Archivos maio 2005

maio 31, 2005

Campanha anti-tabaco

A Folha noticia a campanha européia anti-tabaco que deve estreiar em junho. Spots na TV tentarão mostrar como o ato de ficar com algo na boca durante o dia-a-dia é ridículo através de analogias, mostrando pessoas usando linguas de sogras e apitos no lugar de cigarros.

Certamente será uma campanha divertida, espero que caiam na rede em seguida. Eu sempre achei que embutir a ridicularização é um melhor meio que embutir medo, como é o caso da campanha brasileira. Mas não sei se a analogia vai funcionar e na verdade nem é necessária, já que há uma quantidade de cenas ridículas envolvendo o próprio cigarro. As caretas feitas pelas pessoas ao tragarem já é um espetáculo por si só.

A campanha mais sutil e, de certa forma, maldosa que já vi é da AMRGS: "Evite o tabagismo passivo". Como só há uma maneira de evitar o tabagismo passivo, que é evitando o fumante, a campanha é na verdade por segregação e isolamento social dos fumantes. Eu aderi: ao notar um fumante por perto, me afasto o máximo possível. E ando com a mania de apagar os cigarros jogados ainda acesos no chão, que são o pior tipo por não beneficiar absolutamente ninguém, pisando nestes. Faço isso com a minha melhor cara de desaprovação, mas ninguém notou ainda. Talvez eu deva começar a pisar nos pés dos fumantes.

maio 30, 2005

Agentes: masculino, feminino

Um problema constante ao escrever em português sobre agentes, no contexto de sistemas multiagentes, é como referenciá-los indiretamente. Mais especificamente, que gênero utilizar. Como agentes são seres artificiais, eles ou elas não deveriam ter gênero, mas em português não há um gênero indefinido. Eu uso no masculino, menos por sexismo e mais por que soa melhor. O que, no final das contas, é uma forma de sexismo também.

O curioso é que em inglês há uma corrente atual que está passando a utilizar referências no feminino. É estranho por que eles poderiam chamá-los ou chamá-las simplesmente de "it", o gênero indefinido tão útil da língua. Mas optam por dar um sexo aos (às) agentes e complicam tudo.

Isso é uma discussão fora do seu tempo, na verdade. É algo que teria que ser discutido no futuro, quando e se tivermos inteligências artificiais fortes. Mas foi antecipada sem motivo aparente, para mim simplesmente não faz sentido dar um gênero a agentes artificiais onde o gênero não tem influencia alguma sobre nada.

Seja como for, dar gênero feminino a agentes, em inglês, é aparentemente visto como politicamente correto. Pelo menos em inglês o plural não tem gênero. Que assim seja, então.

maio 29, 2005

BBS

Reminiscências disparadas pelo post do Marmota. Quando quero impressionar com meu prematuro uso da tecnologia, gosto de citar que usei BBS conectado com modem de 2400 bps. Normalmente só recebo olhares de pena e incompreensão.

Para quem não é da época, BBS era o que existia de sofisticado em sistemas on-line. Parecia a internet, você se conectava por linha telefônica e acessava alguns serviços como mensagens eletrônicas, baixava e enviava arquivos, jogava alguns joguinhos e conversava com pessoas. Mas diferente da Internet, as mensagens só podiam ser enviadas para quem usava a mesma BBS, os arquivos só existiam dentro de um único computador (o servidor da BBS) e jogos e conversas só eram feitas com quem estava conectado nessa BBS.

Alguns sistemas, nas capitais, permitiam mandar mensagens intra-BBS mas, por aqui, as BBS tinham no máximo duas linhas telefônicas, então sempre haviam no máximo três pessoas conectadas (uma era o operador, dono da BBS) e poucas dúzias de usuários para quem enviar mensagens. Difícil de achar diversão nisso, em retrospectiva.

Outro detalhe era que era tudo em texto. E lento. Ficava-se muitos segundos olhando a tela sendo desenhada linha a linha. Uma sensação inigualável e um teste para a paciência, pois não era possível ficar fazendo outra coisa no computador enquanto se esperava carregar: era tudo DOS. Quando o Windows chegou já havia Trumpet Winsock, Internet e I-Comm (Netscape veio depois).

