Social Media

Notícias de Segunda Drops de coisas interessantes:

#De acordo com o IBOPE/Net Ratings, o Brasil tem hoje 10 milhões de leitores de blog, um percentual de 45,5% dos internautas ativos (sabendo-se que, de acordo com o último TIC domicílios e usuários 2007, a expressiva maioria dos brasileiros que usa Internet com regularidade tem menos de 35 anos, não é surpresa). Wordpress e blogger recebem, só eles, mais de 7,7 milhões desses leitores. A matéria também aponta Brasil e Espanha seriam os países com maior número de usuários, não entendi se de blogs em geral ou do Wordpress e do Blogger .(Via IDG Now!).

# O Technology Review traz uma notícia interessante sobre o MySpace e o Yahoo suportarem o OpenSocial (do Google) e o Facebook, não. Seria uma divisão mais radical entre sites de redes sociais? Ou seria conseqüência da MS estar atuando como parceira do Facebook?

# Conversações nos jornais digitais: Será a conseqüência da adoção dos trackbacks e links para blogs do La Vanguardia? (Via Ponto Media)

# O Caribe fez uma analogia das necessidades do "novo geek" e da famosa pirâmide das necessidades do Maslow. Acho que a analogia poderia ser ampliada para os blogueiros e as necessidades e valores construídos com os blogs. Estou devendo um post sobre isso com alguns resultados da pesquisa com os blogueiros, mas estou ainda tabulando esses resultados.

# Comprei o Here Comes Everybody: The Power of Organizing Without Organizations do Clay Shirky, em uma rápida passada pela Cultura na sexta. O livro também tem um blog. Sou fã do Shirky desde um famoso artigo sobre Power Laws, Weblogs, and Inequality que ele publicou lá pelos idos de 2003. Em breve, colocarei alguns comentários do livro.

Caos no Twitter O maior inimigo do Twitter é o crescimento do próprio Twitter. Faz alguns dias que a quantidade imensa de informações que eu recebo no Twitter tem me incomodado. Passei um dia offline, por exemplo, e foi imediatamente impossível seguir o que as pessoas diziam e sequer, o que diziam para mim. Mais de oito páginas de twitts, fora os novos seguidores.

Diante disso, fiquei pensando que, com o crescimento do sistema (que, apesar de ter reduzido o ritmo, de acordo com alguns blogs, está quase em um milhão de usuários), cada vez mais se faz urgente uma mudança no sistema. Como o Fred explicou no blog dele, tem pessoas que eu sigo por razões pessoais, pessoas que eu sigo por razões profissionais, notícias e etc. E o que temos experimentado é cada vez mais, uma quantidade enorme de informações que não conseguimos mais seguir. Assim, parece-me urgente que o Twitter passe a proporcionar um catálogo para os usuários, onde seja possível classificar os Twitters que cada um segue em categorias para receber as atualizações. Ou isso, ou cada vez mais vai ficar difícil seguir as pessoas com efeitos diretos sobre a redução do uso.

Redes Sociais na América Latina O Alberto publicou, no blog do GJol, um relatório da comScore sobre o Mercado de Sites de Redes Sociais na América Latina (PDF). O relatório mostra um crescimento geral dos sites de redes sociais na América Latina, especialmente o Facebook (4152% de crescimento, especialmente depois de lançada a plataforma em espanhol). No entanto, a rede que detém maior audiência é o Sonico, seguido pelo Orkut e pelo MySpace.



Uma das conclusões mais interessantes do trabalho é a que os sites de redes sociais possuem uma presença regionalizada nos vários países. Essa presença territorial tem sido sistematicamente confirmada por vários trabalhos em vários países (vide Skog, 2007; Fragoso, 2006*; boyd & Ellison, 2007; Kim e Yun, 2007, entre outros). Aliás, essa foi uma das razões pelas quais o painel de SNSs de uma perspectiva nacional foi montado para a IR 8.0 (vide post abaixo). A grande questão é compreender como e por quais motivos acontece essa regionalização.

