WEBLOGS, WEBRINGS E COMUNIDADES VIRTUAIS
Raquel da Cunha Recuero[i]
Mestre em Comunicação e Informação
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
e
professora da Universidade Católica de Pelotas.
RESUMO: O presente artigo procura defender a idéia
de que podem existir comunidades virtuais estruturadas sobre círculos de
pessoas que lêem e interagem através dos weblogs
todos os dias. Os webrings, como são
chamados no trabalho estes círculos, seriam os virtual settlement das comunidades, que ali estabeleceriam suas
relações, principalmente através dos sistemas de comentários, muito populares
na maioria dos blogs. É discutido
também um estudo de caso conduzido entre 22 weblogs
durante quatro meses e a classificação dos blogs
em Diários Eletrônicos e Publicações Eletrônicas, realizada pela autora.
PALAVRAS-CHAVES: weblogs, comunidades virtuais.
A partir dos últimos dois anos, os blogs constituíram-se no último grande "boom" da
Internet. Baseados, principalmente, em mecanismos de fácil atualização de websites em HTML[ii],
e nos princípios de microconteúdo e atualização quase
diária, os weblogs ou, simplesmente, blogs são uma febre. Apenas
em janeiro de 2002 foram criados no Blogger[iii],
um dos sistemas mais utilizados pelos bloggeiros[iv]
de todo o mundo, 41 mil novos blogs, segundo dados fornecidos por Evan
Williams, um dos diretores do sistema. Estima-se
que o número de total de blogs, atualmente, gire em acima de meio
milhão[v],
de acordo com a revista Wired[vi].
E, no entanto, o fenômeno ainda é muito pouco estudado pelos pesquisadores.
O presente trabalho busca lançar algumas observações
sobre o assunto, a partir de considerações a respeito de comunidades virtuais e
webrings construídos a partir dos blogs. O estudo é parte de uma pesquisa
iniciada em janeiro deste ano, quando foram selecionados 22 blogs, que foram observados diariamente
pela pesquisadora. A partir daí, procurou-se categorizar os elementos
observados e, deste modo, construir algumas observações, ainda que iniciais,
sobre o fenômeno. Como forma complementar à observação diária dos weblogs, foram feitas entrevistas com o
grupo de 22 bloggeiros.
1. Weblogs
O fenômenos dos weblogs
é relativamente recente. De acordo com Rebecca Blood (2002, online), a idéia do weblog é antiga (websites
"pessoais" ou "temáticos" que são atualizados
constantemente), mas, em 1999, havia apenas um grupo de 23 weblogs conhecidos, listados por Jesse Garrett em sua lista de
"websites como este". Logo,
o número começou a aumentar de modo
significativo.
Os weblogs
inicialmente eram filtros do conteúdo
na Internet. Eram praticamente baseados em links
e dicas de websites pouco conhecidos
(Blood, 2002, online), bem como comentários,
ou seja, funcionando, também, como Publicação
Eletrônica (segundo a classificação que discutiremos em seguida),
destruindo o mito de que weblogs tenham
sido criados com a função exclusiva de servirem como diários eletrônicos. O
formato Diário parece ter surgido ao mesmo tempo, segundo as observações de
Rebecca, com igual força.
O conhecimento
da linguagem HTML era uma barreira constante para o aumento do número de
usuários, que só foi quebrada com o surgimento das ferramentas dos sistemas
baseados na Web, como o Blogger[vii]
e o Groksoup[viii],
lançados pela Pyra[ix] em agosto de 1999.
Os weblogs originais era dirigidos por links. Cada um era uma mistura de proporções únicas de links, comentários e pensamentos e
ensaios pessoais.Weblogs podiam
apenas ser criados por pessoas que já sabiam como fazer um website[x].
(...) Estes eram entusiastas da web.[xi].
Um dos blogs
pioneiros que ilustra a colocação de Blood foi o Links From the Underground, de Justin Hall. O website
dedicava-se a trazer, para os leitores, o dia-a-dia do autor. De acordo com Carvalho (2002, online), Justin
produziu:
(...) um livro aberto sobre a sua própria vida, publicando tudo em detalhes: bebedeiras, divagações à toa, as doenças sexualmente transmissíveis que contraiu, viagens, as amizades, as aulas na faculdade, namoros, o suicídio do pai e até as próprias fotos nu ou urinando.
