bom, mas esse eu consigo ver de vez em quando)

Quatro websites que visito diariamente
1. Folha de São Paulo
2. Wired News
3. Terra Notícias
4. BBC

Quatro sítios onde gostaria de estar agora
1. Koh pee pee (a ilha, não o restaurante)
2. Istambul
3. Roma
4. New York e San Francisco ;)

Quatro coisas que eu preciso fazer com a máxima urgência
1. Um visto
2. Dois artigos
3. Terminar a tese
4. Achar um tempo para ler ficção decentemente

Não vou passar o meme pra ninguém. :)
Posted by raquel at 10:30 AM | Comments (3) | TrackBack

março 30, 2006

Mestrado - Parabéns para o meu amigo Cássio Furtado, novo integrante do time jedi dos mestres com louros. ;))) O Cássio defendeu a dissertação dele ainda há pouco na área de Estudos Globais da Universidade de Freiburg (Alemanha) e foi aprovado com distinção com o trabalho The Nuclear Non-Proliferation Regime Under Challenge: the Cases of Iran and India (O Regime de Não -Proliferação Nuclear sob Desafio: os casos do Irã e da Índia- tradução tosca minha). O Cássio é jornalista e cientista político, um daqueles caras geniais, com quem vale realmente um bom papo sobre política internacional (mesmo no MSN - a mala já morou nos EUA, Alemanha, Índia, África do Sul e etc...). Parabéns Cassito! ;D

Update: Esqueci de dizer que ele tb tem uma graduação em relações internacionais, daí a proposta do mestrado.
Posted by raquel at 1:31 PM | Comments (2) | TrackBack

março 27, 2006

MySpace e a Polícia - Essa matéria da Wired fala um caso em que a polícia dos EUA usou o MySpace para identificar amigos de uma vítima da estupro e roubo. A matéria mostra que a polícia utilizou o sistema para identificar os amigos e conhecidos que poderiam estar na festa. O MySpace tem, nos EUA, um peso semelhante ao Orkut por aqui entre adolescentes e jovens e acaba por demonstrar de um modo razoavelmente fiel a rede social das pessoas. Quem estudou um pouquinho de teoria das redes percebe que o uso não apenas é óbvio, como ainda deve se difundir tanto lá quanto aqui, já que, a interação social que fica registrada no sistema pode demonstrar os laços sociais e fazer com que se perceba o capital social contido nas relações.
Posted by raquel at 8:02 AM | Comments (4) | TrackBack

março 25, 2006

Veterinária e MST - Uma das discussões que tem sido notícia freqüente em Pelotas é a proposta de criação de um curso de Veterinária na UFPel para os assentados do MST na região. De acordo com o Diário Popular, jornal local, a proposta abrange:

A proposta do Instituto Educar prevê a criação de um curso de Medicina Veterinária para estudantes selecionados em assentamentos de todo o país.
- As 60 vagas seriam preenchidas da seguinte forma: as comunidades indicariam nomes à Faculdade de Veterinária que seria encarregada de fazer a seleção. A indicação dos assentamentos teria como critérios a participação e os interesses dos educandos/as nas atividades realizadas na própria comunidade.
- Durante o curso haveria outra seleção na qual seriam avaliadas o engajamento e a vontade de permanência dos estudantes.
- O curso teria duração de 2006 ate 2011.
- O financiamento seria feito através Pronera/Incra.
- O curso seria a partir de uma abordagem interdisciplinar, que contemplaria aspectos bióticos (plantas, animais, organismos do solo), abióticos (clima, solo) e socioeconômico-culturais (economia, sociologia, antropologia) do meio ambiente rural, com vistas à sua gestão.
- O curso funcionaria em regime de alternância, composto basicamente de Tempo Escola (TE) e Tempo Comunidade (TC).


Ainda não entendi se o curso seria de extensão ou curso superior. No caso de ser curso superior, seria exclusivo para assentados? Outros agricultores que não pertencentes ao MST poderiam ingressar no curso? Como se daria essa forma de ingresso "diferenciada"? Caso seja um curso superior, por que não basta um curso de Veterinária normal, que já está estabelecido que tem vestibular todos os anos e todos podem entrar?