Uma das minhas hipóteses é que a reginalização acontece pela estrutura das redes sociais online: as pessoas são mais conectadas por afinidade de interesses e afinidades lingüísticas na Internet. Logo, um site de rede social divulgado por falantes da língua portuguesa no Brasil tende a espalhar-se entre a comunidade lingüística primeiro e entre pessoas que detenham interesses próximos. A segunda hipótese é que esses sites são principalmente difundido entre laços fortes, pois a parte interessante é que os amigos estejam lá, para depois espalhar-se pelos laços fracos. Com isso, vão surgindo grupos bastante regionalizados (os laços sociais tendem a refletir relações territoriais) que vão gerando culturas próprias para esses sites. Uma terceira hipótese seria ainda a construção de uma identidade cultural de um determinado país ou comunidade em cada sistema (tipo "o Orkut é coisa de brasileiro"), que automaticamente exclui pessoas que não se identificam.

O estudo, por sua vez, especula que essa regionalização dá-se em parte pela língua, em parte pelos contatos. Enquanto o Orkut seria a rede em português, o MySpace seria a rede em espanhol. Já os mexicanos estariam mais bem distribuídos entre vários sites, principalmente para manter contato com parentes que estão fora do país.



Acho que a grande oportunidade de discutir essa questão vai acontecer mesmo no painel da IR 8.0, com pesquisadores de redes sociais em vários países. Acho que é possível que existam características culturais nessa apropriação, que são diferentes para cada localidade, bem como a questão lingüística que deve ser melhor explorada. Por fim, resta ainda determinar como a estrutura das redes sociais influencia a difusão desses sistemas e sua adoção. :-)

*Fragoso, S. (2006). WTF a crazy Brazilian invasion. In F. Sudweeks & H. Hrachovec (Eds.), Proceedings of CATaC 2006 (pp. 255-274). Murdoch, Australia: Murdoch University.

Sobre as bolsas de doutorado no Exterior da Capes No sábado, dia 16/03, o jornal O Globo publicou uma matéria curta, que falava da suspensão das bolsas da Capes para doutorado pleno no Exterior. Na matéria, o representante alegava que o bolsista pleno (que faz uma seleção e os 04 anos de doutorado em uma instituição estrangeira) era muito caro e que ocasionava uma evasão dos recursos porque, vez por outra, não retornava ao Brasil e que daí a decisão de focar mais nas bolsas sanduíches (onde a pessoa entra numa instituição brasileira e faz um "estágio de doutoramento" no Exterior, que dura no máximo um ano).

Hoje recebi por email a resposta da Capes à matéria, que explica que as bolsas de doutorado pleno vão continuar existindo, mas apenas sob a modalidade de cooperação (como a Capes/Fullbright, por exemplo, onde metade dos custos é da Fullbright e a outra metade da Capes). A resposta alega as mesmas razões da matéria para a "redução" do investimento na candidatura balcão. Essa modalidade (cooperação), embora importante, é geralmente focada em algumas áreas específicas e possui ainda, bem poucas bolsas.

Acho que essa é uma discussão que precisa ser levada adiante por toda a comunidade científica e daí minha intenção em publicar isso no blog. Sabemos que no Brasil, a pós-graduação ainda ensaia passos e tem dificuldade em acompanhar o que está sendo desenvolvido em outros países, principalmente, pela falta de investimento. Com isso, o programa de bolsas no Exterior visava formar gente em áreas em que o Brasil é deficitário, em áreas em que não existe a pesquisa no País. O que vai acontecer agora, com essas áreas?

Quando o pesquisador é selecionado em um processo de alguma instituição no Brasil, quase sempre, um dos principais itens é a capacidade do futuro orientador de orientar o trabalho. Isso significa dizer que há uma certa tendência em aprovar os alunos que têm algum projeto que já está inserido em áreas pré-existentes e nas quais alguém no programa já tem conhecimento. O que é lógico, pois orientar alguém é uma responsabilidade enorme e o orientador precisa entender e conhecer - ao menos em parte - aquilo que o orienando pesquisa. Assim, meu medo da decisão da Capes é que parte da pesquisa inovadora seja perdida, para que os futuros orientandos sejam enquadrados nas linhas de pesquisa dos programas (o que, aliás, é um dos critérios de avaliação dos programas da Capes).