Outro dos
primeiros weblogs, Robot Wisdom[xii],
de Jorn Barger, também se restringe a um conjunto de links freqüentemente atualizados. CamWorld[xiii],
outro blog freqüentemente citado como
um dos primeiros blogs, de Cameron
Barret, ao contrário, mostra um sistema de comentários pessoais com links para diversas partes da Internet. E
muitos outros ainda aparecem na lista: Tomalak's
Realm[xiv], de
Lawrence Lee, Scripting News[xv]
de Dave Winer e etc.
Seja como for, o weblog
surgiu como uma ferramenta simples de criar conteúdo dinâmico em um website. É baseado principalmente em
dois aspectos: microconteúdo,
ou seja, pequenas porções de texto colocadas de cada vez, e atualização freqüente, quase sempre,
diária. Os blogs são geralmente organizados em torno do tempo (Johnson, 2002, online). A mais nova atualização vai
sempre no topo do website, com data e
hora. As atualizações são feitas em pequenas porções, chamados posts.
Os weblogs
atuam como versões mais dinâmicas dos websites
pessoais. E, com os websites
pessoais, dividem as mesmas críticas: são experiências de publicação amadoras,
muitas vezes produtos narcisísticos e exibicionistas. São geradores de conteúdo
pessoal. E, como os websites
pessoais, podem ser classificados em um sem-número de categorias. No entanto,
durante a pesquisa de campo, notamos que existiam, principalmente, duas grandes
categorias de weblogs cujas características dos posts eram facilmente distinguíveis e uma terceira, referente ao
híbrido das categorias anteriores. São essas categorias:
a)
Diários Eletrônicos – São os weblogs atualizados com pensamentos, fatos e
ocorrências da vida pessoal de cada indivíduo, como diários. O escopo desta
categoria de weblogs não é trazer
informações ou notícias, mas simplesmente servir como um canal de expressão
de seu autor. Nesta categoria
classificamos 16 dos weblogs
estudados.
b)
Publicações Eletrônicas – São weblogs que se destinam principalmente à
informação. Trazem, como revistas eletrônicas, notícias, dicas e comentários
sobre um determinado assunto, em geral o escopo do blog. Comentários pessoais são evitados, embora algumas vezes
apareçam. Nesta categoria classificamos quatro dos weblogs estudados.
c)
Publicações Mistas – São aquelas que
efetivamente misturam posts pessoais
sobre a vida do autor e posts
informativos, com notícias, dicas e comentários de acordo com o gosto pessoal.
Nesta categoria classificamos dois weblogs.
Observamos que
os weblogs que classificamos na categoria
"Publicações Eletrônicas" geralmente possuem um tema central, como,
por exemplo, cultura pop, tecnologia ou mesmo design gráfico. Esses blogs
procuram trazer links, comentar
notícias e mesmo fazer críticas a outras publicações. Além disso, podem
realizar um clipping de informações
relativas ao assunto-escopo e publicá-las. Alguns blogs desta categoria podem ser, também, acompanhamento de criação
de um determinado programa (o programador vai colocando as atualizações do
programa ou mesmo comentando as modificações que faz no mesmo). O objetivo
permanece claro: informar. São estes weblogs
que são tidos, muitas vezes, como rivais ao jornalismo pela sua característica
de "filtro" da informação na Internet. (Hiller, 2002, online;
Brocanelli, 2002, online; Outing, 2002, online, entre outros)
Os weblogs da categoria "Diário
Eletrônico", por outro lado, não buscam a informação, e raramente a
trazem. Em geral, os usuários preocupam-se em contar pequenos fatos cotidianos,
comentar o humor ou mesmo suas opiniões sobre este ou aquele assunto. Este tipo
de weblog funciona como uma
"janela" para a vida do indivíduo, que relata sua vida cotidiana.
André Lemos
(2002: 44) trata dos "Ciberdiários" como sinônimos de weblogs. Apesar, como demonstra a
pesquisa, de que a grande maioria dos weblogs
surge como um diário online, uma
parcela também já expressiva dedica-se a trabalhar com notícias e informações
relacionadas com um determinado assunto. Um dos entrevistados, estudante de 22
anos, dono de um blog sobre design gráfico na Web, afirma: "Vejo meu blog como um arquivo, um
fichário. Nele coloco sites dos quais gostei com um comentário pessoal para que
eu lembre o porquê de eu ter escolhido tal site." O blog do estudante constitui-se em links para websites que o autor julga interessantes e um julgamento de valor
(comentário) acompanhando. Outro dos weblogs
pesquisados é uma típica revista eletrônica: Seu autor comenta filmes,
quadrinhos e livros interessantes que saem das editoras, avisando de
lançamentos e fazendo críticas. Raramente o autor faz algum comentário mais
pessoal. Abaixo podemos conferir um dos últimos posts do autor, sobre o filme "Minority Report":
Minority Report só não é uma decepção maior porque você pode manter sua cabeça
girando para prestar atenção e "deduzir" todos os elementos
futuristas que a equipe do Spielberg criou. Não é um trabalho muito profundo (é
impossível prever uma noosfera), mas as previsões tecnológicas são bem
legais. [xvi]
Ainda é
possível encontrar weblogs que
possuam características mistas das duas grandes categorias, onde o autor
alterna comentários sobre sua vida e informações de acordo com seus gostos
pessoais, assim como descreve seu trabalho o autor de um blog classificado nesta categoria: "um pequeno diário com pensamentos sobre música e cultura pop em
geral".
