« Presa | Inicio | Hitchhiker's Adventure »
agosto 25, 2004
JogosBR
O Ministério da Cultura lançou, já há algum tempinho, um Concurso de Jogos Eletrônicos Brasileiros. É um interessante movimento do Governo na tentiva de incentivar a produção de jogos originais no Brasil. Originais no sentido de inovadores, com características próprias, e não no de legais (e legais no sentido de dentro-da-lei!).
Funciona da seguinte forma: em uma primeira etapa, qualquer pessoa pode se cadastrar e enviar uma idéia de jogo. Valem jogos para computador, videogame, celular ou qualquer meio eletrônico. As idéias submetidas ficam disponíveis para o público (mediante cadastro) que pode discutir a idéia, propondo mudanças. No final de outubro, uma comissão irá escolher 30 idéias para a segunda fase, que consiste em uma nova fase de discussões, desta vez com propostas de como implementar e viabilizar os conceitos escolhidos. Ao final das duas fases, alguns projetos serão patrocinados pelo Ministério para serem efetivamente executados e distribuidos.
Idéia boa no papel, mas complicada na prática. Para começar, há já dezenas de idéias cadastradas, a maioria absurda ou simples gozação. Exemplo: "Hebe Laser 3000 - Hebe Camargo paga empresa de andróides e ganha corpo robótico com super poderes.". Entre as que se salvam, praticamente nenhuma original realmente, apenas adaptações de jogos bem conhecidos para uma atmosfera brasileira. Assim é "Sim Brasil", um SimCity com nomes de cidades brasileiras, entre dúzias de outras parecidas.
Mesmo que surjam idéias boas realmente, o regulamento garante que o direito autoral será mantido. Mas como fazer isso onde a colaboração é livre? Mesmo o menor comentário pode ser considerado contribuição. Se já é complicado no campo das idéias, quando for hora de dividir o patrocínio será pior, como saber quem realmente irá produzir o jogo? Como distinguir colaborações de proposições originais? É um desafio e tanto.
Apesar das possíveis complicações, é uma idéia louvável. O campo de jogos eletrônicos é um dos que mais crescem no mundo e o Brasil definitivamente engatinha no processo. Resta torcer que saiam bons frutos e idéias realmente originais, capazes de fazerem diferença no mercado internacional. Mas com Doom 3 e Half-Life 2 estourando, literalmente, por aí, é difícil prestar atenção em qualquer outra coisa.
Tem também a questão de estarem oferecendo pouquÃssima grana. Acho que são R$ 30.000,00. Não dá pra desenvolver nada com isso.