Um segundo ponto levantado na resposta da Capes é que haveria outros mecanismos, como as bolsas de pós-doutorado, que possibilitariam aos pesquisadores um intercâmbio com outro instituto de pesquisa no Exterior e o crescimento das pesquisas. Realmente, a colocação é perfeita. O problema é que, na prática, é muito difícil conseguir uma bolsa dessas, pois a concorrência é muito grande, há poucas bolsas para várias áreas (como a de Ciências Sociais Aplicadas, por exemplo) e a maioria dos pesquisadores espera anos (ou desiste) antes de conseguir. Também o valor da bolsa é normalmente pequeno, muitos pesquisadores, nessa época, já têm família, o que acaba inviabilizando uma estada longa em outro país.

Ainda há o argumento de alguns bolsistas não retornarem ao País após o doutorado. Acho que isso reflete uma falta de mercado para essas pessoas altamente qualificadas no Brasil, pois há pouco ou nenhum investimento privado em pesquisa e pouco espaço nas instituições de ensino, já lotadas de doutores ou demitindo doutores por economia de custos. Há algumas semanas, por exemplo, assisti uma instituição privada simplesmente "apagar" uma linha de pesquisa de ponta no Brasil, em uma área de ciências da terra, e demitir uma enorme quantidade de doutores, em nome dos altos custos da pesquisa (desenvolvimento sustentável, uma área que o Brasil, obviamente, não precisa investir. :P). Eu estava sentada ao lado de um doutor que recebia ligações de vários pesquisadores oferecendo emprego e indicações em instituições/laboratórios em outros países. Isso, em parte, é culpa das políticas educacionais atuais (não vou entrar na questão da mercantilização do ensino) e, em parte, falta de uma política de pesquisa (ou seja, de uma continuidade em investimento em laboratórios e centros de pesquisa) no Brasil. Acredito que, se houvesse algum tipo de política neste sentido, certamente grande parte da evasão seria contida. Ainda assim, não creio que seja lógico impedir todos de especializar-se no Exterior apenas porque alguns não voltam. Até porque, se alguém voltar, o ganho (em ciência e tecnologia, não em capital) ainda supera as perdas.

O que quero defender, com esse texto, é que exista uma maior discussão entre os pesquisadores em torno do que representa um corte de bolsas de doutorado no Exterior. Acho que saímos - enquanto País e comunidade científica - perdendo. Acho que essas bolsas são essenciais e que o programa deveria continuar junto à Capes. Acho que é aí que está a oportunidade para quem quer pesquisar alguma área ainda pequena no Brasil de trazer ciência para o País.

Por fim, ainda fiquei uma uma dúvida: os textos falam na extinção da modalidade "balcão". Bem, a modalidade "balcão" é aquela utilizada por todos os alunos de programas com avaliação inferior a 5 na Capes (3 e 4), pois estes programas não têm quotas de bolsa sanduíche. Se essa modalidade for extinta, isso significa que só os chamados "programas de excelência" vão continuar a ter bolsas sanduíche?

Leituras de Quinta Uma geral sobre as excelentes coisas que li esta semana na Web.

# O Henry Jenkins falando sobre The Moral Economy of Web 2.0 (parte 1 e parte 2). Ele fala da Cultura de Convergência, das mudanças de produção e consumo na mídia, do trabalho dos produsers, e etc. A parte mais interessante, para mim, é a questão da "economia da moral", que ele define como:

"Moral economy" refers to the social expectations, emotional investments, and cultural transactions which create a shared understanding between all participants within an economic exchange.

A idéia é muito parecida com as aplicações de capital social nas redes que tenho estudado, principalmente porque essas aplicações acabam resultando em algum tipo de ganho, embora nem sempre econômico.

# A Suzana Gutierrez fala de um dos livros que mais me inspirou quando eu estava pensando nas questões da tese, o Sync, do Strogatz. A questão da sincronia é muito interessante como dinâmica social observada em blogs, fotologs e em outras ferramentas.