É importante
que se atente para a existência das diversas formas de weblogs para que não se caia na generalização do blog como ferramenta específica da
construção de diários. Blogs têm sido
utilizados das mais diversas formas, todas relacionadas à publicação de idéias,
algumas pessoais (diários) outras informacionais (publicações).
2. Comunidades Virtuais
Em trabalhos anteriores, já tivemos a oportunidade de
discutir o conceito teórico de comunidade virtual[xvii].
Passando pela sociologia clássica, pelos conceitos de Gemeinschaft e Gesselscheft
de Tönies, bem como pelas idéias de comunidade, concebidas por Weber, Durkheim,
Buber e vários outros pensadores, procurou-se fazer um resgate da idéia de
comunidade e suas modificações no tempo, até a atualidade, discutindo em que
medida poderia ser definido o conceito de comunidade virtual. Dentro desta
perspectiva, estudam-se os conceitos de comunidade clássicos e comunidade
virtual, numa intersecção até chegar-se à idéia de comunidade virtual como
grupo de pessoas que estabelecem entre si relações sociais, que permanecem um
tempo suficiente para que elas possam constituir um corpo organizado, através
da comunicação mediada por computador e associada a um virtual settlement.
O primeiro requisito da comunidade virtual é, portanto, a
idéia de um grupo de pessoas que estabeleçam entre si relações sociais. Essas relações são construídas através da
interação mútua[xviii]
entre os indivíduos, em um período de tempo, tendo a permanência, como anteviu
Palacios (1998, online), entre seus requisitos fundamentais. A permanência,
aqui é discutida como espaço temporal contínuo de relacionamento. A idéia de
"corpo organizado" remonta à visão das relações sociais como um
intrincado emaranhado de fios que se cruzam e se cruzam, novamente,
constituindo uma rede de relacionamentos em torno de um mesmo virtual settlement.
3. Virtual Settlement e Webrings
Virtual Settlement
é uma proposição de Quentin Jones (1998, online). De acordo com o autor, o virtual settlement é um
"lugar" no ciberespaço ao qual associa-se uma comunidade virtual.
(Recuero, 2002: 37-42). É um lugar demarcado no espaço, onde os indivíduos
participantes da comunidade encontram-se para estabelecer as relações sociais,
como por exemplo, uma sala de chat.
Lemos (1998,
online) propõe a compreensão do
ciberespaço sob duas perspectivas: “como o lugar onde estamos quando
entramos em um ambiente virtual”, ou seja, num ambiente como as salas de chat,
por exemplo, ou ainda, como o “conjunto de redes de computadores,
interligadas ou não, em todo o planeta”. Rheingold (1992, online)
descreve o ciberespaço como um “espaço conceitual, onde palavras, relações
humanas, dados, prosperidade e poder são manifestados pelas pessoas usando a
tecnologia da CMC[xix]”.
