Comunidades Virtuais e Sites de Redes Sociais


- Eu tinha um outro post aqui, mas como o MT resolveu ficar revoltado comigo e não me deixar consertá-lo, mudei de idéia e resolvi postar um comentário sobre algo que sempre volta a tona nos debates.

Considero que existe um imprecisão enorme com alguns conceitos relativos à terminologia de redes sociais na Internet tanto por parte da mídia, quanto por parte da Academia. É comum, por exemplo, que se leia por aí que o Orkut ou o Facebook são "comunidades virtuais". Não são, no meu entender. Vejam bem: esses sistemas são plataformas de interação, que as pessoas utilizam para fazer contatos, encontrar amigos e mesmo fazer novos amigos. Ou não. Esses sistemas são sites de redes sociais, ou seja, um tipo especial de site, que permite aos usuários construir um perfil que o identifique e que possuem, de forma associada, um sistema de interação com outros usuários. Sites de redes sociais, além disso, proporcionam que as pessoas possam visualizar os amigos e amigos de amigos, podendo interferir e reconstruir essa rede social (essa definição tem elementos da da danah boyd).

Sites de redes sociais podem oferecer um espaço onde as comunidades virtuais possam surgir. Isso porque uma comunidade refere-se a um grupo de pessoas que podem (ou não) estar associados a um sistema como o Orkut. Na minha tese, desenvolvi a idéia de que as comunidades virtuais podem ser baseadas unicamente em um pertencimento associado a uma interação reativa (vejam os conceitos do Alex Primo), que é uma interação social baseada em ação e reação do sistema (por exemplo, adicionar outros usuários no Orkut) ou baseadas em um pertencimento relacional (nascido do "sentir-se parte de um grupo" onde as pessoas conversam e trocam informações).

Assim, que o Orkut ou o Facebook podem ter várias comunidades associadas, mas não são, em si, comunidades. São meros sites ou, para ser mais específica, sites de redes sociais no meu entender.