# O Ecuaderno postou um vídeo do Arthur C. Clark, inspiração para todos os cientistas e leitores de ficção científica do mundo. Eu sempre digo aos alunos que a ficção científica fala do futuro e dos anseios mais profundos da humanidade. O Fabio Fernandes postou uma lista dos livros mais importantes dele com uma pequena resenha.

#O Fred Stutzman faz uma crítica às ferramentas de privacidade desenvolvidas pelo Facebook. Considerando-se que a privacidade é considerada a grande preocupação e o maior problema nos sites de redes sociais, vale dar uma olhada.

Hypertext '08

Abandonei um pouco o blog, pois a carga de trabalho aumentou nos últimos dias. Estou com um projeto alinhavado que, se der certo, vai ser muito legal, mas ainda não posso comentar nada. :))) Mas enfim, ontem recebi um email do Mark Bernstein comunicando que fui aceita na Hypertext '08, no grupo dele, chamado Hypertext, Culture, and Communication. Meu paper é chamado Information Flows and Social Capital in Weblogs: A case study in the Brazilian blogosphere. Daqui a pouco disponibilizo a versão rascunho dele. Esse paper discute os fluxos de informação na blogosfera brasileira. A partir de entrevistas com diversos blogueiros (hoje já são mais de 50, na época eram 38, se não me engano), eu tentei determinar, através de uma análise de conteúdo, as motivações deles em publicar as informações e, a partir disso, discutir como esses fluxos acontecem. Os resultados são interessantes e sugerem que 1) a percepção de capital social é fator determinante para a publicação de informações; 2) essa percepção está diretamente relacionada às motivações dos blogueiros, de um modo especial, a busca pela reputação (e isso indicaria que a atividade está, de uma certa forma, profissionalizando-se); 3) a percepção do ganho social, portanto, parece influenciar o "caminho" que a informação faz nas redes sociais.

Estou muito contente porque a Hypertext costuma ser uma conferência difícil de passar - há revisores e eles é que determinam a aprovação ou não do trabalho - e eu enviei um technical paper, que é o artigo grande, que precisa mostrar resultados, digamos, mais "maduros" da pesquisa. Alias, falando na Hypertext, ainda estão abertas as inscrições para poster e demonstrações (programas, etc.). Eles consideram posters uma excelente maneira de um doutorando/mestrando conseguir um feedback em cima de um trabalho em andamento, como explica no blog da conferência.

Chamada de Trabalhos Estão já sendo divulgadas diversas chamadas de trabalhos para quem trabalha com pesquisa em comunicação.

# A Intercom já divulgou a chamada de trabalhos para o congresso de 2008, que será em Natal. O prazo inicial para envio de artigos é 21 de abril e termina dia 13 de junho.

# A Intercom Sul, que será em Guarapuava/PR também está com a chamada de trabalhos aberta. O prazo final é 26 de março.

# O HICSS-42 também já está divulgando as chamadas de trabalho. O congresso funciona através da submissão do trabalho para grupos específicos de trabalho, chamados minitracks. Alguns bem interessantes: Human Computer Interaction; Mobile Technologies and Communication; Social Networks and Collaboration; Persistent Conversation 10: Perspectives from Research and Design; Social Spaces: Production and Consumption of Goods in Digital Collectives; Social Networks and Virtual Worlds for Work, Learning, and Play. É preciso um pouco de atenção, pois cada minitrack estipula datas próprias para o envio do resumo e depois, do artigo completo. O deadline para os resumos pode ser até o dia 01 de junho (depende do minitrack) e para os artigos completos, 15 de junho. Esse congresso tem um índice de impacto bem interessante entre os congressos que acontecem nos EUA.

# O IADIS International Conference Web Based Communities ampliou o prazo da chamada de trabalhos para 31 de março. Não temos qualis de congressos na comunicação, mas esse é avaliado por outras áreas.

# O CSCW 2008 também está com a chamada de trabalhos aberta, para 18 de abril. Trata-se do Computer Supported Cooperative Work Congress. O CSCW também não é avaliado pelo qualis da comunicação, mas é avaliado por outras áreas.