Mas quando quero impressionar mesmo, digo que eu mesmo tive uma BBS. Chamava-se idioticamente BBSul. Competia com outras duas BBS's na cidade, usava um programa chamado "Remote Access" para atender as ligações em modems de, uau, 9600 bps e fornecer a interface. Até tinha bastante gente conectada. Diversão era acordar na madrugada para ver quem estava conectado e, talvez, bater um papo. Tinha duas linhas, mas uma só disponível na madrugada (era o telefone da casa).

Bons tempos coisa nenhuma.

maio 28, 2005

Idle Thumbs

Provavelmente um dos melhores nomes para sites sobre jogos por aí, Idle Thumbs também tem se mostrado um dos melhores sites sobre jogos. Passou por um recente redesign e conta com atualizações bem mais frequentes. O tom informal dos textos, aliado a um humor nem sempre bem comportado, faz o leitor se sentir um membro da equipe do site.

Idle Thumbs não é sobre tecnologias específicas, mas traz notícias e análises sobre jogos em geral para todos consoles e computadores da mesma forma.

Foi lá que vi esse jogo estranhíssimo. Uma bizarra mistura de RPG no estilo Final Fantasy com... a Disney. Pena que só existe em japonês por enquanto, deve ser divertido.

maio 27, 2005

Wireless e Windows XP

Uma dica para quem anda enfrentando problemas com redes wireless em Windows XP. Em diversos casos, o Windows desconecta a rede regularmente para então voltar a se reconectar. Muitas vezes isso não é nem percebido, mas em outras está-se fazendo o download de um arquivo e ele é interrompido. Ou o ICQ/MSN simplesmente cai e volta.

O problema é o serviço "Wireless Zero Configuration" (WZC), que regularmente faz uma busca por novas redes, conectando-se à que tiver melhor sinal. O problema é que por algum motivo, e nem sempre, ele desconecta da rede em que se está atualmente conectado para fazer a busca, retornando a se conectar depois que descobre que essa rede era a melhor afinal de contas. Apesar de útil em locais onde há muitos roteadores e local incerto para o computador (provavelmente um notebook), essa é uma função muito chata para quem tem um único roteador ou não fica andando com seu computador por aí.

Esse problema resolvi desligando o serviço WZC. O problema é que quando se desliga, não se pode mais fazer buscas por redes. Portanto, criei dois atalhos em meu desktop, um para desligar e outro para ligar o serviço. Assim, tenho o controle e o melhor dos dois mundos: após escolher a rede que desejo me conectar, desligo o serviço e não tenho mais problemas. Basta executar os comandos abaixo, diretamente na opção "Executar" do menu Iniciar. Ou pode-se criar atalhos no desktop, como fiz.

Para parar o serviço:
%windir%\system32\net.exe stop wzcsvc

Para iniciar o serviço:
%windir%\system32\net.exe start wzcsvc

Para quem tem um computador fixo, com roteador fixo, pode-se simplesmente desabilitar definitivamente o serviço. Para tanto, basta executar o "msconfig", encontrar o serviço na aba "serviços" e desligá-lo. O ideal é desabilitar o serviço após o Windows ter encontrado a rede pelo menos uma vez. Assim, não será necessário reabilitar o serviço para se conectar, o Windows encontrará a rede automaticamente.

Na verdade, uma vez que todas redes que se usa já tenham sido encontradas uma vez pelo Windows, pode-se desligar o serviço em definitivo. Ao transitar entre uma rede e outra, o Windows passa a se reconectar automaticamente. O que se perde é apenas a escolha sobre em que rede se deseja conectar, pois o serviço passa a fazer isso de forma automática.

maio 26, 2005

Passos para um cérebro melhor

Excelente artigo na New Scientist sobre o que existe e se sabe para melhorar o cérebro. Não, não é engenharia genética nem implantes, mas sim pequenas coisas que sabidamente dão uma melhoria nas capacidades cognitivas de pessoas.

