Corrida pela Identidade Virtual no Facebook


facebook-logo.jpgA partir da madrugada de hoje, já é possível registrar URLs com o seu nome/apelido no Facebook. A notícia, que foi propagada aos quatro ventos durante toda a semana ampliou o seu impacto e iniciou uma corrida pelo registro dos usernames. Acompanhando pelo Twitter, o Facebook tornou-se um dos trending topics, não apenas com pessoas registrando seu nome, mas igualmente de gente reclamando que não tinha conseguido um registro satisfatório.

A decisão do Facebook, de permitir "URLs de vaidade" (www.facebook.com/teunome) é complicada. Primeiro porque toca numa questão fundamental: a construção da identidade no ciberespaço. Segundo porque provoca uma nova necessidade de registro de um nome para garantir a presença. A questão da identidade virtual já foi trabalhada por muitos pesquisadores. De uma forma geral, a mediação da Internet impede que se tenha um contato direito, no processo de comunicação, com aquilo que nos é mais individual, nossos corpos. No entanto, saber com quem se está interagindo é crítico para o processo de comunicação. Com isso, na Internet, a construção da identidade é fortamente caracterizada pela personalização e pela performance, como formas de exagerar a presença e a individualidade. Essas práticas tomam muitas formas, como a construção de perfis, de linguagem característica, de fotografias e, também, pelo uso de um apelido ou nome.

Assim, por permitir que as pessoas registrem os apelidos, o Facebook torna a construção de identidade uma comodity, onde o registro do nickname pode ser uma forma não apenas de garantir a identidade, mas de comprá-la e vendê-la. Deste modo, muita gente foi ao registro apenas para "garantir" seu username e impedir que outros o registrem e utilizem, e não porque considera interessante utilizá-lo. A corrida pelo registro no sistema, assim, não é medida do impacto que ele tem, mas simplesmente, da necessidade de garantir a presença no ciberespaço.

Outras leituras sobre identidade:
Repositório de artigos recomendados do Daniel Chandler.