Lévy (1999:92) define o ciberespaço como “espaço de comunicação aberto pela
interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”. A
partir destas idéias, podemos ver o ciberespaço como um lugar de circulação de
informação. Um espaço construído por esta circulação e, ainda, um espaço delimitado
por ela. Estas limitações são
compreendidas como limitações do lugar do ciberespaço onde se está. Trata-se de
limitações imaginárias, construídas por nós mesmos. Por exemplo, a
"sala" de chat nada mais é
do que uma porção do ciberespaço limitada por nossa concepção de espaço
concreto. Fazemos uma metáfora com uma
sala comum. Na verdade, nossa "sala" ciberespaçial não possui
limitações concretas, como paredes, chão e etc. Mas a metáfora auxilia na nossa
transcrição de nossa noção de espaço. Neste sentido, citamos Aranha Filho (1998, online), que chama
a atenção para o assunto da grande operação de retranscrições de hábitos e
instituições do mundo offline para dentro do novo meio [a Internet], e “a
busca por metáforas organizadoras deste novo espaço”. Segundo ele, a Rede
constitui-se sobre uma metáfora orientadora, “contrói-se a interface de tal
modo que ela é percebida pelo usuário como um espaço[xx] topográfico (ciberespaço, virtual), com
lugares (sites) onde estão reunidos as atrações e os serviços, e vias de
conexão (a Internet seria o esboço de uma info-highway, info bahn), ‘caminhos’
pelos quais locomover-se entre os sitios”. Aranha vê, deste modo, uma representação metafórica do espaço real dentro
da Internet. Seguindo por esta
perspectiva, weblogs podem ser compreendidos como representações espaciais do self, lugares demarcados no ciberespaço
onde o bloggeiro
"está". Os blogs que ele costuma acessar são vistos
como "vizinhos" e linkados,
muitas vezes, assim.
Os weblogs que observamos
constituíram-se em webrings. Neste
artigo, utilizamos o termo webring para definir círculos de bloggeiros
que lêem seus blogs mutuamente e interagem
nestes blogs através de ferramentas de comentários. Os blogs são
linkados uns nos outros e formam um anel de interação diária, através da
leitura e do comentário dos posts entre os vários indivíduos, que chegam
a comentar os comentários uns dos outros ou mesmo deixar recados para terceiros
nos blogs. Esse círculo de blogs
difere, basicamente, de um grupo de links porque, como discutiremos
adiante, o blog funciona como uma representação do bloggeiro no
ciberespaço. Portanto, num webring, como o definimos aqui, temos um
grupo de pessoas, mais do que um grupo de links.
A ferramenta de comentários, é, portanto, essencial em nossa análise. De todos os weblogs
estudados apenas um não a possui e o autor relata que deseja colocar o sistema,
mas não conseguiu cadastrar-se. O sistema de comentários funciona de uma
maneira simples: A cada post publicado aparece, logo embaixo, um link
para que o leitor comente o que leu. Geralmente o número de comentários já
feitos aparece ao lado. Para comentar basta clicar no link e escrever o
que se deseja. A grande maioria dos comentários utilizados pelos bloggeiros da
pesquisa fazia parte do sistema gratuito Yaccs[xxi]. Os comentários são fundamentais porque
proporcionam dinamismo ao site, e mais, proporcionam aos leitores
interagir com o autor, construir um diálogo com o autor e também os demais
leitores. Essa perspectiva dialógica, de construção da comunicação entre os
dois pólos comunicativos, é a chamada interação
mútua, proposta por Primo (1998, online), em oposição à interação reativa, simplesmente uma
ação e reação, geralmente observada na interação entre indivíduo e máquina.
Utilizamos a noção de interação mútua como aquela que o suporte deve
proporcionar para que os indivíduos possam construir relações sociais
formadores de uma comunidade virtual. Para que este interação seja possível, é essencial o uso da ferramenta de
comentários nos weblogs.
A seguir vemos alguns exemplos de comentários "construtores"
de relações nos weblogs estudados. Nos comentários reproduzidos, os
leitores conversam entre si sobre o assunto explicitado pelo autor do blog.
Wagner disse algo assim:
Eu tô entre a "Marcha Imperial",
"Unfinished Allegro / Carry On" do Angra, "The Greatest
View" do Silverchair. Eu acho que Learn to Fly é a mais legal das que tu
colocou aí.
Raquel disse algo assim:
Wagner: MARCHA IMPERIAL!!!MARCHA IMPERIAL!!![xxii]
Neste outro exemplo de interação temos um bloggeiro respondendo a um comentário de
que seus posts estariam muito
depressivos no corpo do blog.
Como algumas pessoas (oi Valéria!)
reclamaram que o blog andava muito depressivo, vou falar um pouco sobre os
"personagens que povoam o folclore da vida de Wagner". Começando por
(...)[xxiii]
Como se observa, os
comentários são direcionados não apenas ao autor do weblog, mas também ao webring
como um todo, já se pressupondo que os demais bloggeiros irão ler o blog
no decorrer do dia. Do mesmo modo, o autor também interage, muitas vezes
através de respostas aos comentários no corpo do blog ou mesmo no próprio sistema de comentários. Além disso, novos
integrantes do círculo apresentam-se e interagem também nos comentários. Os
próprios usuários são veementes no reconhecimento da importância da interação.
