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abril 17, 2004

Sinapses

Uma coisa interessante da teoria das probabilidades: todo evento improvável, quase por definição, deve ocorrer em algum momento. Todas evidências atualmente apontam que tudo que pensamos e lembramos está armazenado em nosso cérebro, na forma de conexões de intensidades variáveis. O que diferencia você de outra pessoa são as formas destas conexões. Em parte, estas conexões se fazem de forma aleatória, apesar de guiadas por laços de realimentação em aprendizados.

Mas se supormos que alguma disfunção possa fazer com que as ligações efetivamente se façam de forma aleatória, mas que se estabilizem depois de um tempo, o que pode acontecer? Provavelmente teríamos um cérebro totalmente disfuncional. Mas com bilhões de pessoas no mundo e milhares de anos pela frente, algumas destas conexões aleatórias seriam coerentes. Com uma probabilidade muito muito pequena, o cérebro poderia se ligar da maneira exata como a de qualquer pessoa no mundo. Ou como a personalidade da pessoa em questão mesmo, mas com um conhecimento a mais. A pessoa que sofresse isso poderia acordar um dia sabendo falar alemão. Está certo, grandes chances de acordar sabendo falar uma língua absurda, mas há chances de ser uma língua absurda idêntica ao alemão.

Supondo que isso não é de todo impossível, outras variações mais interessantes poderiam ocorrer: pessoas acordando sabendo coisas que atualmente não se sabe. A origem do Universo, por exemplo. Ou sabendo desenvolver tecnologias incríveis. Existe um paradoxo de viagens no tempo que é o seguinte: um visitante do futuro viaja ao passado e revela uma teoria ainda não descoberta. O paradoxo é que tal teoria não teria sido descoberta se o viajante não tivesse retornado para informá-la, logo ele próprio não a teria. A questão toda é: de onde saiu a informação? Isso é tido como uma violação do princípio da entropia, onde deve haver gasto de energia para aumentar a ordem (leia-se informação) de um sistema. Mas informações são unicamente conexões sinápticas que, com um alto grau de improbabilidade, podem se formar "do nada" em cérebros.

Talvez tenhamos que ter um "motor de improbabilidades", como no Guia do Mochileiro das Galáxias, para que um único exemplo disso ocorresse. Mas há pessoas no mundo que aprendem a falar línguas estranhas a elas, acreditam ser outras pessoas, lembram de eventos remotos ou futuros e locais que nunca visitaram. Explicações para isso incluem memória genética, espíritos, telepatia, percepção extra-sensorial e uma gama de outras hipóteses que exigem uma profunda modificação das leis da natureza como a conhecemos atualmente. Podem até estar corretas, mas minha explicação só exige uma grande quantidade de pessoas e/ou um grande intervalo de tempo. Não estou dizendo que acredito que seja uma hipótese razoável, mesmo por que creio que existam explicações muito mais banais para a grande maioria dos eventos estranhos, apenas quero mostrar que, improvável por improvável, prefiro uma hipótese que não viole leis e conceitos já bem estabelecidos e testados.

A única evidência que tenho que isso pode ocorrer é que esta idéia toda me veio do nada, se formou na minha mente sem que eu tenha me dado conta. E na verdade eu queria escrever um conto sobre um garoto que aprende uma tecnologia alienígena exatamente desta forma e sobre pesquisadores procurando explicações quando, em princípio, tudo foi aleatório. Mas agora já desperdicei a idéia neste post.

8 comentarios

Ricardo, nesse post te superaste, fiquei até sem palavras por alguns instantes (ou sem conexões sinápticas coerentes). Só um insight...muitos pesquisadores já estudaram a formação de idéias "do nada"... só que eles chamam de raciocício e não vem exatamente do nada, que nem essa tua idéia mirabolante toda ;)

Bah Ricardo, sabes que sou parceiro nas tuas explicações para fenômenos estranhos, mas desta vez ficou complicado. Do pouco que eu sei sobre o funcionamento do cérebro, ele não é um sistema isolado, ou seja, toda informação contida nele é adquirida do mundo externo ou deduzida a partir de informações já armazenadas. Tipo, considerando que uma conexão sinaptica com alguma lógica aconteceria em uma probabilidade infinitesimal, seriam necessárias que milhares destas conexões ocorressem e fizessem sentido de alguma forma, assim sendo, para a probabilidade de eventos dependentes multiplicamos as probabilidades infinitesimais e assim a probabilidade de acordarmos falando alemão deve ser semelhante ou menor do que a de nos jogarmos contra uma parede e atravessarmos ela. Tah, agora vou estudar. :-P

Que droga, então vou ter que me matricular mesmo num curso de alemão. Saco. :/

É, a probabilidade é muito baixa. Poderia (talvez) ocorrer ao longo de um gugol de anos, mas...

Dude... don't do drugs, please.

Continuei sem saber o que é sinapse!

Não entendi o que é Conecção SINÃPTICA

estou fazendo Pedagogia a distãncia e tive dificuldades em responder questões referentes ao sistema neuropsicológicos da aprendizagem.
Encontrei neste site a resposta que eu desejava.
Muito obrigada!
Paulina.Veja minha resposta: "Sinapse nervosas sao pontos onde as extremdades dos neurônios vizinhos se encontram e o estímulo de um neurônio passa para o seguinte por meio de mediadores químicos, os neuros transmissores."

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el abril 17, 2004 11:10 PM.

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