Tenho mais chamadas de trabalho para divulgar, que ainda não saíram. Em breve, mais coisas.

Mark Zuckerberg, SXSW e o Twitter O Mark Zuckerberg é o CEO do Facebook e, de acordo com a Forbes, o mais jovem bilionário a aparecer na lista dos mais ricos do mundo. No domingo, ele foi o keynote speaker da South by Southwest Interactive Festival(SXSW), onde a palestra foi uma entrevista com a Sarah Lacy, jornalista e entrevistadora. O formato pouco convencional da palestra não deu certo. A entrevistadora não conseguiu fazer o Zuckerberg falar nada de interessante e a platéia começou a participar com gritos e vaias. O grande problema foi, no entanto, que a platéia começou a participar da palestra via microblogging, no Twitter, falando do que estavam pensando uns com os outros e dirigiam sua animosidade para a entrevistadora. Ao final, a platéia tomou a entrevista e passou a fazer perguntas ao Zuckerberg e a entrevistadora passou a simples moderadora. AWired traz uma matéria falando do caso, que está sendo comentado por toda a rede. (Dá pra ver um pouco dos comentários da palestra aqui.)

A parte que me surpreende, nessas notícias, é justamente o fato da audiência não se limitar a falar da entrevista, mas também criticá-la e organizar-se para "tomar" a palestra. Através do Twitter e da mobilidade dessas tecnologias, o caso dá uma perspectiva sobre como sistemas de redes sociais móveis podem influenciar o futuro. Esses sistemas não apenas dão voz às pessoas, mas a mobilidade ainda permite formas de organização instantânea, seja para participar de uma palestra, seja para um protesto ou para um flashmob. Para o bem ou para o mal. A entrevista da Sarah foi uma execração pública, instantânea e perente, que vai ficar registrada no Twitter. Para muitos, foi o fim de uma carreira. Para outros, a audiência foi cruel e mal educada. Mas no fim das contas, a conectividade proporcionada pela Internet e o microblogging do Twitter foram os facilitadores do fato.

O Zuckerberg ainda deu uma entrevista a respeito do que pensa das redes sociais e da mobilidade para o Marshall Kirkpatrick que está no ReadWriteWeb. Nessa entrevista comentou a questão da privacidade como uma das preocupações-chaves do futuro, a questão do Beacon no Facebook e a evolução da plataforma.

Trabalhos e Congressos 2008 Duas boas notícias essa semana. A primeira delas é que o painel no qual eu falarei na Internet Research Conference de 2008, Social Network Sites in National Context, foi aceito. A idéia do painel é discutir apropriações de sites de redes sociais a partir de uma perspectiva nacional, ou seja, explorar similaridades e diferenças na adoção desses sistemas a partir de estudos em várias perspectivas.

# Eu vou falar sobre o caso do Orkut no Brasil, discutindo questões relacionadas com a adoção e a apropriação do sistema pelos usuários brasileiros.

# A Ewa Callahan, da Quinnipiac University, vai falar sobre a Polônia através do tema Virtual Class Reunion ? the success of Nasza-Klasa.

# Seong Eun Cho, da Rutgers University, vai falar sobre a Coréia e os Estados Unidos, em termos de adoção de sites de redes sociais, sob o título A Cross-Cultural Comparison of Korean and American Social Network Sites: Exploring Cultural Differences in Goals and Self-Disclosure when Using SNSs.

# O Yeon-ok Lee, da University of London, em conjunto com o Han Woo Park, da YeungNam University, vão falar de Youtube e política na Coréia do Sul, na palestra When YouTube Meets Local Politics: The BBK Scandal in the 2007 Presidential Election of South Korea.

# O Darren Purcell, da University of Oklahoma, vai falar do Facebook nos Estados Unidos, sob o título Stateless Places in Facebook: Representations of Aspirations.

# E por fim o Fabio Giglietto, da University ?Carlo Bo? of Urbino, vai falar do Badoo e do Facebook na Itália, comparando os dois sites, sob o título The Italian way to social network sites - Visual or Textual? A comparison between Facebook and Badoo users behaviours.