"acho a parte mais legal" (estudante, 19 anos)
"
Evidente que sim. Pois estabelece uma interatividade e gera um ambiente de
discussão e crescimento em cima dos assuntos da vida. Acho isso
excepcional."(estudante, 22 anos)
"Os comentários servem para
o dono do blog saber a quantas anda o blog, descobrir novidades, receber
sugestões e trocar informações."(estudante, 21 anos)
"São importantes. É o que mantém discussões acesas e, em última
análise, acabam guiando o rumo do blog.
É um feedback importante, pois é fácil para as pessoas se manifestarem." (estudante, 23 anos)
Bloggeiros são
como vizinhos. Todos os dias visitam-se mutuamente. Alguns chegam a atualizar o
seu conteúdo várias vezes ao dia, para manter o interesse das visitas.
"Acho importante atualizar constantemente, até porque é muito
fácil de fazer tecnicamente. Se fosse um site
normal daria um pouco mais de trabalho. E é legal, eu gosto de ver meus blogs preferidos sempre com coisas
novas, detesto acessar o blog de
alguém e ver que não tem nada novo. Imaginando que as pessoas que me lêem
também gostam de ver coisas novas e tendo assunto pra falar, eu faço a mesma
coisa, atualizo sempre. " (estudante, 21 anos)
Outros acessam
os blogs várias vezes ao dia para ver
o que há de novo e verificar as interações do dia no sistema. Muitos dos entrevistados mantêm listas dos
blogs vizinhos, blogs para ler todos os dias.
Seja como for,
é principalmente através dos comentários como feedback aos posts que os
círculos são formados. As dinâmicas são relativamente simples: Alguém lê o
comentário de alguém e interessa-se em saber quem é. Nos comentários é possível
ao indivíduo assinar e colocar o website
pessoal (em geral outro weblog). A partir de então se passa a acessar este blog novo com alguma freqüência. Em um
ou outro post, comenta-se algo sobre
o novo blog. Através do link (weblogs são totalmente hipertextuais e geralmente possuem vários links no decorrer do texto), todo o
círculo de pessoas que acessava o blog
passa a conhecer também o novo blog.
Na entrevista
também foi pedido aos bloggeiros que
enumerassem os blogs que lêem com
freqüência. O círculo de relações ficou imediatamente mais nítido. Mesmo que
não se conheçam pessoalmente, funciona a idéia do "conhecer quem
conhece" ou "ter entrado por indicação de um amigo e gostar". Inicialmente,
o leitor apenas conhece o blog. Aos
poucos, começa a interagir com o autor e verifica que seus outros conhecidos
também interagem. O círculo começa a ser formado. Um mesmo blog pode fazer parte de vários webrings,
como um nó na rede de relações criadas pelos blogs.
No decorrer da
pesquisa, o círculo entre os weblogs
estudados aumentou e interseccionou-se no decorrer do tempo. Novos weblogs foram acrescidos às listas
diárias dos usuários. Novos webrings surgiram.
Deste modo,
acreditamos poder definir os webrings
(como aqui chamamos os círculos de bloggeiros)
como virtual settlement, uma vez que
funcionam como um lugar (uma vizinhança) de bloggeiros
que interagem (através dos comentários e posts)
e travam conhecimento e relações entre si. Os webrings são, portanto, compostos não apenas do blog, mas do círculo de bloggeiros e seus comentários sobre o blog, do suporte tecnológico da
comunidade virtual.
Ao mesmo
tempo, os webrings representam um
círculo de pessoas que interagem com alguma freqüência através de seus blogs e comentários. O virtual settlement, como já previra
Jones (1998, online), existe onde existe uma comunidade.
4. Weblogs e Identidade: O "Eu" Mutante
Para discutir
a idéia dos weblogs como agregadores
sociais, é preciso discutir também a idéia de identidade expressada pelo
indivíduo através do blog e deste
como representação individual no ciberespaço, segundo a idéia de representação
do eu proposta por Goffman (1985). Assim, é possível perceber porque os weblogs podem funcionar também como
elementos de representação do "eu" de cada um, e como
"janelas" para que outros possam "conhecer" o indivíduo,
permitindo que a interação aconteça entre pessoas.
