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abril 13, 2003

Duke Nukem

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Jogando Medal of Honor, acabo convencido de que Duke Nukem 3D foi um marco na história dos jogos 3D em primeira pessoa. É um marco hoje insignificante quase, mas ele permitiu um gostinho de um outro caminho que poderia ter sido tomado em ambientes virtuais.

Explico. Uma das grandes revoluções de Duke Nukem 3D foi a possibilidade de interação com o ambiente. Na época, não havia processamento suficiente para fazer gráficos realistas, portanto, para dar mais realismo à imersão, adotaram a técnica de poder alterar o ambiente em que se estava. Claro, isso de forma extremamente simplificada: destruir paredes, prédios, caixas, árvores, etc. Mas ainda assim, é muito mais do que os jogos de hoje oferecem.

A partir daí os jogos tomaram um caminho totalmente diferente. O precursor foi Quake. Optaram por utilizar o processamento para melhorar o realismo gráfico das cenas, mas nunca se preocupando com o realismo "tátil" do ambiente. O resultado é que hoje temos gráficos alucinantes, muitas vezes realísticos em termos visuais, mas a interação se limita às personagens, nunca ao ambiente em si.

Quando atingirmos um limite para o realismo gráfico, então talvez os desenvolvedores passem a se preocupar com esse fator tão importante. Hoje já sinto falta de um jogo que deixasse os gráficos um pouco de lado e se preocupasse com a sensação de imersão através da interatividade. Imaginem um Medal of Honor em que se pudesse efetivamente destruir prédios, arremessar pedras, arrastar objetos, alterar o ambiente nos seus detalhes, ao invés de os objetos apenas servirem de proteção às personagens. Em Unreal Tournament você tem bombas atômicas que destroem todos os inimigos, mas as belíssimas paredes e árvores permanecem intactas.

O desafio é enorme. Modelar objetos realisticamente, com seu peso, forma e textura é uma tarefa muito árdua. Além disso, as leis físicas teriam que ser modeladas também, para que os objetos se comportassem de forma correta no ambiente. Modelar interações de múltiplos objetos é algo que exige muito esforço computacional. Muito mais complicado do que simplesmente iluminar uma cena estática de forma correta. Novas placas aceleradoras teriam que ser criadas, que tomassem parte desse processamento para si. Poderiam, até, se chamar "criadoras de realidade", o que ajudaria no marketing.

E, quando o realismo gráfico se unir ao realismo "tátil" (as aspas são por que não é bem tátil, já que você não sente efetivamente, mas não achei palavra melhor), então teremos jogos realmente revolucionários. E, quem espera que Duke Nukem Forever seja tal divisor de águas, é melhor não alimentar muitas esperanças, já que, pelas descrições, a preocupação voltou a ser unicamente a parte visual.

Quem diria que um futuro Matrix pode estar em simples jogos?

2 comentarios

Concordo. Nunca mais se viu algo no estilo Duke Nukem. (Dava pra urinar nas privadas E dar descarga!)

Acho que as interações físicas não são tão complexas assim, Ricardo. Me parece que se precisa fazer muito mais contas para iluminar uma cena corretamente do que para aplicar as forças adequadas aos corpos adequados, mas talvez eu esteja enganado.

Mas o que eu mais gostava no Duke, mesmo, era o fato de poder voar. E também o encolhedor, para esmagar os inimigos como formiguinhas.
Ah, the good old days...

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el abril 13, 2003 10:15 AM.

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