Archivos fevereiro 2005
fevereiro 23, 2005
Sampa
Estou em São Paulo. São José dos Campos, para ser mais preciso, mas amanhã parto para a capital. Vim para uma formatura, fico até domingo. É a única maneira de ver chuva... Talvez eu leve alguma de volta em barris, se a Varig deixar.
Este foi um post apenar para manter vocês, meia dúzia de visitantes, ainda com esperanças de que um dia isto aqui seja atualizado decentemente.
fevereiro 11, 2005
TV Pirata
Outra coisa que não sobrevive a uma revisita é a "TV Pirata", que o Multishow está reprisando. Quando foi ao ar pela primeira vez, eu lembro de achar muito divertido. Mesmo anos depois, eu utilizava o programa como referência nostálgica: "não fazem mais programas bons como a TV Pirata...".
Pois resolvi rever alguns episódios. O timing do humor é errado, as atuações são péssimas, as idéias escabrosas. Tudo que senti durante os episódios era uma vergonha imensa por um dia ter gostado daquilo.
Poderia-se argumentar que, para a época, TV Pirata era razoavelmente sofisticado. Mas eu vejo "Saturday Night Live" da mesma época e acho muito bom, senão melhor que os atuais. Só restam duas conclusões possíveis:
1) Brasileiro não sabe fazer humor na televisão. Não há um programa humorístico realmente bom atualmente e não há por que ter noções de que um dia já foi bom. Pode ser um problema com a língua, com os atores (sempre os mesmos, aliás) ou com diretores e roteiristas em geral, mas não há nada que preste.
2) Eu sou um chato elistista que gosta do humor internacional só por que é internacional. Sou um nova-iorquino frustrado.
Não descarto a segunda possibilidade, mas eu tento conscientemente avaliar os programas humorísticos sem ser levado pela questão cultural. O que é impossível, mas eu tento. Há uma terceira explicação, porém: o povo brasileiro tem um humor peculiar (aka. horrível) e a TV não tem coragem de explorar outras formas que não as garantidas de humor (aka. Casseta e Planeta).
Há uma luz, pelo menos, no fim do túnel. O novo programa "Novo Programa", que eu não vi, pareceu ser algo bom. São os mesmos caras de "Sexo Frágil", que não era exatamente bom mas tinha potencial ou, pelo menos, bons atores e boa direção. Dado um pouco mais de tempo poderia amadurecer e se tornar algo decente. Mas mais importante é que esses programas mostram uma nova tendência da Globo em experimentar com outras fórmulas. No momento apenas para constatar que não dão certo, mas já é alguma coisa.
Me lembro agora que tenho boas lembranças de "Comédias da Vida Privada". Que vou manter apenas como lembranças, pois tenho até medo de rever hoje.
fevereiro 5, 2005
A Galinha
Por que, cientificamente, a galinha atravessou a rua? E o que concluiriam cientistas-filósofos famosos (ou pelo menos que li recentemente) com esta pergunta? Acho que seria algo mais ou menos assim:
Richard Dawkins: os genes da galinha foram moldados pela evolução para que ela desejasse atravessar a rua. Ela atravessa pois isto se mostrou vantajoso para seus antepassados.
Jay Gould: considerando o full hand na natureza, há milhões de galinhas que não atravessam a rua. Essa galinha atravessa por um mero acaso.
Steven Johnson: a decisão de atravessar a rua emerge de uma complexa interação entre as múltiplas células que compõem o cérebro auto-organizado da galinha.
Maturana e Varela: a rua não existe separada da galinha. É necessário suspender o julgamento sobre quem atravessa quem. A galinha vivencia a travessia enquanto a travessia vivencia a galinha.
Steven Strogatz: a galinha atravessa em resposta a um auto-ajuste devido a outras galinhas também estarem a ponto de atravessar a mesma rua, sincronizando a travessia como osciladores em sintonia.
Steven Pinker: a evolução moldou o córtex neuronal da galinha para que ela respondesse ao estímulo da calçada, fazendo com que emoções e sentimentos despertem e que ela deseje atravessar a rua.
Carl Sagan: como avaliar que a galinha realmente atravessou a rua? Vemos o mundo com olhos falíveis e a travessia deve ser submetida à experimentação científica. Até lá, nenhum julgamento é definitivo.
Baseados nos livros, respectivamente: O Gene Egoísta, Lance de Dados, Emergência, A Árvore do Conhecimento, Sync, Como a Mente Funciona, O Mundo Assombrado pelos Demônios.
fevereiro 4, 2005
Clássicos
Em uma seção nostalgia, eu e Raquel revimos quatro filmes clássicos da comédia:
Dr. Strangelove. Dirigido por Kubrick e com Peter Sellers em todos os papéis principais. Este eu não tinha visto, ouvi falar bem e é muito melhor do que o esperado. Não só há um enredo bem construído (e apavorante) como também o humor é refinado e bem encaixado com o contexto. Na verdade, o humor é o contexto. Recomendado, mas é difícil de achar em VHS ou DVD.
Curtindo a Vida Adoidado. Eu achava que não tinha visto este filme, mas lá pelo meio comecei a me lembrar de algumas cenas. Ou tenho o dom da premonição. Bom filme, mas muito irritante e altamente politicamente incorreto. Deve ter sido apenas eu, mas torci o filme todo que uma grande desgraça acontecesse ao Matthew Broderick.
Spaceballs. Na minha infância eu tinha um bom conceito com o Mel Brooks e, em especial, com Spaceballs. Revendo o filme vejo que estava tudo errado. É horrível. Algumas poucas cenas realmente divertidas e ainda em menor quantidade algumas criativas. Definitivamente não suporto mais Mel Brooks. É como "Os Trapalhões": foi bom quando se tem 5 anos, mas depois disso é uma afronta ao humor.
Airplane!. Descobri esse título original nessa revisita, mas o filme é mais conhecido como "Apertem os cintos, o piloto sumiu". Deste eu lembrava muito pouco e assisti com medo de ter uma decepção, como em Spaceballs. Mas se há algo com que se possa contar é com o humor dos irmãos Zucker (roteiristas/diretores). O filme continua excelente e hilário. A grande questão com os Zucker é que você consegue ver a fórmula de humor estampada em todos os seus filmes, e é sempre a mesma fórmula, porém eles conseguem surpreendê-lo e fazer rir a cada cena. Altamente recomendado.
Semana que vem pretendo prosseguir seção comédia com uma seção especial "Irmãos Zucker". Que, aliás, estão fazendo "Todo Mundo em Pânico 4" (eles fizeram o "3" também, o único que presta da série).