Não consegui entender direito como vai ser estruturado esse curso, mas caso seja, como descreve a matéria, um curso exclusivo para os agricultores assentados, com ingresso por indicação e avaliado de acordo com o "interesse" do indivíduo na comunidade, acho muito, muito complicado. Sem falar que não entendo porque não podem fazer o curso de Veterinária normal, como o resto da população brasileira.
Posted by raquel at 3:47 PM | Comments (5) | TrackBack

março 24, 2006

angela.jpg Ângela Dançarina e a Pizza- O assunto de ontem à tarde, na Internet, foi a ridícula (para dizer pouco) "dancinha da vitória" que a deputada Ângela Guadagnin (PT de SP) protagonizo na Câmara. A deputada, ao perceber que seu colega João Magno (PT-MG), não seria cassado, deu vazão à alegria dançando diante das câmeras. O deputado João Magno admitiu ter recebido cerca de 500 mil reais no escândalo do "Valerioduto". Em mais uma pizza, João foi absolvido por um plenário vazio, em uma sessão vergonhosa, que só mesmo poderia acabar com a explosão de alegria da excelentíssima deputada, que hoje, desculpou-se dizendo que só podia "pedir desculpas e compreensão, pois sou humana e extravaso sentimentos", ressaltando ainda que crê "que o João Magno só pegou o dinheiro no banco porque o Delúbio Soares pediu". Ah, tah. Enquanto isso, vou aqui procurando o meu nariz de palhaço diante da vergonha da pizzaria da Câmara, que até agora já absolveu 7 deputados (4 saíram antes que pudessem ser cassados) acusados de receber dinheiro do Marcos Valério. E nem vou falar da ironia que é a ilustre senhora que tripudia da nação brasileira dessa forma ser deputada do PT. :P
Posted by raquel at 11:16 AM | Comments (4) | TrackBack
NovaCorja - Blog do grupo Insanus, sobre política: NovaCorja. Gostei muito e já está gerando grandes debates.
Posted by raquel at 6:41 AM | Comments (1) | TrackBack

março 23, 2006

Banda Larga e Jornalismo - A Folha divulgou um estudo da Pew Internet and American Life Project dizendo que o acesso à banda larga, cada vez mais popular nos EUA, tem aumentado também a leitura de jornais online.

Segundo o estudo, 43% dos internautas que têm banda larga lêem notícias na internet diariamente. Entre este mesmo público, 38% afirmam se informar pelo jornal local e 17% utilizam um periódico nacional para se atualizar. Quando considerados os usuários com conexão discada, os valores vão para 26% (internet), 41% (jornal local) e 12% (diário nacional).


Ou seja, com mais acesso à Internet, os americanos estão utilizando mais a própria Rede para se informar e menos os meios tradicionais.
Posted by raquel at 2:35 PM | Comments (2) | TrackBack
Aoir - Tive dois papers aceitos na Internet Research 7.0. Ambos sobre a minha tese e com reviews muito bons. Embora a conferência seja só em setembro, acho que a possibilidade de eu conseguir ir é pequena. Ir para a Austrália é caro, muito caro, leva meses inteiros do meu salário e sem ajuda de nenhuma instituição financiadora (o que a gente não tem, se não tem doutorado e, mesmo com o título, é muito difícil) eu teria que parar de comer de agora até lá para conseguir juntar dinheiro. Mas que ia ser tão, mas tão legal poder participar, pela primeira vez, de uma conferência internacional sobre pesquisa na Internet, com pessoas que são experts na área e cujos trabalhos eu uso para minhas pesquisas, com certeza ia. Fora as contribuições de idéias para a minha tese. E a AOIR é super famosa e respeitada. Sometimes it sucks to live and work in Brazil. :(
Posted by raquel at 11:10 AM | Comments (4) | TrackBack
jogo2.jpgJogue por um emprego- De acordo com essa matéria da Wired, dispender algum tempo jogando no computador ou online pode ser uma excelente forma de se treinar para um emprego.

