"Desculpe senhora, mas não posso lhe ajudar"


Hoje não tem texto sobre Mídia Social. Desculpem, leitores. Hoje tem um protesto e uma história. Ontem, como alguns sabem, eu tinha que palestrar sobre "Jornalismo e Redes Sociais" (que preparei com todo o carinho, com alguns resultados bem legais que já pincelei aqui no blog) no 3o Seminário de Ciberjornalismo da UFMS, a convite do professor Gerson Martins. Digo "tinha" porque, mais uma vez, acabei impedida de viajar pelo caos e incompetência das cias aéreas e, em especial, da TAM. Sim, porque não é o primeiro evento que eu perco porque deu problema com o vôo mas é aquele onde o nível da coisa foi longe demais.

Depois de quase 4h de viagem de Pelotas a Porto Alegre, cheguei no aeroporto para descobrir que a TAM tinha cancelado o meu vôo, JJ 3288 que era para sair as 11:42 da manhã. (Diz a TAM que avisou a agência que comprou a passagem. A agência diz que jamais recebeu qualquer comunicado da companhia e que caberia multa e processo.) Bem, eu tinha que ir a SP, onde pegaria uma conexão p/ Campo Grande, onde a palestra estava marcada p/ as 19h. Descobri que tinha erro no vôo quando fui fazer o check in no terminal. O funcionário dali, então, me mandou p/ a fila do balcão, alegando que só as pessoas dali poderiam resolver o meu problema. Sim, fiquei na fila. A atendente do balcão foi educada, mas me disse que, via TAM, eu só conseguiria chegar em Campo Grande hoje as 23:30. Eu fiz um escândalo falando do meu evento e ela foi procurar lugar via outras companhias. Depois de um tempo, informou que não havia nenhum jeito. Só teria lugar em um vôo GOL que chegaria apenas as 21:30 em Campo Grande. Eu argumentei, reclamei, falei que era um abuso. E não adiantou. Não pude ir, deixei um evento inteiro me esperando, arruinei a perfeita organização do pessoal do Ciberjornalismo e ainda frustrei as pessoas que tinham ido assistir minha palestra (algumas, espero).

O que me deixou mais brava, entretanto, foi que a agência que comprou a passagem me ligou algumas horas depois, para dizer que tinha sim lugar em um vôo da Azul que saia de POA as 13 e pouco e que eu teria chegado em Campo Grande a tempo. E que teria ainda outro vôo da GOL com vagas que também me levaria a Campo Grande antes daquele que tinham me dito no balcão da TAM. Daí vocês podem imaginar o tamanho da minha frustração. E é por isso que escrevo esse post. Eu, que dependo com freqüência do transporte aéreo para trabalhar, não aguento mais a emblemática frase que pra mim, hoje, é sinônimo da TAM: "Desculpe senhora, mas não posso lhe ajudar". Sim, porque é um favor ajudar o consumidor na TAM. E quando não há tempo, treinamento ou interesse, as coisas ficam por isso mesmo. Cancelam o vôo e te mandam embora dizendo para pedir reembolso. E o meu tempo, TAM? E o evento? E as pessoas? Ah, isso não é importante.

Esse não é o meu primeiro problema com a TAM. Mas foi só eu reclamar no Twitter para aparecer outros vários consumidores indignados com problemas muito parecidos com a TAM. Aparentemente, isso tem acontecido com muita gente. E, aparentemente, ninguém na companha se importa. Eu posso ser uma só, mas digo pra vocês, não mais voarei, se puder evitar, de TAM. Obviamente que a TAM está andando pra mim, já que eu sou só uma. Mas chega. Não aguento mais chegar no aeroporto sem saber se vou conseguir voar (apesar da passagem comprada), perder eventos e compromissos e frutrar outras pessoas. Imprevistos acontecem. Mas quando viram a norma, algo está errado. E sim, um imprevisto pode ter seu impacto reduzido ao máximo com um bom atendimento ao consumidor que, no final das contas, está pagando.

Era só esse o #mimimi. Voltamos com a nossa programação normal no próximo post.