Este assunto veio à tona devido a terem anunciado uma nova classe de drogas, as ampakines, potencialmente capazes de melhorar a memória e cognição dos usuários, sem os efeitos colaterais dos antecessores (entre eles, a cafeína). O artigo, no entanto, foca no que é testado e bem conhecido. E são coisas óbvias, depois que se sabe.

Basicamente: comer bem, fazer exercícios e dormir bem.

O cérebro funciona melhor com um fornecimento constante de glicose, portanto é ideal ter várias refeições ao dia, ao invés de algumas poucas concentradas. Café da manhã parece particularmente importante, desde que seja rico em proteínas e fibras. No almoço, ovos (que possui choline), salada (anti-oxidantes e vitaminas) e peixe (proteínas e um monte de outras coisas). Durante a tarde, algum lanche leve que seja livre de gordura "trans", apenas para manter a glicose no seu patamar. De noite, algumas frutas, em especial morangos e framboesas.

A velha fórmula de quinze minutos de caminhada, três vezes por semana, parece funcionar bem para manter o cérebro oxigenado e o corpo em forma. Exercícios de mais alto impacto, como corrida, ajudam a reduzir o stress além da oxigenação extra.

Dormir bem é fundamental, é nesse momento que o cérebro processa as informações do dia e se recupera para o próximo. Pular o sono para ficar estudando para uma prova no dia seguinte pode ser a segunda pior coisa que se faz. A primeira é não ter estudado antes.

O artigo também trata da questão de se ouvir Mozart realmente melhora a capacidade de concentração e outras habilidades cognitivas. Enquanto realmente existe uma relação entre essas coisas, Mozart não funciona para todos e nem sempre precisa ser música. Em geral, algo que se superponha a ruídos do ambiente trará efeitos semelhantes. Meu chute é que ruídos do ambiente não são regulares e o cérebro precisa gastar um pouco de energia para tratar ruídos novos, enquanto música é algo simples que o cérebro consegue prever e não se preocupar. Seja como for, um ambiente livre de distrações é fundamental para facilitar o trabalho do cérebro no que é importante.

Por fim, aparentemente fazer o cérebro trabalhar mais é bom. Tentar fazer tarefas rotineiras de outra forma, li em outro lugar, fazem o cérebro ficar mais atento. Exemplo: escovar os dentes com a mão esquerda (ou direita, para os canhotos). Estudar e praticar música também auxilia. São pequenos exercícios para o cérebro não perder sua forma e se acomodar.

Preciso, principalmente, dar jeito na minha dieta.

maio 23, 2005

Revenge of the sith

Pirralho: - Me conta vai, me contaaa! O que acontece? O que acontece?
George: - Calma guri!
Pirralho: - Mas eu preciso saber, eu preciso saber, eu preciso saber!!!
George: - Tá legal pirralho, é assim!!!

E assim nasceu o roteiro de "Star Wars - Revenge of the Sith". Ou pelo menos parece. Uma história contada por um cara inteligente mas que estava com pressa de se livrar de um piá maldito incomodando na volta. O piá, está claro, é uma legião de fãs mais produtores loucos por uma fatia da multi-milionária série.

Todos que gostaram do filme parecem ter gostado devido ao filme amarrar bem as duas trilogias. Não ficam pontas soltas, há explicação para praticamente tudo (até o fato de não existirem mais robôs de guerra na trilogia final). Pois eu não gostei exatamente por isso. Parece que George Lucas resolveu que ia explicar tudo para nunca mais incomodarem com isso e ele poder curtir sua aposentadoria em paz.

O resultado não é dois piores, certamente é melhor que os dois primeiros, mas sai do cinema me sentindo como depois de "Matrix Revolutions". Enganado. É claro que eu tinha minhas expectativas altas e um pouco é simplesmente por que nunca fui um grande fã da trilogia original e esperava uma correção de rumo que aconteceu apenas marginalmente. Eu esperava complexidade, uma transição lenta entre Anakin e Vader e muito mais perguntas do que respostas. O que vi foi um conto que pode ser resumido em uma página de texto sem perder nuance alguma, que não se sustenta com a inteligência dos personagens e nem conta com a inteligência do público pra preencher os vazios.

