Archivos novembro 2004

novembro 23, 2004

EUA, parte 4

Três horas de fuso, 8 horas de vôo e outras 5 de espera para embarque e/ou desembaraços diplomáticos e estou de volta ao Brasil. Em NY simplesmente não consegui uma conexão decente à internet. Do quinto andar do meu hotel, de uma janela do corredor que leva aos quartos, eu consegui um sinal fraco wireless que me permitiu ler e responder alguns e-mails e foi só. Mas vamos ao resumo do que aconteceu por lá.

Para começar, chegar em NY não há nada demais. O aeroporto de La Guardia é pequeno e bonito, mas nada que surpreenda. Essa impressão segue até a saída de Queens, onde o aeroporto está localizado, e a entrada de Manhattan. Então a diversão começa. Manhattan é envolvente, no sentido literal. Você se sente envolvido pelos prédios, ruas, movimento e luzes logo na entrada do bairro. Difícil descrever, mas a descrição envolveria algo como o Homem Aranha saltando entre prédios, mas em Gotham City. Sombrio, mas fascinante. Minha chegada no fim da tarde (por lá começa a escurecer as 17:00) contribuiu bastante para a atmosfera e com certeza foi uma sensação e tanto.

Não querendo perder tempo, apenas deixei as malas no hotel e sai para as ruas. O hotel se localiza em frente ao Madison Square Garden, então o show de luzes começa no primeiro passo nas ruas de Manhattan. Uma quadra dali estava a Broadway e mais três quadras a Times Square. Já eram umas 19h nesse momento e eu esperava encontrar pouca gente nas ruas, mas o movimento e as multidões realmente parecem ser 24 horas por dia. Se há algum extremo oposto à falta de movimento de Boca Raton, esse oposto é a Times Square em Manhattan. Há tanta coisa tentando chamar a atenção de todos, desde cantores nas ruas até centenas de painés luminosos, que é difícil não se sentir perdido. Próximo a 6a. Avenida haviam tours de ônibus de dois andares, abertos em cima. Resolvi que seria um boa para conhecer a cidade.

O tour noturno apenas anda pela "downtown", a parte mais ao sul da ilha. Isso inclui Midtown, Chinatown, East Village e o Brooklyn. Saindo da volta de Times Squares as luzes desaparecem, mas o movimento ainda é intenso em todas as principais ruas. Passamos, entre muitas outros pontos importantes, pelo prédio de Friends, o local de trabalho de Grace (Will & Grace) e a igreja do casamento de alguma das personagens de Sex and the City. E também por outros pontos menores, como o Empire State, Flatiron e a Estátua da Liberdade (de longe, apenas).

Fim do primeiro dia, o segundo reservei para tentar conhecer as áreas residenciais. Porém, uma chuva resolveu incomodar e mudei os planos, fui para os museus. O Metropolitan e depois o de História Natural, tendo o Central Park entre os dois para complementar. Ambos museus são enormes. No Metropolitan me fixei na área egípcia e o resto vi correndo. Nota para futuros visitantes: não é necessário pagar para visitar, apesar de eles fazerem de tudo para parecer o contrário. O pagamento inclui alguns benefícios, como tours e coisas do gênero. Só descobri isso depois de ter enfrentado uma longa fila e pago, é claro.

O Museu de História Natural é interessante, mas nem tanto. A área de dinossauros, obviamente, é a melhor e mais fascinante. O resto inclui animais selvagens empalhados, tribos indígenas e coisas do gênero. Meio chato. Há também o planetário, mas é cobrado extra. Sim, para este museu é necessário pagar para entrar mesmo. Treze dólares.

Os museus se encontram em extremidas opostas do Central Park, então entre estes pude passear um pouco nesse gigantesco parque. Mesmo com a garoa que caía havia muita gente caminhando, correndo ou passeando com cachorros. O parque é lindo e a época de visita foi apropriada, dando tons amarelados às folhas. Há pistas para corrida e para todos tipos de esportes imagináveis. Se antes eu achava a Redenção muito boa, agora verei com outros olhos.

