[25 de março de 2006]

Veterinária e MST

- Uma das discussões que tem sido notícia freqüente em Pelotas é a proposta de criação de um curso de Veterinária na UFPel para os assentados do MST na região. De acordo com o Diário Popular, jornal local, a proposta abrange:

A proposta do Instituto Educar prevê a criação de um curso de Medicina Veterinária para estudantes selecionados em assentamentos de todo o país.
- As 60 vagas seriam preenchidas da seguinte forma: as comunidades indicariam nomes à Faculdade de Veterinária que seria encarregada de fazer a seleção. A indicação dos assentamentos teria como critérios a participação e os interesses dos educandos/as nas atividades realizadas na própria comunidade.
- Durante o curso haveria outra seleção na qual seriam avaliadas o engajamento e a vontade de permanência dos estudantes.
- O curso teria duração de 2006 ate 2011.
- O financiamento seria feito através Pronera/Incra.
- O curso seria a partir de uma abordagem interdisciplinar, que contemplaria aspectos bióticos (plantas, animais, organismos do solo), abióticos (clima, solo) e socioeconômico-culturais (economia, sociologia, antropologia) do meio ambiente rural, com vistas à sua gestão.
- O curso funcionaria em regime de alternância, composto basicamente de Tempo Escola (TE) e Tempo Comunidade (TC).


Ainda não entendi se o curso seria de extensão ou curso superior. No caso de ser curso superior, seria exclusivo para assentados? Outros agricultores que não pertencentes ao MST poderiam ingressar no curso? Como se daria essa forma de ingresso "diferenciada"? Caso seja um curso superior, por que não basta um curso de Veterinária normal, que já está estabelecido que tem vestibular todos os anos e todos podem entrar?

Não consegui entender direito como vai ser estruturado esse curso, mas caso seja, como descreve a matéria, um curso exclusivo para os agricultores assentados, com ingresso por indicação e avaliado de acordo com o "interesse" do indivíduo na comunidade, acho muito, muito complicado. Sem falar que não entendo porque não podem fazer o curso de Veterinária normal, como o resto da população brasileira.
por raquel (15:47) [comentar este post]


Comentários

MC (março 25, 2006 6:12 PM) disse:

Aaaaaaah é.. já não bastam as cotas? Daqui a pouco vão extinguir o vestibular... o que seria o certo, mas enquanto tem gente que trabalha o dia inteiro e estuda de noite pra tentar ingressar numa faculdade, eu não acho certo dar vagas pro MST. O melhor seria abrir um cursinho pra eles concorrerem da mesma forma.

Adri Amaral (março 25, 2006 7:09 PM) disse:

faço minhas as tuas palavras e as da MC. bjos

Tosco (março 26, 2006 9:40 AM) disse:

"Cotas para o MST"
Ando meio confuso com essa estória. Nessa mesma semana o Diário publicou que a escolha dos estudantes assentados (vestiba nem pensar) seria feita pelos líderes do MST, e que a permanência ou não dos estudantes no curso também caberia aos dirigentes do movimento.
Achei pertinentes todas as questões que tu levantou, e também estou achando tudo muito estranho. Corrijam-me se eu estiver errado, mas tempos atrás lembro que o MST criticava duramente a pecuária (extensiva, mas qual não é?) aqui no estado, aliás, se bem me lembro, eles eram absolutamente contra o uso da propriedade pra esse fim. Sei que o curso de veterinária não é apenas voltado a isso, mas é onde tem ênfase, sem dúvida. A faculdade de agronomia não seria mais apropriada? Quer dizer, pra tirar leite de vaca e criar galinhas não é preciso nível superior, ainda.

marcia (março 26, 2006 11:50 PM) disse:

ai, raquel, quanta pergunta impertinente, tsc tsc tsc...

thlj qteipul (fevereiro 4, 2007 6:33 AM) disse:

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