Mas, principalmente, eu esperava uma melhor caracterização do Mal. Minha expectativa era que o Palpatine não era mau no sentido estrito, mas apenas tinha uma outra visão de como deveriam ser as coisas. Vader era para ser um Magneto, alguém disposto a matar mas apenas com a intenção de um bem maior (a paz no universo). Seria uma boa metáfora para a administração Bush, inclusive. O que o filme nos deu foi um Palpatine gritando "power, power, power!!", literalmente. A caracterização do Mal como uma alternativa apenas é fraquíssima e temo que isso seja devido a pressões moralistas para que o filme não saia influenciando mentes jovens.

Enfim, o filme se resume a duas frases, ambas proferidas por Anakin Vader: "What have I done?" e "NOOOO". Nenhum filme que use essas frases ao mesmo tempo em que a câmera amplia o plano merece respeito.

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Em assunto levemente conectado, o problema dos filmes ultimamente é o que chamo de "expectativas racionais". Quando um personagem faz algo que faz com que o público pense "eu não faria isso" ou "que idiota", é por que há algo errado na trama. Um filme deve(ria) ser construído como uma cadeia de eventos em que as decisões dos personagens fossem as únicas decisões que poderiam ser tomadas. Decisões devem ser conseqüências lógicas do enredo e não apenas servir ao propósito de criar tensão, suspense ou emoções baratas. Estas surgem naturalmente de uma trama bem montada. Esse é o principal problema de "Lost", a série da AXN que tem feito algum sucesso ultimamente. Dificilmente os personagens fazem algo racional, todas as decisões e ações tem o propósito único de criar uma trama que se sustente por (parece) oito longas temporadas. Você passa os episódios pensando "que idiota" para cada cena da série. E o mesmo acontece com Star Wars, talvez com breve exceção do Yoda e Obi-Wan.

maio 22, 2005

Red Bull e Star Wars

A estreiante equipe Red Bull, na Formula 1, para a corrida de Mônaco firmou parceria com a grife Star Wars. Durante todo o tempo, os carros da equipe contaram com uma pintura especial e "Star Wars Revenge of the Sith" escrito nas laterais e no aerofólio traseiro. Essa é uma novidade interessante, já que não lembro de ter havido patrocínio de filmes na Formula 1 até então.

O que deu um toque inovador, porém, foram os capacetes dos mecânicos no pit-stop, inspirados no capacete dos Storm Troopers. Tenho a impressão de ter visto um Darth Vader em algum lugar nos pit-stops também. Muito criativo. Melhor que isso apenas se o capacete dos próprios pilotos também tivessem sido modificados de alguma forma, mas isso causaria problemas de segurança e criaria um precedente perigoso.

Não achei fotos dos mecânicos, mas algumas fotos da confraternização antes da corrida, que contou com a presença de George Lucas e muitos personagens dos filmes, já podem ser encontradas (no site da Red Bull há algumas).

redbull_starwars.jpg

P.S. encontrei fotos dos mecânicos na Motorsport. Uma delas:

red_bull_f1.jpg

maio 19, 2005

dotdotdot.com.br

http://www.dotdotdot.com.br

Mas vocês não precisam atualizar seus bookmarks, o endereço atual segue funcionando, esse outro é só um redirecionador. É que vi que já registraram todas variantes .com, .net e .org, então achei melhor pegar esse de uma vez.

Muito feio o domínio, aliás. Confuso de ler, pior de digitar.

maio 18, 2005

Caça e caçador...

Coisa interessante é acompanhar as palavras-chaves que as pessoas utilizam no Google para chegar aqui. Há alguns dias procuraram por "sistemas especialistas exemplos". Achei que era algum aluno de Computação procurando material para um trabalho de aula. Aparentemente eu estava certo.

Hoje chegaram aqui procurando por um trecho desse post. Poderia apostar que foi o professor do aluno citado acima verificando se não houve algum tipo de plágio óbvio no trabalho. Esta é uma técnica comum entre os professores. Como ele me achou, suponho que o tal aluno realmente copiou descaradamente uma boa parte do meu post.

O nível em que chegamos, copiar de blogs material para trabalho escolar... Se é pra copiar, que se copie de uma fonte confiável, como a Wikipedia.