Os weblogs permitem ao indivíduo expressar várias facetas
de sua personalidade. De acordo com Döring (2002, online), as teorias pós-modernas
da identidade são entendidas a partir da multiplicidade do self, do "eu" enquanto um trabalho de construção, mudança e, principalmente,
diversidade[xxiv]. O weblog pode ser reconfigurado a cada
momento para "refletir a última concepção de identidade do eu" de seu
autor. Efetivamente, os weblogs têm
seu layout modificado com bastante
freqüência. Entre os analisados, 16
passaram por mudanças no período de janeiro a julho de 2002. Alguns passaram
por pequenas mudanças como uma inversão de cores. Outros tiveram seu layout completamente modificado várias
vezes. A idéia de que se "constrói" a identidade é extremamente
importante para a compreensão do weblog como
uma faceta desta identidade. Ao mesmo tempo em que um blog é mutante (constantemente modificado, atualizado, reformulado,
reconstruído), a identidade do indivíduo também o é. Döring (2002, online) afirma:
A contrução de uma home-page pessoal promove uma resposta sistemática para a
questão crítica de identidade 'quem sou eu'
e dá suporte à internacionalização
da resposta individual. [xxv]
Dentro desta
perspectiva, o weblog publica o
"eu" diário e reconstruído do indivíduo. Ele traz a reconfiguração da
identidade particular de cada um todos os dias. O layout do blog também faz parte dessa visão do
"eu". Desde as cores, elementos e imagens escolhidas, o website pessoal também passa pela percepção
de si mesmo, agora aumentada pelo poder de atualização do weblog.
Turkle (1998:6) fala no
ciberespaço como um espaço cultural de simulação, onde é possível falar, trocar
idéias e assumir personagens de nossa própria criação. A visão da autora abrange uma “fragmentação”
do indivíduo no ciberespaço, metaforicamente exposta pela diversas “janelas”
que o sistema permite: em cada janela eu posso ser uma “nova” pessoa ou
apresentar um novo “eu” que exacerba uma parcela de minha personalidade, muitas
vezes não condizente com o meu “eu” real. Podemos estender essa visão para o weblog. Como uma das múltiplas janelas,
ele pode revelar, esconder ou mesmo exacerbar facetas da personalidade de seu
autor. Exatamente por isso, muitos weblogs
são considerados narcisísticos.
O weblog representa alguém. Os
pensamentos, fatos da vida e outros elementos narrados, servem como
representação do indivíduo. E, é a partir desta representação que ele é
conhecido e percebido pelos demais. E deste modo, de acordo com Döring (2002,
online):
Ser representado na Web por uma página pessoal atrativa, rica em
informações, profissional ou humorística pode melhorar a impressão que fazemos
de uma pessoa que não seja familiar a nós pessoalmente. A página pessoal pode
inclusive suplementar as impressões face-a-face que fazemos das pessoas que nos
são familiares ou que conhecemos pessoalmente.[xxvi]
Os próprios bloggeiros
reconhecem que o blog atua como
um motivo para que outras pessoas os conheçam e tenham uma boa impressão de si.
"Já falei com muita gente legal por
causa do blog", disse uma estudante de 21 anos, explicando porque fica
contente com os acessos ao seu blog
de pessoas desconhecidas. Outro
estudante, de 23 anos, explicou: "Vejo
como um canal de comunicação com meus amigos e uma maneira de mostrar pro (sic)
mundo que eu existo e tenho alguma bobagem para falar." A partir destas opiniões, percebeu-se,
através das entrevistas, que o blog é
uma forma de "demarcar o território" no ciberespaço, sentir-se
representado, identificado. É uma forma de
expressão de si mesmo, como afirma um
estudante de 20 anos é " uma forma de expressão, onde os outros podem entrar em
contato com a minha personalidade, com a minha vida." É uma maneira de se
perceber a si mesmo e aos outros. Como Döring diz, o weblog é uma realização pessoal para as pessoas: mostra que eles
estão ali, mostra como elas se representam, possibilita que elas sejam
conhecidas por outras pessoas e que desenvolvam com essas pessoas interesses em
comum.