Esse painel deu um trabalho monstro para organizar, porque a idéia era que fosse bastante cross-cultural e que tivesse perspectivas de várias partes do mundo. E foi bem difícil conseguir juntar todos os trabalhos de forma que conseguíssemos uma abordagem coerente, mas deu certo. :-)

Uma outra notícia legal é que meu trabalho Práticas de Sociabilidade em Sites de Redes Sociais: Interações e Capital Social nos Comentários do Fotolog.com foi aceito para ser apresentado e discutido na Compós 2008, em São Paulo, no GT de Comunicação e Sociabilidade. É a primeira vez que vou participar desse GT, mas a Adriana fala muito bem (aliás, ela e a Sandra - minhas colegas organizadoras do livro - também foram aceitas, a Sandra com um trabalho de redes sociais no GT de Cibercultura, denominado Espelhos Quebrados no Ciberespaço: Implicações de redes temáticas em blogs na Análise de Redes Sociais (ARS) e a Adriana com o trabalho Autonetnografia e inserção online: O papel do pesquisador-insider nas práticas comunicacionais das subculturas da Web no mesmo GT de Sociabilidade). Também aproveito para parabenizar a MC, que foi aceita no GT de Cibercultura com o trabalho O seu buscador lhe satisfaz? A folksonomia como alternativa de representação e recuperação de informação na web 2.0. Os trabalhos aprovados podem ser vistos no site da Compós.

Pseudo Tweets sobre o Twitter Após um período de descrédito, eu ando bastante entusiasmada com o Twitter. Hoje passei por vários blogs e sites com informações interessantes sobre o sistema, que acho que vale a pena dividir.

# Ontem eu ajudei o Robin Hamman a testar para o português uma ferramenta de tradução dos tweets que ele criou. A idéia estava caindo de madura: com tantos twitters interessantes para seguir, a língua acaba sendo um problema importante. Hoje, eu recebo tweets em italiano, inglês e espanhol, que são as línguas que falo/entendo melhor. Mas não recebo em línguas que não domino tão bem e gostaria de recebê-los, se viessem traduzidos. O Twitter tem um caráter meio universal em termos de linguagem e este conflito local x global lingüístico pode travar um pouco o seu desenvolvimento. Fico pensando em um mashup Google Translator + Twitter para o futuro.

# Vi no Ponto Media do Antonio Granado: 7 Gadgets That Are Sure To Enhance the Twitter Experience. Uma das coisas que mais chama a minha atenção no sistema é sua simplicidade. Em cima disso, a possibilidade de criar gadgets que possam aumentar o valor do Twitter para os usuários é enorme. Já falei no Politweets faz um tempinho, tem o Twittermeter que mostra o quanto uma determinada palavra - ou conjunto delas - foi citada no sistema e por ai vai. Dos gadgets da lista, a maioria foca em melhorar o acesso e a apresentação do Twitter, permitindo, inclusive, fazer cross-posts para o Jaiku e outros sistemas de microblogs.

# Ainda sobre o assunto, o The Guardian traz uma matéria comentando a falta de trolls e spammers no Twitter. Mais uma vantagem da arquitetura simples do sistema. :)

# O Alex também comentou sobre os usos do sistema e mostrou um videozinho a respeito de como usar o Twitter (eu tinha visto no Ecuaderno, muito bom) e sobre as plantas usando o Twitter (coisa bizarra da semana).

Visualizando Redes Sociais no Facebook Um API bem interessante é o TouchGraph. O programa desenha, a partir de um perfil do Facebook, a rede social, além dos grupos aos quais as pessoas estão vinculadas. Além disso, ele mostra as fotos que as pessoas da rede têm em comum e quais as mais populares, além de identificar as pessoas. O sistema de visualização é bem interessante e bastante interativo, permitindo ver as conexões não apenas do seu perfil, mas também dos demais perfis da rede. A ferramenta é bem útil para visualizar as redes e pode ajudar quem está estudando redes sociais no Facebook. Para usá-lo, é preciso adicionar ao seu perfil.

Redes Sociais: Offline x Online Vi o José Luis Orihuela no Twitter (do Ecuaderno) falar de um artigo a respeito das redes sociais e sua evolução e fui ler.

