Archivos junho 2005

junho 30, 2005

RSS e informação

Um número cada vez maior de pessoas tem se rendido aos RSS, sistema que notifica quando há atualizações (e envia o texto da atualização) em sites e, principalmente, blogs. Mesmo este blog tem RSS.

Porém tenho notado o seguinte: o número de comentários nos posts cai com o aumento de leitores via RSS. E faz sentido. Nos programas de RSS, usualmente se habilita para verificar por atualizações a cada X horas ou minutos. Seja como for, o programa busca a informação e notifica o usuário nesse período, independente do que a pessoa estiver fazendo, independente do interesse da pessoa. Aliado a um fator psicológico que faz com que tenhamos que ver o que há de novo, somos impulsionados a rapidamente ir ler a atualização e voltar ao que estávamos fazendo.

Oras, isso lembra televisão: a informação é enviada quando o transmissor deseja e não quando o receptor quer. O resultado é que há um desalinhamento entre interesse e informação. Antes do RSS, a pessoa tinha que ativamente acessar o blog e isso significava duas coisas: naquele momento, a pessoa não estava fazendo outra coisa e, mais importante, tinha interesse em ler informações.

Não é o caso que as pessoas não lêem em RSS. Elas lêem. Mas é uma leitura mais rápida e o interesse em interagir é menor, exatamente devido ao fato de que ao receber a informação as pessoas não estão, usualmente, com tempo livre ou interessadas. E a menos que seja algo que as interesse pessoalmente, elas não vão fazer uma nota mental para visitar o site mais tarde e ler com calma ou deixar um comentário.

Claro que há casos e casos. Mas ao que parece hoje, um post tem que ser muito interessante para que os leitores via RSS se interessem, leiam e comentem. Ou a informação deve chegar em momentos que coincidam com leitores interessados.

Exemplo: antes de RSS, eu acessava o Slashdot umas três vezes por dia e lia praticamente todos os tópicos novos. Atualmente, recebo via RSS as atualizações. Quando as recebo, me restrinjo a ler os assuntos e de forma muito superficial, me preocupando mais em marcar as mensagens como lidas ou apagá-las para poder voltar ao que eu estava fazendo. Isto é, tenho informação instantânea mas no momento errado.

As suposições acima se baseiam em pessoas, como eu, que deixam seu leitor de RSS aberto enquanto estão trabalhando no computador. Uma possível solução é mantê-lo fechado e só abrí-lo quando houver interesse em realmente ler. Porém isso não funciona, pois hoje assinamos tantos RSS que manter o leitor fechado por algumas horas significa uma inundação de atualizações ao abrí-lo. Com o excesso de informações temos que escolher dar atenção em profundidade para algumas poucas fontes ou pouca atenção para várias. Estamos cada vez mais escolhendo esta última opção.

Por fim, uma previsão sensacionalista que toda boa tese tem que ter: RSS irá matar os blogs.

junho 28, 2005

The Blank Slate 2

A segunda parte de The Blank Slate, do Steven Pinker, trata sobre a guerrilha científica, pseudo-científica e política que envolveram e ainda envolvem a questão de se a natureza humana é de alguma forma definida pela genética ou não. É a melhor parte do livro.

O foco da questão parece ser que os que defendem que o ser humano é totalmente moldável e de maneira alguma tem comportamentos ou predisposições ditados pela genética e moldadas pela evolução, é que se isso for verdade então não temos bases morais para nada e as pessoas bem podem sair se matando por aí sem culpa alguma. Afinal, está tudo nos genes. O medo dos pertencentes a essa facção é que a sociedade se desestruture se as pessoas tiverem conhecimento de que suas vidas não são lá tão divinas quanto elas pensam e que somos, afinal, matéria e apenas matéria. Pior, somos matéria com uma possível pré-disposição à violência, guerra e outras coisas não muito louváveis.

Essa facção conta com integrantes ilustres como Stephen Jay Gould, o que me faz pensar se eles realmente acreditam no que defendem. Seus argumentos possuem muitas frases de efeito e formas de argumentação que mais lembram propaganda do que ciência. É possível que eles não acreditem realmente que o ser humano é totalmente definido pelo ambiente, mas que acreditem, sim, que evidências do contrário devem ser mantidas longe do público e, principalmente, dos jornais. Isso por que pessoas "comuns" tendem a interpretar e generalizar evidências de formas errôneas que, em última análise, acabaram culminando no Nazismo. Eles fazem um contra-ponto consciente por acreditarem que o ser humano não está pronto para ser retirado do seu altar particular.