Nintendo Revolution

A Nintendo também não quer ficar para trás na briga com a Microsoft e Sony e já começa a liberar algumas informações do seu próximo console, denominado "Revolution".

Sabe-se que será um console pequeno, algo como três caixas de DVD empilhadas. Será totalmente compatível com seu antecessor, o Gamecube, e contará com emuladores para rodar toda a linha Nintendo. De fato, a Nintendo promete um amplo repositório de jogos antigos que poderão ser acessados diretamente do console, via wi-fi.

Como no X-Box 360 e PS3, o Revolution contará com controladores sem fio, portas USB e leitor de DVD. Não há especificações detalhadas sobre o hardware, mas sabe-se que o processador deverá sair da IBM e a parte gráfica é responsabilidade da ATI. Há rumores que o Revolution trará processadores PowerPC G5, possivelmente dois rodando a 1.8GHz. Há informações de que o Revolution contará com um HD interno de 15GB.

A Nintendo tem dado dicas de que a principal revolução deste console não estará na suas capacidades técnicas, mas sim em sua interface. Espera-se que sejam introduzidos controladores não convencionais, no estilo do portátil Nintendo DS (que possui duas telas, uma sensível ao toque).

A Nintendo vem precisando de algum console de sucesso desde seu Super Nintendo. O Nintendo DS acabou ofuscado pelo PSP e até hoje convenceu poucas pessoas da utilidade real de duas telas. O Gamecube passou quase despercebido e o Nintendo 64 foi massacrado pelo Playstation na época. Não creio que a coisa mude e, se alguém tem chances de tirar o trono da Sony, este alguém é a Microsoft com seu X-Box.

maio 16, 2005

Playstation 3

ps3.jpg
Para roubar um pouco das atenções sobre o X-Box 360, a Sony liberou algumas especificações do PlayStation 3 (PS3). O console contará com um processador "Cell" rodando a 3.2GHz, 256MB de RAM XDR e outros 512MB para gráficos, baseados em chipset da nVidia. A parte gráfica tem capacidade de processamento equivalente a duas GeForce 6800Ultra, o que está muito além de impressionante.

O PS3 contará com drive de DVD que utiliza a tecnologia "blu-ray", que garante seis vezes mais dados em um DVD. Até sete controladores (joystick, em bom português) serão suportados via bluetooth. Seis USB's, leitor múltiplo de cartões (Memorystick, SD, CompactFlash), conector para HD e portas ethernet completam a lista de acessórios.

Em termos de software, se espera que o PS3 já traga embutido tocadores de mídia e outros apetrechos como VOIP, teleconferência, navegador e visualizador de fotos. É mais um passo da tendência do videogame centralizar funções na sala da casa.

O design muda consideravelmente em relação ao PS2, com formas mais arredondadas e traços mais limpos. Espera-se que o PS3 esteja disponível em três cores diferentes (branco, prata e preto), conforme o gosto do cliente.

A batalha com o X-Box 360 deverá ser boa. Há outras batalhas internas ocorrendo, a mais óbvia sendo da nVidia (PS3) contra ATI (X-Box). Também há a questão do processador, uma vez que a arquitetura "Cell" usada no PS3 tem sido muito esperada por ser uma arquitetura revolucionária. Trata-se de um processador com múltiplos processadores internos, uma tendência que deve aumentar nos próximos anos.

O ponto mais positivo do PS3 é que ele será totalmente compatível com o PS original e o PS2. Só isso não basta para levar vantagem sobre o X-Box 360, mas com certeza contará na hora dos donos de PS2 e PS trocarem seu console. Minha aposta é que o PS3 ainda dominará o mercado, mas com uma fração do sucesso do PS original apenas.

maio 14, 2005

X-Box 360

Pouco após terem "vazado" fotos do X-Box 360, aparecem algumas especificações e objetivos do novo viodegame da Microsoft. Coloco "vazado" entre aspas pois isso já virou estratégia de marketing, um "oops" de propósito apenas para desperar curiosidade.