No terceiro dia parti para conhecer de perto Chinatown, Little Italy e arredores. Os arredores incluiam a Brooklyn Bridge, a prefeitura e o píer. A ponte é muito bonita mas curiosamente parte dela tem o piso de madeira, o que de início passa uma sensação nada agradável. A vista de lá dizem ser uma das melhores, mas o dia novamente não colaborou e estava uma cerração forte e não pude apreciar. De lá minha intenção era pegar o "ferry" para Staten Island, que é de graça, mas havia centenas de pessoas com a mesma intenção. Malditos turistas. Meu lema nessa viagem era "não perder tempo em filas", então desisti. Tentei o barco para a ilha da Estátua da Liberdade, mas novamente uma longa fila e dessa vez tinha que pagar.

Chinatown é feia. Há alguns prédios bonitos, mas a maioria é mal cuidada e há um excesso de vendedores ambulantes por ali. Em Little Italy as coisas melhoram um pouco. Os dois bairros (sub-bairros, sei lá) são muito próximos e em alguns momentos comércios de um país e de outro se intercalam. Era um domingo mas ainda assim havia muitos turistas nas ruas e caminhar nas principais avenidas não era muito simples. De lá fui ver o memorial para o World Trade Center, que não tinha nada de especial. Mais algumas voltas nas redondezas e fim do terceiro dia.

No quarto dia eu só tinha cerca de 3 horas, na manhã, antes de ter que ir para o aeroporto. Resolvi caminhar um pouco pela 5a. Avenida e tentar subir no Empire State. Novamente, filas gigantescas (e eram 9:00 da manhã!) me fizeram desistir. Tudo bem, a cerração continuava e a visibilidade devia ser bem ruim.

De volta ao hotel, foi só pegar minhas malas e tocar para o La Guardia. E muitas horas depois, cá estou. Detalhes de cada parte eu vou colocando junto às fotos no fotolog.

novembro 19, 2004

EUA, miscelâneas 1

Eu não sei se tem Burger King no Brasil. Talvez em São Paulo apenas. Mas almocei e jantei em um ontem (é o que tem aqui perto) e achei igual ao McDonald's, isto é, bem ruim. A diferença é que tem Onion Rings, mas nem chegam perto dos da Petiskeira. Aliás, como tenho sentido falta de um lugar como a Petiskeira para comer algo decente.

Porém, comprei um Big Kids Double Cheeseburger e ganhei um brinquedo do Bob Esponja. Tenho que comer no McDonald's para ganhar um brinquedo dos "The Incredibles". Falando neles, a loja da Disney praticamente só tem coisas deles, muito legais. Se eu conseguir ir a um cinema em NY, vai ser para ver esse filme.

novembro 18, 2004

EUA, parte 3

Direto de Miami, mas conectado a uma linha discada com um provedor gratuíto. Justo quando eu estava me acostumando com a rede wireless em Boca Raton.

Estou em um Holiday Inn próximo ao aeroporto. Não foi uma boa escolha, só tem rodovias aqui na volta e não dá para ir a pé para lugar algum, exceto um Burger King. Felizmente há uma parada de ônibus não muito longe e pude ir para o centro, o que levou bons 45 minutos. Este lado da cidade, norte do aeroporto internacional, é muito feio e pobre. Conforme vai-se aproximando do centro as coisas melhoram e o centro em si é quase bonito. Há áreas e áreas no centro, a melhor sem dúvida é próxima ao Bayside Marketplace, uma espécie de shopping center semi-aberto de onde saem muitos barcos de passeio. Destaques para as lojas da Disney, Discovery Channel e o Hard Rock Cafe. Fiquei tentado a fazer um tour pelas "casas dos famosos", de barco, mas já estava tarde e desisti.

Bem ao centro há a Santa Efigênia do primeiro mundo, ruas e mais ruas com muitas lojas de eletrônicos, intercaladas por lojas de perfumes e todo tipo de tralha. Novamente, não era minha intenção fazer compras então evitei ficar por lá muito tempo.

Para me locomover no centro usei o chamado "Metrobus", um pequeno trem que liga diversos pontos na área leste central. Muito bom e eficiente, exceto em um momento que acabou a força e ficamos parados uns 5 minutos no meio do nada. Na verdade, o Metrobus é uma grande montanha russa urbana.