Apenas para constar: eu tenho total convicção de que somos matéria e apenas matéria, não há um propósito maior em nossas vidas além dos que nós mesmos almejamos e acredito que não começamos como "nobres selvagens". Mas mesmo tendo conhecimento disso tudo, não tenho a menor intenção de sair ferindo e matando pessoas ou desrespeitando tudo e todos em um frenesi auto-destrutivo. Longe de serem mutuamente exclusivas, é possível ter sociedade e auto-conhecimento afinal.

junho 27, 2005

Filmes e séries

Fim de semana de atualização cultural:

Ocean's Twelve. Ainda não entendi metade do filme e tenho a sensação de que não vou gostar quando entender. Até onde consegui acompanhar, nada muito diferente do primeiro mas bem menos original e divertido.

Sky Captain and the World of Tomorrow. Bom filme. Computação gráfica tosquíssima, mas intencional. Robôs gigantes compensaram o problema. É quase como ver a série do Batman dos anos 70, mas melhor.

Madagascar. Exatamente como eu esperava: personagens ruins, enredo fraco mas pinguins psicóticos divertidos que, ainda que não salvem o filme, não o torna um completo desperdício de tempo. A Dreamworks tem tentado compensar o sucesso da Pixar com volume ao invés de qualidade, daí Os Incríveis ser tão bom e Madagascar ser bobo.

CSI Tarantino. O último episódio de CSI desta temporada foi escrito e dirigido por Tarantino (mas o roteiro não é dele). Muito fraco. Há muito mais sangue e cenas de desespero que o normal e nunca a CSI foi tão ineficiente e entorpecida quanto nesse episódio. Também não há novidades em tomadas, fotografia ou mesmo atuação.

Numb3rs. Nova série que mistura CSI com matemática. A história é que um detetive do FBI tem um irmão que é um gênio da matemática e que o ajuda a desvendar crimes. Vi os dois primeiros episódios. Não é ruim, mas também acho difícil que se sustente por mais de uma temporada. Valeu para ver o tal matemático tentando resolver o problema de P=NP.

E revi de relance Matrix Revolutions na HBO. Que filme bem ruim.

junho 24, 2005

The Blank Slate

Adquiri recentemente "The Blank Slate", de Steven Pinker. É o mesmo autor do excelente "Como a mente funciona" e trata sobre a eterna questão de se somos construídos pela genética, pelo ambiente ou por uma mistura entre os dois.

Pinker já parte do princípio de que somos o que somos devido a uma complexa interrelação entre ambiente e genética, mas faz uma revisão histórica bem interessante do conflito entre essas duas frentes e as conseqüencias disso para a política e cultura em geral. Ele nos faz lembrar como pequenas crenças, muitas vezes erradas, sobre como o mundo e nós funcionamos pode levar a políticas que afetam toda a sociedade.

Uma das coisas interessantes no livro são alguns (poucos) relatos sobre gêmeos idênticos. Aparentemente, há casos de gêmeos separados após o nascimento e, informa Pinker, estudos mostram que eles são mais parecidos quando adultos do que se poderia crer inicialmente. E são semelhantes em coisas improváveis, como utilizar o mesmo estilo de roupa ou uma peça em específico. Eu gostaria de ter acesso a esse tipo de estudo. Me parece que se pegarmos duas pessoas ao acaso e procurarmos com afinco, encontraremos muitas coisas em comuns entre elas. Elas serem gêmeas só torna essas semelhanças mais evidentes, de forma semelhante a vermos rostos em padrões aleatórios, mas não sei se podem ser atribuídas à genética idêntica. Por exemplo: é improvável que duas pessoas aleatórias compartilhem o mesmo estilo de penteado, mas é muito provável que compartilhem alguma coisa. Gostaria de saber se o estudos estabelecem itens específicos a serem analisados para, então, comparar estes entre gêmeos e entre pessoas aleatórias, ou se apenas procuram coisas iguais em gêmeos e saiam relatando "oh puxa, como tem coisas semelhantes".

Reluto um pouco em aceitar essas evidências não por que acredito que somos totalmente definidos por nosso ambiente, mas por que isso sendo verdade implica que não somos tão caóticos assim: até mesmo mudanças drásticas no que nos acontece hoje pode não ter relação alguma com o que nos tornaremos no futuro. Aceito que a genética tenha um papel grande na nossa formação, mas não tão grande. Mas acredito que Pinker salientou as semelhanças para seu argumento no momento, provavelmente as diferenças são maiores e mais marcantes do que uma ou outra semelhança que bem pode ser coincidência.

