cooperation2.jpgFirst Monday - Eu adoro a First Monday. Este mês a revista está especialmente legal. Tem um artigo da Jennifer Goldbeck denominado The dynamics of Web-based social networks: Membership, relationships, and change, onde ela trabalha o que chama de "web based" social networks (bastante similar ao que a danah boyd e a Nicole Ellison chamam de "social network site" (vide paper no JCMC). Em cima disso, ela trabalha a partir de dados sobre várias redes sociais em sites de redes sociais, discutindo padrões de associação, de relacões e a dinâmica (muito parecido com a minha tese, cujo tema era estudar a rede social a partir de sua composição - laços, capital e interação social- , sua estrutura na rede e sua dinâmica no tempo). Vale a pena ler, o artigo tem grandes sacadas e mostra um pouco de sites que são desconhecidos no Brasil e de seus padrões de crescimento, por exemplo.

Outro trabalho que li e que me chamou a atenção foi o do Brett Bumgarner, sobre os padrões de interação no Facebook a partir da teoria dos Usos e Gratificações. A partir de uma experiência empírica, com uma amostra, o Brett mostrou os principais motivos para que as pessoas usem o Facebook: (1)Social utility, (2)Directory (trackear as pessoas, saber o que fazem, por exemplo), (3) Voyerism, (4)Herd instincts (todo mundo faz), (5)Collection and connection (organizar amigos), (6)Personal expression e o último motivo, vejam só, (7)Initiating relationships. Curioso não são só os padrões que se repetem em vários trabalhos sobre a adoção das redes sociais (que já tive a chance de discutir um pouco na AOIR deste ano) mas, sobretudo, o fato de que ele mostra que o Facebook é pouco usado para fazer amigos. Esses dados são muito semelhantes aos meus dados a respeito de sites de redes sociais e a coisas que outros autores também têm observado sistematicamente: o objetivo primordial, nesses sites, é primariamente observar o que os outros fazem, em última análise, observar, vigiar as outras pessoas e ver o que andam fazendo. Não é a interação, não é a expressão (que é conseqüência do vigia). Lembra muito o trabalho da Fernanda Bruno da UFRJ sobre blogs.