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setembro 2, 2004

Asimov

Alguns livros são eternos. Podem ter sido escritos na idade da pedra e ainda serem atuais. Outros não. "Eu, Robô" pertence ao segundo grupo, com agravantes. É difícil avaliar a qualidade (mas não o mérito) em 2004 de um livro que foi escrito em 1950 e 54 anos é quase nada, mas é tudo para qualquer assunto que envolva tecnologia.

Do ponto de vista literário, me pareceu bastante ruim. Os personagens todos tem o mesmo "sabor" e isso inclui os robôs, todos e tudo têm uma personalidade débil. E ainda por cima não passa de uma grande costura de contos, amarrados na forma de uma entrevista com o único personagem consistente na obra, a doutora Calvin. Os enredos são potencialmente bons, mas são mal desenvolvidos, com enormes problemas de coerência, mesmo com as famosas Três Leis da Robótica que, aliás, são citadas até a exaustão.

Do ponto de vista da ficção científica, é difícil falar qualquer coisa sem ser injusto pela defasagem de décadas. Mas só há robôs de um tipo: humanóides. E todos apresentam emoções, conflitos e uma gama de características humanas. Em síntese, são todos monstros de Frankstein com engrenagens, representando apenas humanos artificiais estilizados. Na verdade, em muitos momentos poderia-se imaginar os robôs como escravos humanos e pouco se perderia do enredo geral ou dos conflitos propostos. Há pouca diversidade e as capacidades dos robôs parecem se esticar ou contrair conforme a necessidade do enredo...

Talvez seja cedo para dizer, afinal só li dois dos seus 470 livros, mas começo a suspeitar que não gosto de Asimov... Quase posso dizer, porém, que "Eu, Robô", o filme, é melhor que o livro. Só não digo por causa dos 15 minutos de propaganda inicias e das piadas do Will Smith.

8 comentarios

ah, eu até tava a fim de ler o livro. mas tudo bem, eu não confio nas críticas ricardianas >:)

Leia, vais ver que estou certo como sempre :P

eu li faz uns dez anos e AMEEEI, como todas as coisas q li do asimov

acho q tem um periodo certo da vida pra ler essas FC e outras babaquices, q eh qdo a gente eh um adolescente deslumbrado

depois tudo parece tao ridiculo e demasiadamente irreal

É, talvez se eu tivesse lido há dez anos tivesse gostado, hoje eu analiso outras coisas nesses livros. E, mesmo, há 10 anos 1950 estava mais próximo :)

Se queres realismo, fica em casa vendo Cidade Alerta.
Acho um absurdo quando dizem que ficção científica é "irreal demais". Romances em geral(exceto aqueles baseados em fatos reais ou biográficos), por mais verossímeis que sejam não passam de ficção, ou seja são "irreais". Por que as pessoas não se libertam desses preconceitos e aproveitam uma boa leitura.

Se você lesse o post antes de criar julgamentos veria que em lugar algum eu digo que é "irreal demais" pois, incrível, eu sei o significado da palavra "ficção". Só o que eu exijo é coerência e isso o Asimov não tem. Pelo menos não no que eu li até agora.

Ricardo, muito me agrada nossa divergência de opiniões, pois gosto de provocar e ser provocado. No entanto, meu último comentário não era direcionado à sua pessoa, mas sim à/ao cr. Li o seu post e, embora não concordando com a sua opinião a respeito do Asimov, achei muito bom.

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el setembro 2, 2004 12:50 PM.

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