Se for verdade, porém, pode ser reconfortante para pais. Pequenos erros na educação da criança não trarão grandes conseqüências no futuro. Isso significa também que se o filho for um Calvin, não há muito o que fazer para consertar isso...

junho 23, 2005

Sonho de criança

Duas fixações do meu tempo de criança: dinossauros e robôs. Imagino que é uma fixação comum, pois algum tempo depois inventaram vários desenhos animados que tinham como personagens robôs-dinossauros (Dinobots?). Mas aí eu já estava muito velho ou os desenhos muito bobos.

Agora, esse dinossauro-robô eu quero! É do mesmo fabricante do Robo Sapiens e é mais ou menos autônomo, ainda que possa ser controlado por controle-remoto. Possui personalidades, como o Aibo, mas duvido que chegue aos pés da tecnologia da Sony.

É possível comprá-lo na Amazon por cerca de 120 dólares. Em outubro, como o Robo Sapiens, o Roboraptor contará com uma versão "mini".

junho 21, 2005

Luis Fernando Verissimo

Ainda em fase de testes, mas coloquei no ar um novo site sobre Luis Fernando Verissimo. Sugestões e críticas são bem vindas e agradeço se divulgarem em seus blogs.

Essa é a terceira versão que vai ao ar de um site sobre Verissimo. O primeiro foi ao ar há quase 10 anos atrás, período cretáceo da Internet. Na época eu gostava muito dos textos dele e não havia site algum, então resolvi fazer um com meu tempo livre. Que na época era enorme. Este último vai ao ar um pouco por obrigação moral, 10 anos depois ainda há pouquíssimos sites sobre ele e praticamente apenas um razoavelmente decente. E eu tinha todo esse material acumulado e cadastrado que tinha que ir para algum lugar.

Seja como for, também aproveitei e inclui um fórum de discussões para quem gostar de discutir os textos ou a pessoa.

junho 19, 2005

Formula 1

Para os que não querem saber de jogo do Brasil e também não conseguem acessar os dados ao vivo do formula1.com, dá para acompanhar toscamente o que acontece neste site: http://www.sportinglife.com/formula1/popup2/. Acompanhamento volta a volta. Incrível não ter uma transmissão de video em lugar algum.

E para mim toda a confusão no GP de Indianápolis foi complô da Globo para não ter superposição nos seus horários. Malditos.

Viagem no Tempo

Da New Scientist: cientistas argumentam que a mecânica quântica resolve o problema dos paradoxos das viagens ao passado. O argumento é que objetos quânticos, comportando-se como ondas, ao voltarem no tempo, interferem de forma destrutiva (isto é, cancelam-se) com suas contrapartes no passado. Dizem os cientistas que isso significa que não é possível mudar nada no passado, acabando com a diversão de tentar matar um antepassado remoto ou comprar ações da Microsoft no seu início.

O interessante é que há uma história do Super Pateta onde ele volta ao passado e não pode mudar nada por lá. O resultado é que a própria chuva perfura suas roupas e a grama age como lanças (ele não pode mudar a trajetória ou forma de nada). Mas isso vai mais além: você também não poderia respirar, pois exigiria mudança do ar; não poderia nem enxergar, já que isso exige interceptação da luz.

Na "prática", isso significa que você só consegue voltar a tempos onde as ondas se combinem de forma não-destrutiva. E isso corresponde a caminhos no passado que são "consistentes com o seu presente". Seja lá o que isso quer dizer. Para mim, isso cria novos paradoxos: um passado consistente a um passado onde eu volto com intenção de matar um antepassado é um onde minha existência não depende desse antepassado. Pior do que permitir caminhos alternativos que levam a um presente indistingüivel, é que a intenção do viajante parece ter efeito sobre para onde/quando se pode viajar.

O físico israelita Avshalom Elitzur resume bem a história toda: "Time is a very mysterious thing". É isso aí.

junho 18, 2005

Batman Begins

Nada surpreendente, mas Batman Begins é bom. É difícil não tecer comparações com Star Wars, ainda mais com o Qui Go Jin no filme fazendo papel semelhante. Mas não vou. Acho que acertaram na estética e fotografia e até, com certa polêmica, acertaram no ator. O enredo não foge muito do superficial, mas evita alguns clichês clássicos de maneira interessante ainda que caia em alguns muitos outros de maneira lamentável - a maioria envolvendo cenas engraçadinhas que, creio, são culpa dos produtores.

