Archivos setembro 2004
setembro 28, 2004
Broken
A música da semana (ok, do semestre) é: Broken, de uma banda chamada Seether. A música já é bastante bonita, mas recentemente fizeram uma versão com a Amy Lee, do Evanescence, em um belo dueto.
Certo, vocês vão ouvir e reclamar que a música é meio repetitiva. Mas é a Amy Lee repetindo, o que deve valer por alguma coisa. E já que estamos falando de música, ouvi apenas recentemente o novo álbum (Once) do Nightwish. Não é meu preferido (ainda), mas é bastante bom. É o mais técnico de todos, mas isso não é necessariamente uma qualidade e acho que perde-se bastante da emoção nos vocais.
setembro 24, 2004
Me encontraram
Os spammers de blog finalmente me encontraram e tive que varrer cerca de 300 comentários sobre poker e coisas do gênero. Aliás, tive que fazer um script para varrer isso periodicamente para não entulhar. Por sorte, eles só tem conseguido enviar os spams para posts antigos, então vocês devem ser poupados disso. Mas, só para mencionar, não usem palavras como "poker", "viagra", "texas" e por aí vaí nos seus nomes... E se você se chama por algum desses nomes, você precisa de ajuda.
setembro 16, 2004
{first 10-digit prime found in consecutive digits of e}.com
{first 10-digit prime found in consecutive digits of e}.com
Uma grande gincana que começa com o enigma no cartaz aí o lado é a nova forma do Google procurar por talentos e futuros funcionários. A idéia não é nova, a Electronic Arts já havia feito algo semelhante com código C em cartazes e, se me lembro bem, um certo campeonato de palavras cruzadas contatou possíveis participantes colocando mensagens "cifradas" em palavras cruzadas super-difícies de jornais e revistas. Mas o Google é sempre o Google.
E para quem não lembra, e = 2.71828183... (segue até o infinito). Agora vá encontrar um número primo de 10 dígitos nisso. Para ajudar, aqui vão os primeiros 5 milhões de dígitos. Divirta-se.
setembro 15, 2004
Firefox 0.10, Thunderbird 0.8
Mas o grande destaque é o cliente de e-mail Thunderbird 0.8. Finalmente se torna usável agora que incorpora o sistema de "Global Inbox". Basicamente, pode-se optar que todos os e-mails de todas as contas apareçam em uma única caixa de entrada, tornando invisíveis todas aquelas múltiplas caixas para cada conta. Esse era o principal fator que me levava a manter o Thunderbird longe mas hoje já é uma opção a ser considerada. Porém, tenho gostado muito do M2, a troca vai ser difícil.
setembro 14, 2004
Furg VS UFRGS
Eu, naturalmente, fui correndo ver. Um pouco dividido, é verdade. O time da Furg fui eu quem começou, mas atualmente estou na UFRGS, poderia ser chato. No final, me escalaram para juiz e não pude torcer para lado nenhum. Melhor assim, mas eu teria torcido para a Furg.
Eram dois jogadores em campo e mais um goleiro. O goleiro do time da Furg não se mexia, era mais uma barreira, enquanto o da UFRGS geralmente se mexia para abrir o gol apenas. O jogo começou mal, nenhum dos times alcançava a bola, com diversos pedidos de tempo por parte dos coordenadores para ajustes. O time da Furg abriu o placar em jogada individual no meio do primeiro tempo (5 minutos de jogo). O da UFRGS deu o troco e deixou tudo igual, em gol um tanto polêmico (a bola parou sobre a linha do gol). O primeiro tempo acabou empatado. No segundo tempo, o time da UFRGS não mais se aproximou da bola, deixando livre para o time da Furg marcar mais três gols e encerrar o placar em 4x1.
O time da UFRGS é muito veloz, mas teve dificuldades em encontrar a bola. Na maior parte do tempo, tentavam jogadas suicidadas contra as barreiras laterais ou tentavam empurrar o goleiro adversário para dentro do gol. O time da Furg estava bem mais lento, com uma certa fobia da bola: conseguiam empurrar alguns centimetros a bola para perto do gol, mas então recuavam. Porém, quando os dois robôs não se atrapalhavam um conseguia conduzir com muito sacrifício até o gol, fazendo valer a vitória.
Enfim, é engraçadissimo ver um jogo desses. Agradecimentos ao Cláudio que assumiu a posição de fotógrafo quando fui convocado para juiz. E parabéns aos dois times.
Na foto, o robô redondo é da Furg, enquanto o quadrado é da UFRGS.
setembro 10, 2004
Robôs e simulações
Não consigo lembrar de nenhum outro caso em que um robô tenha sido usado para testar uma teoria científica, muito menos da biologia. Há vários casos em que robôs explicitamente imitam algo da natureza, como o uso de músculos artificiais, mas o caminho neste caso é inverso, os cientistas aproveitam-se de conhecimentos de outra área para tornar os robôs melhores em suas funções. Não há o interesse em repassar o que se sabe dos músculos artificias para os naturais, pois passam a ser problemas distintos. Há inspiração, não simulação.