Simulation games have proven excellent tools for training people in manual skills; for example, X-Plane, a flight simulator that runs on home computers, has been certified by the Federal Aviation Administration. But accidental learning transcends intentional training. When role-playing gamers team up to undertake a quest, they often need to attempt particularly difficult challenges repeatedly until they find a blend of skills, talents, and actions that allows them to succeed. This process brings about a profound shift in how they perceive and react to the world around them. They become more flexible in their thinking and more sensitive to social cues. The fact that they don't think of gameplay as training is crucial. Once the experience is explicitly educational, it becomes about developing compartmentalized skills and loses its power to permeate the player's behavior patterns and worldview.


Quem jogou muito o World of Warcraft, por exemplo, e conseguiu ser um guild master, compara a matéria, fez um curso completo de liderança através da simulação. Empresas como o Yahoo já começaram a pensar nisso.

Eu era expert em ganhar no Civilization (conquistando o mundo ou indo para o espaço ou ambos) e conseguia manter grandes comunidades de Sims felizes. Além disso, gostava de inventar maneiras mais divertidas de ganhar outros jogos de estratégia, como o Dungeon Keeper e o Star Wars (ei, Wagner, lembra quando eu te destruí no Battleship?). Preciso acrescentar urgente essas novas habilidades no meu currículo!. Será que os joguinhos do ICQ contam? E aqueles da Eyezmaze?
Posted by raquel at 11:00 AM | Comments (2) | TrackBack

março 22, 2006

Rachmaninoff - Uma notícia do Omelete que me causou surpresa hoje: Bruce Beresford vai dirigir um filme sobre a vida de Sergei Rachmaninoff (1873-1943). Depois de "O Pianista" achei que Hollywood tinha enjoado de filmes sobre músicos e muito mais, de músicos polêmicos como o Rachmaninoff. O filme, diz a matéria, vai se chamar "Rhapsody". Muito apropriado.
Posted by raquel at 2:14 PM | Comments (3) | TrackBack
onda.jpg Pedras que rolam- Uma das coisas que eu acho mais estranhas na vida é o jeito que as coisas mudam. Espera-se sempre, que as mudanças aproximem-se devagar, como as marolas, aproximando-se aos poucos, ritmadamente. Na realidade, acho que as mudanças são, entretanto, muito mais parecidas com o choque da onda na praia. Chegam, rebentam, molham a areia e acabam. E daquele momento em diante, as coisas todas ficam diferentes e é preciso adaptar-se. Por algum motivo, as pessoas passam a vida esperando e ansiando pelas mudanças. E, quando elas finalmente acontecem, essas mesmas pessoas ficam amedrontadas com a necessidade de adaptação ao novo. Alguns escondem-se, param no tempo, fingindo que nada aconteceu. Outros ainda, ficam presos ao passado, sem conseguir mudar, lamentando o que se foi. Os realistas percebem que a fase anterior acabou e adaptam-se da melhor forma possível ao novo. Alguns poucos adoram, mal podem esperar pela próxima mudança. A única constatação é que as mudanças, por mais esperadas e preparadas que sejam, são sempre surpreendentes, arrasadoras e diferentes do que esperávamos. Por isso, acho que é preciso ter coragem para viver. Ou então, é melhor esconder-se num casulo e fingir que nada muda, nunca.
Posted by raquel at 2:05 PM | Comments (3) | TrackBack
Spammer do Inferno - A cada dia que passa, sou obrigada a colocar mais e mais coisas no meu filtro de spam dos comentários. Agora, os malditos do inferno que fazem spam resolveram usar endereços do blogspot para spamear com venda de remédios. A cada 2 ou 3 dias, eu perco umas 2 horas apagando milhares de novos spams dessas pessoas from hell.