Culpa dos produtores também é a Katie Holmes. Não está ruim no papel, é só que o papel era um tanto desnecessário. O maior problema do filme, mesmo, é que o Batman voa. Não sei se isso ficou tão ruim por causa de Robocop 3, onde deram asas ao Robocop por que não havia mais nada para surpreender o público, ou por que mostra uma tendência de tornar o Batman o senhor das parafernálias e gadgets. O batmóvel definitivamente é evidência para a segunda opção, apesar de ser o melhor batmóvel da série.

Outro problema menor, mas foi uma questão de opção e acho que fizeram essa opção bem, foi o Batman ter uma sociedade secreta por trás do seu treinamento. Na minha concepção, Wayne foi atrás do que sabe por todo o mundo e não teria centralizado seu treinamento em um só local ou pessoa. Mas tudo bem.

Os vilões são bem motivados até. Scarecrow está muito bom, pois achei que ele estragaria o filme. Gotham está diferente, mas interessante. Um tanto Blade Runner. Enfim, creio que é o melhor filme da série e mostra que talvez a DC tenha compreendido qual seu diferencial no cinema: filmes mais sóbrios e sérios que as babaquices da Marvel. Mas tem um longo caminho pra trilhar ainda.

junho 16, 2005

Guia...

Então, O Guia do Mochileiro das Galáxias é filme de TV. Ou teve um orçamento baixíssimo ou simplesmente teve produtores ruins. Só isso explica o roteiro parecer ter sido feito para cortar custos. Duas cabeças? Muito trabalho, vamos mostrar apenas uma por vez. E quem sabe ele perde essa segunda cabeça e o terceiro braço? Isso facilitaria as coisas. Fazer o Marvin em CG? Não, vamos vestir alguém com uma roupa abobada e só colocar ruídos de robô no fundo, funcionou com o C3PO.

Um dos problemas é que o livro não foi exatamente feito para virar filme. Tem muitas narrações e paradas no enredo para explicar coisas totalmente fora do contexto. Isto é um pouco por que veio do rádio a história e, portanto, principalmente a narração tem um apelo forte. Poderia ser a melhor coisa do filme e talvez realmente seja no original. Por motivos que ninguém entende, resolveram que iam dublar as narrações. Com o José Wilker. Não faz sentido algum só dublar partes dos filmes e resolver "regionalizar" o narrador foi uma escolha absurda. O sotaque inglês forte, que acredito que estava presente no original, seria praticamente a alma do filme.

No final, a única coisa que presta são os Vogons. Razoavelmente bem feitos, desde que vistos de perto, caso contrário parecem bonecos muito ruins. As atuações são ruins, a historinha de amor é demente, a direção é tosca. Filme de TV, definitivamente.

Sr. e Sra. Smith é outra história. Muita ação, muitas explosões e muitas piadas rápidas e sarcásticas. Tudo que se pode esperar de um filme com esse nome e com o Brad Pitt e Angelina Jolie no elenco. Não decepciona. O único porém é que o trailer contém as melhores partes do filme e é um tanto enganoso na questão do enredo. Mas isso fica para quem for ver descobrir.

Madagascar vai ter que ficar para outra hora. Está em pré-estréia e apenas dublado. E pelo trailer, uma das piores dublagens já feitas Aguardarei as legendas. Amanhã, Batman Begins.

junho 15, 2005

F***Google

O Google é amado. Não há dúvida disso, tudo que leva o nome Google é visto com admiração não importa o quão miseravelmente falhe. O clima em volta da empresa é sempre de oba-oba e, se perde para alguém em número de fanáticos, é por muito pouco para a Apple.

Eu mesmo gosto muito do Google. Acho que há falhas, problemas de política mas, em geral, o que eles fazem funciona razoavelmente bem se desconsiderarmos o Orkut. O clima de oba-oba é pelo menos parcialmente justificável, mas ainda assim incomoda um pouco. Se uma empresa parece muito boa, provavelmente estamos sendo enganados (aka. boa é a parte de marketing da empresa).