No artigo, o Antonio Delgado traça um paralelo a respeito da evolução das comunidades virtuais desde o IRC até o Twitter, que passam pela experiência da socialização online e o posterior "encontro" offline, trazendo os laços sociais do offline para o plano offline. O artigo cita o próprio Orihuela como um dos primeiros organizadores dos encontros de blogueiros em 2003, na Espanha.

Achei que o texto, jornalístico, tem uma abordagem muito legal do fenômeno da sociabilidade digital. Desde os meus trabalhos com o IRC, em 1998 (dissertação em 2002), passando por blogs, fotologs e Orkut, uma das teclas que tenho comentado é o fato de traços dos comportamentos das pessoas repetirem-se por "gerações" de internautas e por plataformas diferentes. O Barry Wellman também tem trabalhos que mencionam essa característica em particular. O que isso indica? Será que podemos dizer que a apropriação social da Internet é sempre uma tentativa de trazer os laços sociais forjados no ciberespaço para o plano offline, como várias pesquisas apontam? Uma das hipóteses que tenho é que é exatamente por conta da possibilidade de trazer os laços para o plano offline que há uma localização das atividades sociais nas redes. Pessoas de uma mesma localidade geográfica procuram seus vizinhos. Ou seja, redes sociais tenderiam a ser bastante localizadas para que laços fortes pudessem ser construídos, especialmente entre os jovens, aqueles que mais procuram a rede para socialização.

A foto que usei é a que ilustra a matéria, do Flickr do Mauro Fuentes, mostrando um encontro de usuários do Twitter em Madrid.

Mais leituras Ainda sem tempo para comentar muito as novidades que encontrei:

# Edição da First Monday de março (parece que finalmente voltaram ao first monday mesmo) temática: Critical Perspectives on Web 2.0 (a MC vai adorar!). Dois artigos chamaram minha atenção de cara, o Interactivity is Evil! A critical investigation of Web 2.0, de Kylie Jarrett que correlaciona conceitos de interatividade e poder social, mas voltando para uma crítica capitalista e Online Social Networking as Participatory Surveillance, do Anders Albrechtslund, que observa a questão da vigilância nas redes sociais (e repete muitas coisas que já foram colocadas no trabalho da Fernanda Bruno da UFRJ.

# Duas do E-cuaderno sobre blogs: O livro La Gran Guía de los Blogs 2008 disponível para download e uma bibliografia sobre weblogs em espanhol com muitas coisas do Orihuela.

#O Dênis de Moraes publicou um texto do Ramonet já antigo, mas ainda assim, atualíssimo, sobre a ética e o sistema jornalístico.

# Excelente artigo do Read Write Web, contando de uma palestra da Charlene Li sobre o futuro das redes sociais. Bem recortada e com idéias bastante interessantes.

# E uma rápida é que está em vias de finalização o livro que estou organizando com a Adriana Amaral e a Sandra Montardo sobre blogs. Estamos com excelentes artigos, terminando um pequeno capítulo introdutório sobre o "estado da arte" da pesquisa sobre blogs no Brasil. Em breve, falo mais sobre isso. (Aproveito para dizer que a lista com artigos sobre blogs no Brasil continua crescendo!)

Posted by raquel at 9:39 AM | Comments (4)

Sur-viva-LL O André Lemos está divulgando seu novo projeto, desenvolvido no pós-doutorado em Edmonton, Canadá, chamado Sur-viva-LL. O trabalho é baseado em um livro da Margaret Atwood chamado Survival. A idéia é usar uma espécie de "escrita" através de GPS, com um mapeamento dos hotspots junto. De acordo com o próprio André:

What I was looking for here, in addition to entertainment, was a way to get closer to the city, to understand and feel their spaces, their dynamics. But, basically, a way to see my "survival" here.

O trabalho faz parte de sua pesquisa em mídia locativa, cidades, mobilidade e novas tecnologias. Para saber mais sobre esses assuntos, recomendo o blog do André, onde ele comenta leituras, pensamentos e idéias a respeito da pesquisa.