Depois, porque ter um blog
facilita a comunicação com outras pessoas que têm interesses em comum, ou não e
assim posso trocar idéias sobre assuntos bem legais, conhecer gente nova,
descobrir novos blogs de pessoas que
fazem comentários e lá descobrir links
para sites bastante diferentes e
interessantes. (Estudante, 21 anos)
Conclusão: Webrings
como Comunidades Virtuais
Uma comunidade virtual, de acordo com o conceito
explicitado anteriormente, é mais do que um suporte no ciberespaço, como um
canal de chat ou mesmo um website. O suporte está relacionado ao virtual settlement. Deste modo, a
comunidade constitui-se dos indivíduos e de suas relações construídas a partir
do virtual settlement. Ora,
entendendo o webring como um virtual settlement, podemos entender
também as relações das pessoas que fazem parte do círculo, com seus weblogs e comentários diários, como uma
comunidade virtual. Isso porque todas as
características estão presentes: a temporalidade das relações, uma vez que os blogs são atualizados freqüentemente,
bem como os comentários, que são feedbacks
de cada post, e que representam a
interação mútua possibilitada pelo sistema; todos os bloggeiros entrevistados afirmaram que lêem os blogs diariamente. Vários entrevistados contaram casos em que
conheceram ou encontraram alguém a quem não viam há muito tempo através dos webrings e mesmo relatos de várias novas
amizades encontradas e estabelecidas, em princípio, através dos sistemas
interativos dos blogs. Além disso,
podemos reconhecer os blogs como
representações individuais de seus autores, possibilitando que estes sejam
identificados e tenham de si impressões construídas pelos demais, que
interagem, através do virtual settlement
com o autor e com os demais elementos da comunidade.
Mais estudos são necessários, no entanto, para determinar
se todos os webrings podem
constituir-se em comunidades virtuais, bem como a aplicabilidade da
classificação proposta dos weblogs neste trabalho. Não se tem aqui, a intenção
de realizar um estudo absoluto, mas de lançar ao debate mais indícios e
discussões sobre o fenômeno dos blogs.
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Comunicação. In: MARTINS, Francisco M. e SILVA, Juremir M. da. Para Navegar no Século
XXI. Tecnologias do Imaginário e da Cibercultura. Porto Alegre: Edipucrs, 1999.
18. ___________. O que
é o Virtual? São Paulo: Editora 34, 1997.
19. ___________. As Tecnologias da Inteligência. São
Paulo: Editora 34, 1998.
20. MANTA, André e Luiz
Henrique Sena. As afinidades virtuais: A Sociabilidade do Videopapo. Disponível em
<http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos/estray1.html> (06/10/1998)
21. OUTING, Steve.
Interactive News is the Newspaper – Wide Effort in Spokane. Artigo
publicado na coluna Stop the Presses. Disponível em
<http://editorandpublicher.printthis.clickability.com/pt/printThis?clickMap=printThis&fb...>(08/07/2002)
22. PALACIOS, Marcos. Cotidiano e Sociabilidade no Cyberespaço:
Apontamentos para Discussão. Online em <http://facom/ufba/br/pesq/cyber/palacios/cotidiano.html
> (19/11/1998).
23. PRIMO, Alex F. T. Interação
Mútua e Interação Reativa. Texto apresentado no GT de Teoria da Comunicação
para apresentação do XXI Congresso da Intercom - Recife, PE, de 9 a 12 de
setembro de 1998. Disponível em <http://www.psico.ufrgs.br/~aprimo/pb/intera.htm>(12/08/2001).
24. ________________. Explorando o Conceito de Interatividade.
Definições e Taxionomias. Artigo publicado na revista "Informática na
Educação", do PGIE/UFRGS. Disponível em <http://www.psico.ufrgs.br/~aprimo/pb/pgie.htm>
(01/08/2001)
25. RECUERO, Raquel da C. Comunidades Virtuais: Uma Abordagem
Teórica. Artigo apresentado no V seminário Internacional de Comunicação, GT
de Tecnologia das Mídias. (outubro de 2002). Disponível em <http://www.pontomidia.com.br/raquel/teorica.htm>(02/08/2002)
26. ______________________. Comunidades Virtuais no IRC: o caso do
#Pelotas. Um estudo sobre a Comunicação Mediada por Computador e as Comunidades
Virtuais. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Informação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
(janeiro de 2002)
27. RHEINGOLD, Howard. La Comunidad Virtual: Una Sociedad sin
Fronteras. Colección Limites de La Ciência.
Barcelona:
Gedisa Editorial 1994.
28. ___________________. The
Heart of the WELL. In: HOLETON, Richard. Composing Cyberspace: Identity,
Community and Knowledge in the Eletronic Age.
USA: McGraw-Hill, 1998.
29. TURKLE,
Sherry. Life on the Screen: Identity in
the Age of the Internet. New York: Touchstone, 1997.
30. _____________.
Virtuality and its Discontents:
Searching for Community in Cyberspace. Adaptado do “Life on the Screen”.
The American Prospect. 1999. Online em
<http://www.prospect.org/archives/24/24turk.html> (04/08/2000).
31. _____________. Identity
in the Age of Internet: Living on the MUD. In: HOLETON, Richard. Composing Cyberspace:
Identity, Community and Knowledge in the Eletronic Age. USA: McGraw-Hill., 1998.