Por isso sempre é bom ver alguma voz se levantando e indo na direção oposta. Essa é a proposta do FuckedGoogle, um blog dedicado a pegar o menor deslize do Google e tornar isso um prenúncio para o fim da empresa. O autor é simplesmente obcecado e possui um ódio patológico pelo Google, o que provavelmente é apenas marketing e uma forma de atrair visitantes. Seja como for, é uma boa fonte sobre o que se passa por trás do arco-íris.

junho 13, 2005

Filmes e críticas

Criticar algo é difícil. A maioria das críticas que faço por aqui são, por sua vez, também criticadas. E usualmente a crítica da crítica não é sobre a crítica em si, mas sim sobre os aspectos sendo abordados. É importante, portanto, especificar exatamente o que se espera de algo para, então, realizar a crítica sob esta perspectiva. Afinal, toda crítica é em virtude de alguma expectativa.

Esta semana pretendo tirar o atraso no cinema e ver alguns filmes. Portanto, já estabeleço o que espero de cada filme para, depois, poder criticar sem que me incomodem. Ou que me incomodem pelos motivos corretos.

Batman Begins: irracionalmente tenho expectativas de que seja o melhor filme de super-heróis já feito. Espero um filme denso, com mais drama psicológico do que cenas bobas de ação. Racionalmente sei que vai ser ação, explosões e diálogos engraçadinhos. Mas ainda assim deverá ser o melhor de toda a atual safra.

O Guia do Mochileiro das Galáxias: espero uma terrível adaptação do livro, com personagens mal caracterizados e um enredo fraco com apenas centésimos do humor original.

Sr. e Sra. Smith: espero ação, explosões e diálogos engraçadinhos. Por que é o tipo de filme para se ter isso em abundância e espero que façam bem feitos. Seria terrível que tentassem qualquer coisa mais profunda que isso.

Madagascar: espero pinguins engraçados. Dos demais protagonistas, não espero mais que pelo menos uma piada engraçada durante todo o filme e decididamente não espero um enredo muito original. E já nem falo mais da computação gráfica, que tem de ser competente apenas.

junho 9, 2005

Adventure Game Studio

Chris Jones acaba de lançar a versão 2.7 do seu AGS (Adventure Game Studio). Muitas correções de bugs e algumas novas funções. O AGS é provavelmente o "gerador de adventures" mais maduro por aí, além de ser bastante simples de usar. Era o que eu estava utilizando para fazer o Dilbert Adventure Game, que parou por inabilidades artísticas e incapacidade de fazer animações decentes. Mas tenho planos de retomar o trabalho quando o doutorado permitir.

Um editor de adventure que está ganhando força é o Wintermute. Não é tão simples de usar, mas tem muitos efeitos e, principalmente, aceita sprites em 3D com animações em tempo de execução. Muito bom.

junho 8, 2005

Nvu

Esses tempos resolvi testar o Nvu, o editor de html baseado no Mozilla. Estou me arriscando a receber flames, mas digo que é pior que o Frontpage. Apesar de ter boa visualização WYSIWYG e um razoável sistema de gerenciamento de sites, ele é incapaz de manter o código intacto, apesar de eu ter desligado a permissão para mexer no código. O Nvu quebra toda formatação que poderia existir e, mesmo mexendo dentro dele, basta gravar para ele mudar tudo de volta para o estilo dele. Pior, algumas tags ele modifica por conta própria: em um site havia um ponteiro para um javascript em outro servidor e o Nvu insistia em mudar a URL para uma local. Está certo que ainda não é uma versão final do produto (está em Previews Release), mas para algo que já se diz no nível do Dreamwever achei muito fraco.

E é incrível como não fizeram nada parecido com o Dreamweaver ainda.

BBS 2

A Wired está com uma matéria sobre a cultura das BBS. Eles a classificam como o início da subcultura. Éramos subculturais e não sabíamos. O destaque é um documentário sobre o movimento que, certamente, nos EUA era muito mais forte do que por aqui.

junho 6, 2005

Apple x86

É oficial: a Apple vai passar a utilizar processadores da linha Intel em seus computadores. É sem dúvida um dos grandes acontecimentos do mundo da computação, pois altera o equilíbrio do mercado de uma forma um tanto abrupta. O MacOS passará a ser concorrência direta e real para o Windows, uma vez que o sistema é considerado "desktop ready", ao contrário das distribuições Linux.

O contrário, é claro, também é verdade: o Windows rodará em máquinas Apple. O efeito disso é difícil de prever, minha opinião é que quem compra um Apple dificilmente vai se preocupar em instalar outro SO, especialmente Windows. O MacOS, hoje, é grande parte do motivo para se adquirir um Apple.