Na computação em geral, simulação é bastante usada. Modela-se diversas coisas na natureza para testar propriedades e compreender o funcionamento. Desde formigas até explosões nucleares. Mas simulações em computador são complexas, levam tempo e não são simples de se criar, já que sempre pode-se deixar de fora algum parâmetro que, depois, mostra-se importante no mundo real. Com robôs não há a necessidade de se simular o ambiente: ele é o real, com todas suas imperfeições. Com as novas teorias de complexidade indicando que a complexidade do ambiente é fundamental para a emergência de comportamentos complexos, talvez tenhamos mais robôs atuando como simuladores no futuro próximo.
setembro 9, 2004
Idéias e sono
Em notícia na Folha, cientistas entrevistaram pessoas e constataram que cerca de 30% relatam ter boas idéias e notarem um aumento de criatividade quando estão na cama. Deve ser o primeiro estudo em cima desse fenômeno bem conhecido, afinal quase todo mundo já teve uma grande idéia pouco antes de cair no sono, por mais que "grande idéia" seja um conceito subjetivo. É um momento de insights, provavelmente causado pelo relaxamento.
Porém, como a natureza não permite que grandes idéias surjam sem custo, geralmente nos esquecemos delas quando acordamos, por mais que pensemos, antes de dormir, que "ah, não vou me esquecer disso". Curiosamente, já ouvi casos de pessoas que anotaram a grande idéia e, ao ler pela manhã, acharam uma grande bobagem. Já aconteceu comigo, aliás. Uma evidência que talvez não seja nossa criatividade que se aumenta, mas nosso senso crítico que se reduz.
Mas eu ainda acho que se eu tivesse um caderno ao lado da cama já teria desvendado os segredos do Universo.
setembro 8, 2004
Jurassic Park
Li "Jurassic Park", versão pocket em inglês, coisa que eu devia ter feito há muito tempo mas nunca me interessei. Mas depois de ler "Presa" fiquei com vontade de ler mais Michael Crichton e esse estava dando sopa já que a Raquel havia a recém comprado.
Provavelmente Crichton é o melhor escritor de ficção científica da atualidade. Apesar de seus enredos sempre terem uma tendência a se tornarem roteiros de filmes estrelados pelo Vin Disel, ele dá um embasamento científico como muito poucos autores que eu já tenha lido. Eu compararia seu cuidado com o uso da ciência possível aos livros do Arthur C. Clarke, mas Clarke é um pouco mais visionário, no sentido de que escreve sobre coisas que podem acontecer daqui a cem anos, enquanto Crichton usa ciência dos notíciarios de hoje para descrever o que seria possível em poucos anos. Muito bom.
setembro 2, 2004
Asimov
Alguns livros são eternos. Podem ter sido escritos na idade da pedra e ainda serem atuais. Outros não. "Eu, Robô" pertence ao segundo grupo, com agravantes. É difícil avaliar a qualidade (mas não o mérito) em 2004 de um livro que foi escrito em 1950 e 54 anos é quase nada, mas é tudo para qualquer assunto que envolva tecnologia.
Do ponto de vista literário, me pareceu bastante ruim. Os personagens todos tem o mesmo "sabor" e isso inclui os robôs, todos e tudo têm uma personalidade débil. E ainda por cima não passa de uma grande costura de contos, amarrados na forma de uma entrevista com o único personagem consistente na obra, a doutora Calvin. Os enredos são potencialmente bons, mas são mal desenvolvidos, com enormes problemas de coerência, mesmo com as famosas Três Leis da Robótica que, aliás, são citadas até a exaustão.
Do ponto de vista da ficção científica, é difícil falar qualquer coisa sem ser injusto pela defasagem de décadas. Mas só há robôs de um tipo: humanóides. E todos apresentam emoções, conflitos e uma gama de características humanas. Em síntese, são todos monstros de Frankstein com engrenagens, representando apenas humanos artificiais estilizados. Na verdade, em muitos momentos poderia-se imaginar os robôs como escravos humanos e pouco se perderia do enredo geral ou dos conflitos propostos. Há pouca diversidade e as capacidades dos robôs parecem se esticar ou contrair conforme a necessidade do enredo...
Talvez seja cedo para dizer, afinal só li dois dos seus 470 livros, mas começo a suspeitar que não gosto de Asimov... Quase posso dizer, porém, que "Eu, Robô", o filme, é melhor que o livro. Só não digo por causa dos 15 minutos de propaganda inicias e das piadas do Will Smith.
setembro 1, 2004
Hitchhiker's Adventure
Em um mundo de gráficos 3D, o "relançamento" de um antigo jogo em modo texto parece sem sentido. Naturalmente, "sem sentido" é perfeito para qualquer coisa relacionado ao Guia do Mochileiro das Galáxias. E é assim que a BBC colocou no ar, em uma versão para Internet, o antigo adventure game, ou ainda Ficção Interativa, baseado na obra de Douglas Adams.
Quem é jovem demais para ter jogado um desses jogos, mas gostou de ler o Guia do Mochileiro das Galáxias, vale a pena dar uma conferida. Para quem é nostálgico, idem. O resto de nós talvez não tenha a paciência para jogar por mais do que 5 minutos, mas ainda assim é uma iniciativa bastante "ïnovadora". Claro que isso não é sem motivos, faz parte da campanha publicitária para o lançamento da série na rádio e, em breve, o filme.
Em nota relacionada, agora que finalmente completei minha coleção de 5 livros do Guia, chegou na Cultura um livro contendo todos os volumes. Praticamente pelo preço de um. Bastards.