Weblogs
participantes da pesquisa:
1. Dot. Dot.
Dot. <http://www.pontomidia.com.br/ricardo>
2. Parênteses
<http://www.pontomidia.com.br/erico>
3. This is how
you remind me.< http://www.wenver.hpg.ig.com.br/index.htm>
4. Ngrafik|
<http://www.pontomidia.com.br/rafael>
5. Oh no!
< http://marina.yeahbabe.net/>
6. Actea's
<http://www.actea.blogspot.com>
7. Amity
<http://amity.blogspot.com>
8. Charles, que
Charles? < http://charles.pilger.inf.br/>
9. Como Eu
vejo... <
http://comoeuvejo.blogspot.com/>
10. Day after
day after day < http://www.agenciamais.com.br/bruno/blog/>
11. [::Walkman::]
- < http://walkman.blogspot.com/>
12. Gondolin –
A Rocha Oculta - < http://gondolin.blogspot.com/>
13. Kriix
Weblog - < http://kriix.wicked-garden.net/>
14. Léli Tim
Tim por Tim Tim - < http://www.lelidornelles.cjb.net/>
15. O trabalho
dignifica a preguiça fortifica - < http://marciama.weblogger.com.br/>
16. Hard Candy
- < http://www.dork.com/gabi/>
17. Under the
blue of my oblivion - < http://www.planetabuggy.com.br/sam/>
18. Wait man...
that's crazy - < http://lauromaia.cjb.net/>
19. Bloguigah
- < http://www.bloguigah.rg3.net/>
20. Cursed
- < http://hiddencris.tripod.com/puppet/>
21. A new found
Paula - < http://www.anewfoundpaula.blogspot.com/>
22. Flauer HP
- < http://flauerhp.tk/>
[i] http://www.pontomidia.com.br/raquel
- raquel@pontomidia.com.br
[ii] HTML – Hypertext Markup
Language, linguagem na qual baseia-se grande parte da programação de
websites para a Internet.
[iii] http://www.blogger.com
[iv] São chamadas bloggeiras
as pessoas que mantém blogs.
[v] Lemos (2002:44) traz a estimativa de mais de 800 mil weblogs.
[vi] A revista Wired pode ser acessada via Internet no website http://www.wired.com.
A referida matéria encontra-se disponível na URL
http://www.wired.com/news/culture/0,1284,50443,00.html.
[vii] http://www.blogger.com
[viii] http://www.groksoup.com/
[ix] http://www.pyra.com
[x] A autora refere-se ao conhecimento da linguagem HTML.
[xi] No original: "The original weblogs were link-driven sites. Each was a mixture in unique proportions of links,
commentary, and personal thoughts and essays. Webglos could only be created by
people who already knew how to make a website. (...)These were web
enthusiastic."(tradução da autora)
[xii] http://www.robotwisdom.com/
[xiii] http://www.camworld.com/journal/
[xiv] http://www.tomalak.org/
[xv] http://www.scripting.com/
[xvi] http://www.pontomidia.com.br/erico
- (postado em 02/08/2002, às 00h59min)
[xvii] Para maiores detalhes vide Recuero (2001) Comunidades Virtuais: Uma
abordagem teórica.
[xviii] De acordo com a classificação proposta por Primo (1998), no artigo
Interação Mútua e Interação Reativa.
[xix] “(...) cyberspace is the conceptual space
where words and human relationship. Data and wealth and power are manifested by
people using CMC
technology;”
[xx] Grifo do autor.
[xxi] http://www.yaccs.com .
Apenas para demonstrar a importância dos comentários para os blogs, o sistema está freqüentemente
indisponível para novas contas, uma vez que a procura é muito grande e o
servidor não suporta.
[xxii] Dois usuários comentando o post
de 04/08/2002 no blog Dot.dot.dot.
[xxiii] Neste exemplo temos um post
do blog This is how you remind me de
02/08/2002.
[xxiv] André Lemos, em seu artigo "Diários Pessoais e Webcams na
Internet" também acena com esta questão (vide bibliografia).
[xxv] No original: "Personal home page construction promotes the systematic answering
of the identity-critical "who am I?" question and supports the
internationalization of the individual answers." (tradução da autora)
[xxvi] No original:"Being
represented on the Web with an attractive, information-rich, professional or
humorous personal home-page may enhance the impression we make on people who
are not yet familiar with us personally. The personal home page also supplement
the face-to-face impressions we make on people who actually are familiar eith us
personally." (tradução da autora)