agosto 31, 2007

Intercom 2007 - Estou em Santos, para a Intercom 2007, que começou na quarta. Não pude vir antes porque estava trabalhando. Amanhã participo da conferência de abertura do Gt de Tecnologias e de mais alguns eventos, onde o pessoal da UCPel, a Rebeca, o Antonio, a Sandra, o Rafinha, a Priscila, a Gabi Zago, a Alessa e mais uma galera está apresentando trabalho na Intercom junior. :) Foi uma epopéia chegar aqui, com 2 horas de atraso do vôo em Porto, que acarretou na perda do ônibus para Santos e daí que tivemos que alugar um carro para vir. Enfim, quase desistimos. Mas chegamos e estamos aqui. :)
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agosto 19, 2007

glass.jpg The Glass Palace- Voltei da Índia com um considerável peso extra, quase inteiramente constituído de livros. Aproveitei a possibilidade de estar em um ambiente diferente e catei diversos autores locais, sob a recomendação de Tanushree, uma amiga e voraz leitora, com um BA em literatura. Além do bolão que comprei, ainda ganhei alguns dela.

Essa semana, durante minhas idas e vindas para a capital, finalmente consegui terminar de ler o primeiro deles. The Glass Palace, do Amitav Ghosh, é um romance sobre um jovem indiano e sua saga através do século XX. Rajkumar e sua família moram na maior parte dos países próximos à Índia, como Myanmar e a Malásia, e vivem seu momento social e econômico e passam pelas guerras mundiais, colonização inglesa e independência da Índia. Eu adorei. O livro tem uma narrativa empolgante, além do sabor exótico que evoca para minha mente ocidental. Fiquei conhecendo muito da história de vários países do Oriente, hábitos e formas de ver. Como o livro abrange quase 100 anos e 4 gerações, é possível ver as mudanças no país, nas pessoas e no choque entre o Ocidente e o Oriente. Além disso, é muito bem escrito, mesmo com os altos e baixos da narrativa. O livro foi bastante comentado na mídia local e ganhou vários prêmios. Recomendo.
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agosto 15, 2007

brasil.jpegSobre Comunidades Virtuais e Territórios - Semana passada estive em uma banca que me despertou algumas idéias antigas a respeito do conceito de comunidade virtual. Freqüentemente a idéia de comunidade na contemporaneidade é vista como diferente do conceito de comunidade defendido por muitos sociólogos (vide Tönies, por exemplo). O foco da comunidade passaria daquele do lugar geográfico para o interesse individual (Wellman, por exemplo, trabalha com a idéia de comunidade centrada no indivíduo). Bom, e daí que muito vem se discutindo como a grande mudança paradigmática do ciberespaço como focada não mais na comunidade de lugar, mas na de interesse.

A questão é que sempre me pareceu que a comunidade, cada vez mais, parece reinscrever-se no locus geográfico no ciberespaço. Os territórios virtuais continuam aparecendo como referências a um espaço concreto, físico, existente no mundo offline. São grupos no Orkut, canais de IRC, fotologs etc. As referências aos lugares concretos parecem ser um forte atrativo para os indivíduos. Assim que, nesse ínterim, vejo a comunidade virtual como voltada, novamente, para um território, ou uma reinscrição deste. Esse "novo espaço" passa a ter as referências de um espaço concreto, que permita a identificação dos indivíduos e, mais do que isso, a possibilidade de que os laços estabelecidos no ciberespaço seja também ampliados para o offline.

Parte disso, percebe-se mais claramente nas reinterpretações dos espaços concretos no Second Life. Ali, a referência a territórios e espaços concretos é cada vez mais evidente nas construções e, mais do que evidente, agregadora. Afinal, qual o objetivo de criar um espaço lá denominado "Brasil"? Parece-me, é juntar aqueles indivíduos que se identificam com o território, especificamente, brasileiros e brasileiros que moram no exterior. Ou seja, parte dos elementos que constroem a identidade offline, como o meu território, são reinscritos no ciberespaço como forma de definir minhas relações também lá. Vou para a Internet encontrar meus vizinhos, não aqueles que moram distantes de mim. E essa reinscrição territorial permite que as distâncias geográficas sejam levadas em conta no processo de interação social.
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agosto 14, 2007

Lurkers e Comunidades Virtuais - O Alex propôs uma discussão interessante lá no blog dele, sobre as comunidades virtuais e os lurkers. Para quem não sabe, um lurker é a pessoa que fica observando as interações e os posts, por exemplo, em um blog, mas nunca comenta nem participa das discussões. Nesse ínterim, fiquei com vontade de escrever meus dois centavos sobre o assunto, também.