Isso tudo só para dizer que não desistam de comentar. :P Meu filtro de spam vai ficar chato, mas é isso ou ter o blog inundado de spam. A menos que alguém tenha uma solução melhor aí pra me dar.
Posted by raquel at 1:45 PM | Comments (5) | TrackBack

março 17, 2006

Visto - Apesar do calor do inferno, das milhões de horas de espera e cansaço absurdo, operação visto concluída com sucesso. Roger. Transmissão direto de Congonhas, pela internet wireless legal que tem aqui.
Posted by raquel at 3:40 PM | Comments (9) | TrackBack

março 15, 2006

Novo Blog - Dica do Träsel (atual homem-Limc, ou seja, o único que atualiza o blog do Grupo de Pesquisa- shame on me) novo blog acadêmico na blogosfera brasileira: o do Eric Felinto, professor da UERJ.
Posted by raquel at 2:20 PM | Comments (2) | TrackBack
Glocalização e Redes Sociais - A Danah Boyd, da Universidade de Stanford, publicou no blog a íntegra de sua palestra G/localization: When Global Information and Local Interaction Collide na O'Reilly's Etech, onde ela discutiu a interação social mediada pelo computador em um contexto global a partir dos exemplos do Flickr, MySpace e Craiglist.

As digital communities grow, they do not get homogeneous. In fact, quite the opposite. They get unwieldy as different communities within the system compete for resources where that resource is features that move the system in the direction they would like to see it go. Everyone is connected, meaning that all sorts of conflicts come crashing together. Language barriers make it hard for people to communicate. Cultural barriers make it hard for them to understand each other. Social barriers make them not care.

Just because people _can_ connect globally does not mean they want to. People are more drawn to those who are like them, who share their same values and cultural norms. In this way, people don't have to explain the foundations of their thoughts. They feel more closely aligned and more willing to share with people who are more like them. Similarities breed less conflict. Furthermore, most people don't use digital communities to make new friends - most use it to connect to offline friends through technology.

Ainda ontem, na aula sobre redes sociais, eu estava dicutindo o assunto com os alunos. Apesar das conexões, há uma competição por recursos sociais (que se verifica com facilidade, por exemplo, no Orkut). Há uma busca pela identificação (já diria o Juremir, citando o Maffesoli), mais do que pela compreensão. Talvez por conta disso, a sincronia seja uma tendência emergente nesses grupos. Do mesmo modo, o conflito, gerado pelo aumento desenfreado e orgânico da participação nos sistemas, proporciona caos. Èntretanto, discurdo da última parte. Acho que existe um grande percentual de pessoas que usa a CMC, pelo menos no Brasil, para fazer novos amigos. Acho que a similaridade aqui é que a Internet é usada para conectar-se com o vizinho.

A Danah salienta ainda a importância do pensamento glocal para se construir um suporte à comunidade, tais como dar poder aos usuários; prover a conexão não aleatória, salientar os interesses que podem motivar as conexões e etc.

Organic community growth, embedded design, and the ability to connect culturally local communities through global network are the way to form large sustainable communities.


A palestra é realmente interessante e não acadêmica. Leiam.Link provido pelo Many-to-Many.
Posted by raquel at 2:03 PM | Comments (4) | TrackBack

março 13, 2006

Da impressão de que as coisas mudam rápido demais - Há uns dez anos atrás, nós éramos uma turma. A gente fazia o mesmo que todos os jovens/pós-adolescentes pelotenses de hoje. Passávamos as semanas indo no cinema e vendo todos os filmes que estreavam, comendo em rodízios de pizza baratos de qualidade duvidosa, nerdeando noites e madrugadas, indo a festas de igual qualidade duvidosa, marcando reuniões nas casas de um e de outro, jogando madrugadas inteiras, assistindo todos os filmes trash possíveis, fazendo luau, "acampando" e etc. Era muito bom. A gente cresceu. Fizemos carteira de motorista (lembram de todos os "Fulanomóveis"?), entramos na faculdade, começamos a trabalhar. Eventualmente, saímos da faculdade e fomos morar fora. Alguns voltaram. Alguns, ainda, foram fazer faculdade fora. Conhecemos outras pessoas, fizemos novos projetos. Novas aquisições para a turma. Aprendemos a pagar contas e a fazer miojo. Namoramos. Fomos a shows, viajamos (uma das vantagens de se trabalhar é ter mais dinheiro). Começamos a dar valor para comida decente. Moramos em outros lugares. Passamos trabalho. Alguns casaram. Outros tiveram filhos. Nerdeamos ainda mais. O cinema se tornou mais escasso e os restaurantes, mais decentes. Hoje estamos quase todos na casa dos vinte e vários. Quase todos temos empregos (ou estamos "in between"), casas, carros, contas, pós-graduação, projetos de vida para pensar. Inexoravelmente, o tempo passa, o contato diminui e a vida real começa a invadir o espaço de tempo livre que se tinha antes.