Amanhã parto para NY. Volto a escrever de lá.

novembro 17, 2004

EUA, parte 3

Fim de congresso e fim de Boca Raton também. A cidade se despede de mim com uma chuva constante. Amanhã parto para Miami. Passo todo dia 18 e a manhã do dia 19, depois é para Nova York. Até Fort Lauderdale vou com um dos portugueses que conheci, a outra foi mais cedo para Portugal. E chamarei o taxista brasileiro para nos levar até a estação.

No final, não conheci as praias de Boca Raton, o que não creio ter sido uma grande perda. Mizner Park foi suficiente para mim. Em termos de turismo, até agora foi pouco proveitoso. Em termos de contato com o povo americano, menos ainda. Em Nova York isso terá que ser consertado.

Passei estes 4 dias criando bolhas nos pés, sem entender. Hoje coloquei um sapato mais bonito para minha apresentação e a dor sumiu. Meu outro sapato é uma droga e eu não sabia. Nota: na próxima viagem, levar tênis. Ainda não encontrei ninguém nas ruas caminhando, mas vi alguns ciclistas, o que acaba com minha teoria de que há algo no ar. E hoje vi um acidente, ou o resultado de um acidente pelo menos. Coisa pouca, mas pararam dois carros da polícia e uma ambulância dos bombeiros e ainda imobilizaram um dos motoristas em uma maca com aqueles protetores de pescoço e tudo. Precaução é tudo por aqui, ou eles são muito desocupados.

Não sei se terei internet disponível daqui por diante. Em Miami quase certamente não haverá, mas em NY farei o possível para conseguir algum tipo de conexão. Se não ouvirem falar mais de mim, não consegui. Ou fui sequestrado. O que vier primeiro.

EUA, parte 2

Ainda em Boca Raton, na busca pelo International Museum of Cartoon Art fui para o conhecido Mizner Park, um parque que tem esse nome devido ao principal arquiteto de Boca Raton, Addison Mizner. O local é muito bonito e isso que estava em reformas. O parque é na verdade uma praça, que é na verdade uma avenida comprida, com muitas palmeiras, e nas laterais dezenas de bares, lojas e restaurantes. Cheguei por volta das 17:00, olhei rapidamente o Museu de Arte e dei uma volta no parque. Naturalmente, nenhuma pessoa andando. Parecia uma cidade fantasma, se não fosse pelos carros circulando.

Fiquei por lá até começar a anoitecer e recomendo isso a todos. O ar torna-se mais fresco e a atmosfera agradabilíssima. As pessoas começam a chegar e os bares a encher. Muitos carros circulando: Ferraris, Porsches, BMW's são comuns. O que não é comum é ficar circulando com o carro idioticamente, como no Brasil. As pessoas estacionam e ficam conversando na volta do carro ou vão para um bar. Pouquíssimos carros com som alto e, na verdade, quanto pior o carro mais alto é o som. Uma Ferrari não precisa de som para chamar a atenção, é claro.

Enquanto esperava pelo meu táxi (certamente eu era a única pessoa ali que precisava de um táxi), um americano de 65 anos veio conversar comigo e, ainda não sei como a conversa chegou lá, ficou tentando me convencer que tecnologia é ruim, que nos alimentamos mal, que não tomamos sol o suficiente. Ficou me explicando as vantagens de ser vegetariano (vegan, na verdade) e em como leite de soja é bom para a saúde. Quando eu estava indo para o táxi, ele se despediu com um "I saved your life!". Uma coisa é certa: se você sentar a menos de 10 metros de um americano, ele vai puxar assunto. Meio louquinhos, mas simpáticos.

Aliás, meu taxista era brasileiro. Mineiro. Segundo ele, 10% da população de Boca Raton é de brasileiros.

Também conheci a Barnes and Nobles daqui, dois andares que deixariam a Livraria Cultura de Porto Alegre parecida com uma banca de esquina. Ao lado, uma loja de eletrônicos chamada Circuit City. Tudo que se pode imaginar e além. Pude brincar com X-Box, PS2, iPod etc. Tive que me arrastar pra fora.