Inicialmente, do meu ponto de vista, os lurkers não têm acesso ao mesmo capital social que os membros da comunidade. O lurker tem acesso à informação de um webring, por exemplo. Mas essa informação, pública, não tem para ele o mesmo caráter que para os membros da comunidade. Por exemplo, se um cara como o Alex propõe uma discussão no blog, todos os membros do grupo que participam usam essas interações não apenas para difundir informações, mas para construir os laços sociais. Brigas, desentendimentos, comentários fofinhos e, mesmo, apresentações, são formas de interações construtivas, ou seja, aquelas interações que vão gerar um substrato social de onde o grupo poderá alimentar-se enquanto grupo. Um lurker não tem acesso a esse tipo de troca social, embora possa beneficiar-se da informação difundida. Também possivelmente não vá ter acesso ao substrato construído sob a forma de brincadeiras, piadas internas e etc. Ou seja, ele apenas consegue perceber e usufruir de parte do capital social, aquela parte que Bertolini e Bravo chamariam de capital social de primeiro nível cognitivo, que é insuficiente para a institucionalização das relações.

De outra sorte, há algum tempo contruí o gráfico abaixo para ilustrar o que chamei de dinâmica da comunidade virtual. A idéia era mostrar como os indivíduos estão em permanente processo de agregação e afastamento dentro de uma comunidade virtual.

cv.jpg


No gráfico, vemos que há um núcleo da comunidade, constituído pelos indivíduos que possuem laços fortes entre si, grande quantidade de capital social acumulado e um substrato social institucionalizado. Nesse grupo é freqüente a presença de algum tipo de hierarquia e dos indivíduos que "semeiam" o senso de comunidade em todos os participantes. É onde está realmente aquilo que vários estudiosos considera como comunidade virtual (eu, inclusive). Próximo ao núcleo, está uma nuvem de indivíduos que possuem laços fracos com alguns integrantes do núcleo, mas laços que estão se fortalecendo. São aqueles laços que poderão tornar-se fortes o suficiente para "entrar" no núcleo (é o processo de entrada de um indivíduo em um grupo social) ou não. Ao mesmo tempo, há atores que vão separar-se do núcleo, seja por falta de manutenção dos laços sociais, seja por interações que vão depreciar o capital no laço social (brigas, por exemplo). Esses possuem ainda acesso a parte do capital social de grupo, principalmente através dos amigos dos amigos (FOF). Por fim, na área externa, temos um grupo de indivíduos que pode ter alguma interação com os participantes do grupo, mas que não faz parte deste grupo, como os lurkers. Esses também podem aproximar-se ou afastar-se do grupo, se desejarem.

O gráfico mostrava, assim, a comunidade virtual como um processo social, onde há permanente agregação e desagregação de indivíduos. Há um crescimento da comunidade até um momento-chave onde há indivíduos demais para que todos tenham acesso ao capital social (poderíamos discutir esse momento como o Dunbar number). Quando este limite é atingido, há o desequilíbrio entrópico do sistema, e o grupo particiona-se ou indivíduos deixam o grupo original. Os lurkers, assim, como atores da rede social, têm algum tipo de acesso ao capital social externo dos grupos. Esse capital social externo está acessível para quem quiser, é parte do substrato social da Internet como um todo, e não um privilégio de um lurker. Mas não têm acesso ao capital social interno, construído através das interações sociais mútuas (Primo, desenvolvido por mim e pela MC), esses sim, internos à esfera social desse tipo de rede. Mais sobre isso em breve, em um paper que estou escrevendo sobre o assunto. :-)
Posted by raquel at 9:48 AM | Comments (3) | TrackBack

agosto 8, 2007

Cheguei - Voltei, mas estou superlotada de trabalho, não tive nem um dia de folga ainda e, portanto, estou totalmente sem tempo para continuar minha série de peculiaridades indianas. :)
Posted by raquel at 3:09 PM | Comments (1) | TrackBack