Hoje, quase 10 anos depois do início de tudo, cada um está em uma fase diferente. O triste é que a maioria mora (ou começa a morar) longe ou muito longe. E essa maioria não vai voltar, enquanto eu, pelo menos por agora, vou ficar por aqui. Neste fim de semana, nos reunimos - não todos, alguns - para comemorar a defesa da dissertação de uma amiga "estrangeira". Foi muito legal. Mas uma certa melancolia me invade, sempre que penso que meus amigos estão indo embora e eu estou aqui. Adoro Pelotas, mas tb adoro meus amigos. Não sinto saudades das fases anteriores, mas, às vezes, eu penso que as coisas mudam rápido demais e que não aproveitá-las é perder o momento da vida. E a vida passa rápido demais.

Então, a todos que estão começando seus novos projetos, seus planos e suas novas fases da vida, desejo muita felicidade e muito sucesso. :) Continuaremos nos encontrando, nem que seja nos Natais e Festas de Final de ano (a começar por este, que vocês precisam vir. ;))))
Posted by raquel at 10:32 AM | Comments (15) | TrackBack

março 9, 2006

Blogs e Jornalismo - Dica de Manuel Pinto, a Razao y Palabra está muito tri. Leiam.
Posted by raquel at 10:30 AM | Comments (4) | TrackBack
mst.jpgSobre o MST e a Invasão da Aracruz- Eu sempre me considerei uma pessoa "de esquerda". Mas acho que estava errada. Ontem, li chocada as notícias de que as mulheres da Vila Campesina tinham invadido o viveiro da Aracruz, e destruído tudo, inclusive amostras de mais de 15 anos em pesquisa genética em eucaliptos, fora todas as mudas. A Aracruz é uma empresa que produz mudas para a fabricação de celulose. O argumento dos sem-terra é de que o plantio de eucalipto para a celulose estaria criando "desertos verdes" que causariam problemas ecológicos e impediriam a reforma agrária.

Vou inicialmente discutir o mérito da invasão. Bom, primeiramente, papel, para mim, é um item essencial. Eu preciso de papel. Eu leio, eu escrevo e eu desenho às vezes. E gosto de livros e cadernos: Acho essenciais para a educação das pessoas. Logo, para mim, celulose é importante. E se não plantarmos árvores para fazer papel, suponho que o MST tenha alguma outra proposta. Mas para mim, acho muito certo e muito ecológico que as empresas plantem seu próprio papel. Afinal de contas, é isso ou destruir as árvores nativas. Além disso, o RS tem um dos maiores programas de reflorestamento do País. Há várias outras fazendas que plantam, unicamente, mudas para reflorestamento. Várias delas, inclusive, em Pelotas que vendem para as empresas que plantam monoculturas. Assim, acredito que a desculpa ecológica não sirva. Resta ainda a desculpa das terras sendo utilizadas para plantar árvores, ao invés de Reforma Agrária. Sou totalmente a favor da Reforma Agrária. Inclusive, acho que o estado tem feito muito por isso. Há centenas de assentamentos no RS. Acho certo que as terras improdutivas sejam utilizadas para tanto. Mas a fazenda de eucaliptos é improdutiva? O argumento parece ser, justamente, o contrário.

Segundo Cristiane Gomes, coordenadora nacional do MST, a crítica aos ?desertos verdes? da monocultura de eucalipto, que ocupa grandes extensões de terra que, outrossim, poderiam ser utilizadas para produção de alimentos por família a espera da reforma agrária, vem se fortalecendo entre os movimentos sociais com a ampliação da área de cultivo. (Fonte: Agência Carta Maior).