A conferência em si está morna. Muitas áreas diferentes, fica difícil de acompanhar. Mas tenho conhecido bastante gente e tem sido divertido. Amanhã é minha apresentação, mas creio que haverá uma dezena de pessoas assistindo apenas. Hoje o número de participantes já havia caído consideravelmente.

E o International Museum of Cartoon Art estava fechado. Definitivamente. Parece que se mudou para algum outro estado, mas não informava onde. Paciência.

novembro 14, 2004

EUA, parte 1

Três horas de fila, 12 horas de vôo e muita turbulência depois, aqui estou sentado na sala de espera do Holiday Inn de Boca Raton, esperando meu check-in. E se aprendi algo até agora foi que sempre, SEMPRE sente nos bancos próximos da saída de emergência dos aviões. A menos que você tenha menos de 1.70m, claro.

De POA para SP consegui sentar ao lado de uma das saídas e fui com as pernas bem esticadas, o que teria sido perfeito se não fosse a possibilidade da porta se abrir por algum acidente e me sugar para fora do avião. E estava frio lá fora. De SP para Miami, fui no pior lugar possível. No corredor dos bancos centrais, atrás de um cara que não só ficava tentando abaixar o seu banco mais do que é fisicamente possível como também não parou de se mexer um minuto, pouco se importando se meus joelhos iam junto. Ao meu lado, uma simpática senhora americana que tinha que ir ao banheiro mais do que o estritamente normal, de forma que eu tinha que ficar me levantando e, com a perna dormente, isso era difícil.

Chegada em Miami as 6 da manhã. Com muito custo encontrei um ônibus que levava ao Tri-Rail, um trem que faz a rota para Boca Raton. Como o tal ônibus só saia as 8:58, tive que esperar, o que foi bom pois me deu tempo para desvendar a máquina que vendia os tickets para o trem. Primeira supresa: o ônibus saiu pontualmente as 8:58. Segunda supresa: em nenhum momento do trajeto me pediram o ticket. Terceira supresa: uma parte do trajeto, devido ao conserto de trilhos, estava sendo feito de ônibus e colocaram nossas malas todas juntas no bagageiro, sem identificação nem nada. A supresa foi que minha mala ainda estava lá quando eu saí. Primeiro mundo é outra coisa.

Sobre Miami, até agora: só tem brasileiro e, presumo, cubano. Mesmo. É raro ouvir inglês e, quando se ouve, é com sotaque latino. Enquanto esperava o Tri-Rail, notei um casal que eu achava ser de brasileiros. Outra supresa, eram portugueses. E ainda outra: estavam indo pra mesma conferência que eu! O primeiro mundo também é pequeno. Então que a vinda pra Boca Raton saiu barata, US$4,00 do Tri-Rail (que nem precisava, pelo jeito) e uns US$5,00 de táxi até os hotéis, já que rachamos o táxi. Uma van do aeroporto até o hotel não saia por menos de US$70,00.

Boca Raton não tive tempo de explorar a fundo, mas a primeira coisa que me chamou a atenção é que quase não há calçadas. São poucas e estreitas. Ao sair para almoçar (em uma deli perto do meu hotel), descobri o porquê: não há pedestres! Andei uma boa hora sem encontrar uma única pessoa caminhando. Minto: vi duas, mas estavam se dirigindo ao carro no estacionamento. Carros são abundantes e lindos. Pouco depois do almoço começou a chover, então me enfurnei no lobby do hotel onde, ainda havia outra surpresa reservada para esse dia, havia uma rede wireless dando sopa! Portanto, aqui estou. Assim que fizer meu check-in (só daqui uma hora), tomo um banho e saio para explorar a cidade com mais calma. Se realmente não houver alguma lei contra andar a pé, claro.

novembro 12, 2004

Going to USA

Em pouco mais de 24 horas estarei em um avião rumo a Miami. De Miami tomo um trem para Boca Raton, uma praia pouco acima de Fort Lauredale. Três dias de congresso e mais um para conhecer a cidade, que dizem ser linda.