As especificações são bem generosas. Enquanto o X-Box original era baseado em um Pentium 3, o X-Box 360 opera sobre TRÊS processadores PowerPC de 64 bits especialmente criados em (mais) uma parceria da Microsoft e IBM, rodando cada um a 3.2GHz. Na área de gráficos, a nVidia é deixada de lado em favor da ATI. Mudanças radicais, que não vem sem custo: jogos do X-Box 1 terão provavelmente que rodar sobre alguma forma de emulador. Há rumores de que haverão duas versões do X-Box 360, com e sem a compatibilidade com seu antecessor.

Além disso, o X-Box 360 contará com 3 portas USB, HD de 20GB removível, suporte para 4 controles wireless, conexão wi-fi embutida e 512MB de RAM DDR. Se o preço for em torno dos U$300,00 do lançamento do X-Box 1, acabará sendo um bom substituto para um desktop (alguém já deve estar trabalhando em um Linux para ele).

O design mudou radicalmente também. De preto para prata, o novo X-Box se parece com algo que a Apple lançaria. Bem menor que o X-Box 1, ele pode ser colocado na vertical ou horizontal, como o PS2.

Com o X-Box 360, a Microsoft quer muito mais que bater o Playstation 2 e já sair na frente do PS3. Na verdade, quer muito mais que dominar a indústria de videogames. O novo console toca DVD, é claro, mas já vem preparado para HDTV , é compatível com o Windows Media Center e já tem embutido o chamado "Media Center Extender", que permite que o próprio X-Box sirva de centralizador de entretenimento: ele poderá controlar a TV, DVD, som e até telefone (com VOIP). A MS quer dominar a sala do futuro.

Como o X-Box 360 será vendido com pelo menos um ano de antecedência em relação ao PS3, ainda sem especificações finais, a MS conta com trazer muitos desenvolvedores de jogos para seu console. Na matéria da Wired é comentado que isso é perigoso: a Sega fez a mesma coisa com seu Dreamcast e se deu muito mal.

Em termos de jogos, espera-se um Halo 3, o que é natural. Outros títulos incluem Call of Duty 2, Ghost Recon 3 e vários RPG's de criadores japoneses que explorarão as capacidades de conexão do console ao máximo. Aliás, uma das características do módulo on-line é o que eles chama de persistência: suas informações de jogo são armazenadas on-line e podem ser compartilhadas entre jogos. Cada jogador contará com um "profile" indicando no que ele é bom, o que gosta de jogar e coisas do gênero. Bem interessante, se funcionar.

Seja como for, já sei o que quero de Natal.

maio 12, 2005

Replicantes de Cornell

Cientistas da Cornell University, uma das bem conceituadas nos EUA, afirmam ter criado um robô capaz de criar "cópias" de si mesmo, de acordo com a BBC e ABC.

A idéia consiste em ter módulos móveis (no caso, cubos de 10cm de lado) que possuem um código interno (seu DNA) que contém instruções de como deve ser a estrutura final. A partir daí, eles se ligam para formar tal estrutura. A ligação é feita por conexões e imãs e há transferência de dados pelas conexões. A mobilidade dos cubos se dá apenas por eixos de rotação (não há rodas).

As matérias dos jornais, meio ruins, parecem indicar que há um cubo que anda pegando cubos soltos no ambiente e se ligando nestes. Mas isso seria bobo. O que deve acontecer é que os cubos são independentes e cada um tem uma "mente" sua, como células. A grande sacada do trabalho é como fazer com que esses cubos independentes se juntem de uma forma concisa. Isso é um dos maiores problemas da ciência atualmente, compreender como nossas células "sabem" onde devem se encaixar no corpo, isto é, como elas se especializam.

Os paranóicos não devem se preocupar ainda com cenários como o de Presa, do Crichton. Esses robôs não se replicam exatamente, já que não há transformação de matéria-prima. Eles exigem que as peças já existam para, então, se organizarem. O que acontece é auto-organização, podendo ser considerado replicação apenas num modo muito abstrato de se ver. É claro que o salto para um robô que fabrica suas próprias peças é grande, ainda que possível. Quando isso acontecer, a evolução pode tomar conta e aí sabe-se lá onde vamos parar.