Ok, então o eucalipto não é improdutivo. É monocultura. Mas o plantio de eucalipto ocupa menos de 2% da área total do Estado. Segundo a matéria da Carta maior, são 50 mil hectares por dia, o que, suponho, já ocupou todo o espaço do Estado(28.000.000 de hectares) e deve estar na Argentina. A partir do mesmo argumento, parece-me que, plantar arroz, por exemplo, que ocupa 20% do total da área do Estado seja um absurdo sem tamanho contra a Reforma Agrária e um aburdo ecológico. O que se dirá da Soja, então, que se estima que ocupa mais 10% da área total do Estado? Será que essas monoculturas não afetam o equilíbrio ecológico? Ou será que ninguém mais deveria plantar soja e sim feijão ou maçãs, independente do clima e solo favoráveis a uma ou outra cultura? E o que aconteceria com o fato de que o RS produz mais de 45% do total de grãos do País? Será que alguém já pensou no impacto que se teria, nos preços, na disponibilidade de comida e mesmo na fome se o RS parasse de produzir?

Ainda teria o argumento de que a empresa invadida é de capital estrangeiro, e que não gera muitos empregos diretos e, por conseguinte, não agiria no desenvolvimento do Estado. Fora que as fábricas de celulose, segundo o próprio texto do MST, instalaram-se no Estado por causa dos eucaliptos, pagam mal suas centenas de funcionários, e poluem. Eu entendo o argumento, mas não vejo como se possa impedir isso sem um retrocesso econômico e de qualidade de vida. A maior parte das empresas é multinacional. Raras são as que permanecem unicamente com capital nacional. Mesmo essas, não necessariamente investem o dinheiro em suas regiões. Ainda assim, geram empregos e renda para trabalhadores. E sobre poluição, os ônibus também poluem, e absurdamente. Mas não ouvi ninguém da Vila Campesina reclamar que pegou o ônibus para ir para a manifestação. Como sempre, dois pesos, duas medidas.

Ainda que os leitores e o próprio MST não concordem comigo nos argumentos a respeito das empresas de eucalipto, resta ainda a questão da invasão em si. Do meu ponto de vista, o argumento poderia ser de que o laboratório produziria árvores mutantes alienígenas: Nada, nada, jamais justificaria tal violência. É por isso que eu acho que não sou esquerda e que me enganei. Não apoio, jamais apoiarei e jamais aceitarei que a violência contra empresas, pessoas e principalmente, contra projetos científicos seja meio de luta. Não é possível que no mundo civilizado aceite-se a violência como forma de protesto. Os fins jamais justificam os meios. Se apoiarmos a invasão, apoiaremos, igualmente, qualquer ação igualmente violenta, bastando que seu fim seja aceitável. Será que as torturas impostas pela ditadura no Brasil, com o intuito de impedir que os nazistas ou comunistas chegassem ao País são aceitáveis? Será que as mortes de inocentes causadas por "efeitos colaterais" da invasao dos morros pela polícia do Rio são aceitáveis? Quem sabe a invasão de outros países, com o intuito de "salvar" sua população de um ditador seja aceitável? Ou mesmo, bater nos integrantes do MST, com o objetivo de impedir que eles entrem, a força, dentro de um terreno privado, seja certo? Eu acho que não.

Este é meu último argumento:Ainda que ninguém concorde comigo, acreditem em outra coisa, ou que eu estou errada, ainda assim, o debate e a discussão pacíficos são a única solução civilizada. O que, por si só, invalida e classifica como criminosa a ação do MST.
Posted by raquel at 9:47 AM | Comments (48) | TrackBack

março 6, 2006

Oscar 2006 - Essa tem que ser a cerimônia mais chata dos últimos dez anos, pelo menos. Credo, que tédio. E ainda estou em segundo lugar, com nove acertos. :P

Update: 12 acertos. Perdi para o Ricardo, com 13. Todo mundo errou melhor filme e melhor atriz, embora suspetássemos que a Reese levaria. O importante é que a seqüência de vitórias arrasadoras do Rafael foi terminada, embora o recorde de acertos não tenha sido batido. hehehehe
Posted by raquel at 12:52 AM | Comments (9) | TrackBack