Depois, a melhor parte: rumo a Nova York! Três dias por lá serão poucos para a quantidade de voltas que pretendo dar, mas nada que uma super organização não resolva. Apesar da intenção de fugir dos pontos populares, e tentar conhecer um pouco mais as comunidades como Little Italy e Chinatown, alguns lugares são obrigatórios. Não sei quais ainda, mas são. E isso tudo em Manhattan pois o único outro bairro que pretendo passar rapidamente é o Brooklyn. E mesmo assim só por causa da ponte. Um dos lugares obrigatórios.

Boca Raton é pequena, creio que me locomoverei a pé, mas já decorei ônibus e pontos de metrôs de Manhattan. E estou treinando a minha melhor cara de "não sou turista" para o caso de ter que pegar um táxi. Temo que a câmera no pescoço me trairá.

Então este blog torna-se, a partir de amanhã, um diário de viagem, no melhor estilo do Marmota. E o fotolog idem. Não sei como será a viabilidade de acesso a internet por lá, então atualizações serão incertas. Até a volta.

novembro 9, 2004

Firefox 1.0

Saiu a versão 1.0 final do Firefox. O movimento no site anda tão intenso que está impossível qualquer acesso para download diretamente de lá. Certamente haverá um recorde de downloads do Firefox e ainda maiores acréscimos no número de pessoas utilizando navegadores alternativos ao Internet Explorer (Firefox e Mozilla andam ganhando terreno a cada mês). Ainda mais quando sair o anúncio de página inteira no New York Times, programado para qualquer momento a partir de agora.

novembro 7, 2004

Um texto profundo

Entre as muitas coisas que o Douglas Adams faz bem, em seu Guia do Mochileiro das Galáxias, é estar contando uma estória e se aprofundar um pouco em cada detalhe dessa estória, deixando de lado o enredo principal para contar tramas coadjuvantes. Me pergunto como seria levar isso a um extremo a ponto de não existir um enredo principal.

Continúe leyendo Um texto profundo.

novembro 3, 2004

Bush

Tudo indica uma vitória do Bush nas eleições americanas, apesar do estado de Ohio já ter declarado que vai levar uns bons 11 dias para liberar os resultados finais. A menos que a população de Ohio tenha sido substituída da noite para o dia, creio que podemos contar com Bush no governo. Logo, é hora de mais uma racionalização do absurdo. Ou, ainda, "o lado bom de Bush ganhar".

Já foi dito que, do ponto de vista do Brasil, Bush é uma melhor opção por já ter relações boas com o país, enquanto com Kerry teria-se que começar do zero e haveria incertezas. Mas isso são detalhes ínfimos. O que importa é a "big picture".

Praticamente toda a comunidade internacional apóia Kerry. E a grande maioria vê em Kerry um anti-Bush. Sua eleição o levaria ao status de herói. Kerry no governo teria uma aceitação internacional sem precedentes. Já li em algum lugar que no Brasil ocorre um fenômeno político curioso: em geral o presidente eleito desfruta de cerca de 100 dias de isenção de suas ações, onde pode implantar projetos pouco populares sem que sua aceitação pelo povo caia. Se a lógica valer também para o resto do mundo, a Kerry seria concedido um período de tempo em que ele também seria isento de suas ações. Kerry poderia fazer o que bem entendesse, pois estaria nas graças do povo internacional.

Isso não seria problema, se Kerry for o herói que queremos que ele seja. Mas há a teoria de que Kerry não é lá tão diferente de Bush. Inclusive, parece, ambos fazem parte de uma espécie de comunidade fechada de homens de negócios que se ajudam mutuamente e não duvido que joguem golfe juntos. Se realmente Kerry é a versão democrata de Bush, mas sustentando os ideais imperialistas, então Kerry no governo equivaleria a um Bush com aprovação internacional.

Se você seguiu minha lógica perfeita até aqui, deve ter se dado conta que ambas escolhas representam exatamente a mesma coisa em termos teóricos, mas o que muda é a atitude internacional em relação ao eleito. Bush no governo parece ser o melhor, pois já temos um olho aberto contra ele e vigiamos suas ações com a maior das atenções, acreditando que podemos fazer algo contra. Conhecemos nosso inimigo. Com Kerry, nossa guarda estaria baixa e estaríamos ainda sorrindo quando tomássemos o primeiro soco.

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