O vídeo é absolutamente fascinante. Mal posso esperar pelo artigo que deverá ser publicado na próxima Nature.

maio 10, 2005

Don't believe the truth

Em breve deve estar saindo o novo álbum do Oasis, Don't Believe The Truth, mas já ouvi o que está por vir e não é nada de surpreendente. Há uma excelente regravação de "It's Crime", um lado-B não sei de que álbum, que passou a se chamar "Let There Be Love". A melhor do álbum, disparado.

O resto é, bem, resto. Há alguns arranjos simpáticos, mas nada que sequer chegue aos pés dos bons tempos do Oasis (até o Be Here Now). Não há sequer um riff que tenha potencial para se tornar conhecido. Como já vem acontecendo nos últimos álbuns, as melhores ainda são as que o Noel canta. A fase Liam parece já ter acabado e uma carreira solo do Noel é altamente esperada.

As músicas que devem sair no CD, não sei em que ordem: Turn Up the Sun, The Meaning of Soul, The Importance of Being Idle, Part of the Queue, Mucky Fingers, Lyla, Love Like a Bomb, Let There Be Love, Keep the Dream Alive, I Can See It Now, Guess God Thinks I'm Abel, A Bell will Ring.

maio 7, 2005

Revolução AdSense

Os mais observadores devem ter reparado que este site agora tem uma pequena caixa de anúncios do Google. Trata-se do programa "Google AdSense", um sistema de distribuição de anúncios sensíveis ao contexto. Estou usando para fins de testes, pois acredito que isso mudará a forma com que conteúdo é gerado na web.

De forma simples: você se cadastra no programa e lhe é fornecido um código para colar em seus sites. Este código mostrará anúncios de acordo com o contexto onde ele está inserido, isto é, de acordo com o texto do site. Cada vez que alguém clica em um anúncio, o Google reparte o valor recebido do anunciante com o dono do site de onde o clique foi gerado.

Valores recebidos pelo clique variam de acordo com um leilão por palavras-chaves em que os anunciantes participam. Variam de U$0,05 até U$60,00, ou até mais. Obviamente, um site que trata de assuntos onde há empresas interessadas em anunciar receberão mais.

Aí está a revolução do AdSense. As ferramentas de blog permitem que qualquer pessoa coloque conteúdo na web e foi uma revolução na disponibilidade de informação. Ao permitir que qualquer pessoa ganhe dinheiro com o conteúdo disponibilizado, o programa AdSense, e outros semelhantes é claro, geram um incentivo para gerar conteúdo de qualidade. O motivo é simples: sites bem escritos, relevantes e reconhecidos são melhores classificados na lista de resultados de sistemas de busca, como o Google. Sites melhores classificados, naturalmente, recebem mais visitas e, no fim, mais cliques em anúncios.

Assim, sistemas como o AdSense fornecem um laço que faltava na web: o interesse em gerar conteúdo com qualidade. Antes esse interesse era algo mais pessoal do que qualquer outra coisa, mas ter uma motivação financeira é certamente atrativo.

Acredito que o AdSense, principalmente, será responsável por uma nova revolução na web, trazendo uma pressão por conteúdo de qualidade. Mais ainda, é uma certa forma de informação-por-demanda. Como é possível saber quais palavras-chaves são bem pagas, usuários interessados em ganhar em cima disso gerarão conteúdo sobre estas palavras-chaves. É finalmente um mercado de informações, com mecanismos bem definidos de oferta e procura. A qualidade e disponibilidade virá da competição.

As conseqüencias finais disso tudo são difíceis de prever, mas sou otimista. Creio que teremos muito mais informação sendo colocada na web, sobre assuntos que as pessoas efetivamente estão procurando. Estas informações terão que ser relevantes, bem escritas e úteis, do contrário não serão listadas em sistemas de busca nem gerarão um mínimo de lucro. O preço a pagar, é claro, é um pouco mais de feiura nos sites, por conta dos anúncios. Resta saber se iremos querer pagar.

maio 4, 2005

Folhainvest

Desisti do notpron (na fase 47 48) e agora estou me dedicando a um jogo potencialmente mais útil e muito, muito mais difícil. É o Folhainvest em Ação, um simulador de investimentos que inclui CDB, Poupança e, o mais legal, mercado de ações com dados reais.

Não sou muito bom ainda, já perdi R$10.000,00 (começa-se com R$200.000,00), mas a Embraer, Gerdau e Pão de Açucar estão me ajudando na recuperação.

Antes deste, já havia um jogo nos mesmos moldes no Investshop, com prêmios muito bons. Neste os prêmios são pequenos, mas vale pela "diversão".

maio 3, 2005

Pichação

Meu avô resolveu testar uma prática que se mostrou efetiva para se livrar de pichadores de muros. Na sua casa, ele tem um extenso muro liso que constantemente é alvo de pichação. Uma vez por ano, ele pintava o muro apenas para, no dia seguinte, novamente ter diversas pichações.

A tática é a seguinte: toda manhã, pinte por cima das pichações que houverem. É importante que seja logo de manhã cedo e que seja algo persistente. No início houve pouco resultado, na noite seguinte já aparecia uma pichação nova. Porém, com o tempo, as pichações ficaram mais esparsas e hoje está na ordem de duas por semestre, quando muito. Ele iniciou esta tática há cerca de dois anos. É verdade que não se extinguirão por completo, pois sempre estão nascendo novos retardados no mundo, mas o objetivo é maximizar o tempo, durante um ano, que o muro fica livre de pichações.

A tática teve sucesso, acredito, por dois motivos principais. O primeiro é que os pichadores procuram maximizar a geração de informações (pichação sempre tem informação) e, ao pintar-se logo pela manhã, as informações geradas são destruídas e pouca ou nenhuma pessoa vê o que estava lá.

O segundo motivo é mais óbvio: pichadores em geral tem menos dinheiro que meu avô. Na verdade, uma lata de spray não é algo terrivelmente barata e a tinta que é usada no muro é de um tipo mais barato. O muro não é extremamente bonito pintado, mas é muito melhor do que pichações.

Por esses motivos, os pichadores logo aprendem que aquele muro não é um local adequado para seus propósitos (distribuir informação) e que estão apenas torrando dinheiro. E alguns, presumivelmente mais inteligentes se é que o termo se aplica, desistem.

Esta é uma tática que se mostrou efetiva. Ela requer um investimento razoável no início, mas que decresce com o tempo até, de fato, se tornar mais econômica do que pintar o muro com um período grande (anualmente, por exemplo). E há a satisfação adicional de estar destruindo o trabalho de imbecis.

Onde este método não se aplica, pode-se contratar um franco-atirador, posicioná-lo no telhado e dar instruções para atirar no primeiro engraçadinho que aparecer com uma lata de spray.

Flickr e processamento

Há pouco tempo, acessar um website era algo simples do ponto de vista de processamento. Qualquer processador dava conta de praticamente todos os sites, desde que não tivesse um aplicativo Java mais complexo.

Pois o Flickr, provavelmente o aplicativo web mais bem bolado dos últimos tempos, abusa dos processadores. Ao acessar uma foto, o uso de processamento do meu navegador sobe consideravelmente. Isto quer dizer que provavelmente o Flickr é um site que não é usável em computadores mais antigos, um precedente interessante para a world wide web...

Questões computacionais-filosóficas a parte, o Flickr é realmente uma aplicativo interessante, que faz bom uso das tecnologias web disponíveis como nenhum outro site comercial já fez. Além disso, presta um serviço que atualmente me parece imbatível no seu nicho. Não entendo como alguém suporta usar o Fotolog, por exemplo.

Na verdade, o Fotolog poderia encontrar seu próprio nicho se aproveitando das peculiaridades do Flickr. "Fotos sem frescura" poderia ser o lema. As páginas do Fotolog exigem pouquíssimo do processador e são menores comparativamente também. Claro que, tratando-se de imagens, o tamanho do código torna-se percentualmente irrelevante, mas como o Google já mostrou em sua interface ultra-simples, cada byte conta. Porém, o caos nos servidores do Fotolog sequer garantem um serviço estável, quanto mais rápido.

Não sei que fim levará o Flickr após a aquisição pelo Yahoo, mas até agora considero-o o estado da arte no armazenamento on-line de fotos. Mal posso esperar pela resposta do Google.

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