Para a Apple, portanto, é uma grande mudança. Se o processo transcorrer sem traumas, isto é, se não houver problemas de compatibilidade de o MacOS acabar pior rodando em um x86, eles só têm a ganhar. Quem sai perdendo é a IBM, que fabricava os PowerPC's que equiparam os Macs até então. Mas nem devem estar muito tristes, já que a Microsoft resolveu adotar os mesmos PowerPC's para seu X-Box 360 e o mercado de videogame tende a ser muito maior que o mercado da Apple.

Mal posso esperar para instalar o MacOS X (ou XI) nos meus PC's.

junho 4, 2005

Google Sitemap

O Google está testando um substituto pro antigo "robots.txt", chamado Sitemap, que pretende modificar a forma com que sites são indexados em mecanismos de busca.

Quando um mecanismo de busca visita um site, ele antes procura por um arquivo chamado "robots.txt", que pode conter instruções de que endereços dentro do site o mecanismo de busca não deve visitar. Mas não há uma forma de informar que endereços devem ser visitados. Atualmente um bot vai pulando de link em link e, portanto, endereços que não possuem link em lugar algum jamais são encontrados.

A proposta do Google é ter um arquivo XML na raiz do site, contendo informações sobre todos os endereços que devem ser indexados. Informações incluem a URL e outras meta-informações como período de atualização (de forma que o bot saiba quando deve retornar), data da última atualização e prioridades na indexação. Porém, ao contrário do "robots.txt", não há garantias de que as informações contidas no arquivo XML serão utilizadas. Pelo menos não neste momento de testes. O arquivo serve mais como um guia para o mecanismo, uma forma de ajudá-lo a indexar.

Esse arquivo pode ser gerado a mão, mas em blogs e sites com atualizações freqüentes isso é complicado. Blogger e outras ferramentas deverão estar adotando em breve o formato e gerando o arquivo automaticamente, a exemplo do que já fazem para RSS. Para quem usa Movable Type, como é o caso aqui, é necessário criar um template para um arquivo que seja atualizado a cada novo post. Fiz um bastante simples:

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>
<urlset xmlns="http://www.google.com/schemas/sitemap/0.84">
   <url>
      <loc><$MTBlogURL$></loc>
      <lastmod><MTEntries lastn="1"> <$MTEntryDate
format="%Y-%m-%dT%H:%M:%S"$><$MTBlogTimezone$> </MTEntries></lastmod>
      <changefreq>daily</changefreq>
      <priority>1.0</priority>
   </url>
   <MTArchiveList>
    <url>
     <loc><$MTArchiveLink$></loc>   
      <lastmod><$MTArchiveDate
format="%Y-%m-%dT%H:%M:%S"$><$MTBlogTimezone$></lastmod>
      <changefreq>never</changefreq>
      <priority>0.9</priority>
     </url>
   </MTArchiveList>
</urlset>

Basta criar um novo template no MT, colar o código acima e dar um nome para o arquivo como "sitemap.xml". Certifique-se de que a opção de "Rebuild automatically" esteja ligada. Esse template contém o endereço para o blog e para cada entrada dos arquivos. A freqüência de atualização pode ser alterada se o blog é modificado mais ou menos seguido, as possibilidades são: always, hourly, daily, weekly, monthly, yearly, never. Novamente, o bot pode visitar com mais ou menos freqüência do que a especificada, não se trata de ordens expressas.

Também ao contrário do "robots.txt", o mecanismo de busca (ainda) não procura sozinho por esse arquivo. É necessário notificar o Google sobre o endereço do arquivo. Para isso, basta visitar o site do Sitemap - pode-se usar o login da conta de Gmail - e informar o endereço no local apropriado. A vantagem disso é que pode-se saber quando o Google fez visitas ao arquivo.

junho 2, 2005

O Ultimo Teorema de Fermat, de novo

Parece que uma nova solução para o Último Teorema de Fermat foi descoberta, de acordo com artigo na Plus Magazine. O matemático Chandrashekhar Khare teria provado uma conjectura que implica a verdade do Último Teorema de Fermat.

A prova ainda está sendo revista por outros matemáticos, mas se se provar correta terá sido um caminho bastante diferente daquele seguido por Andrew Wiles, o primeiro a obter uma prova para o último teorema de Fermat. Enquanto Wiles dedicou boa parte de sua vida a buscar exatamente essa prova especificamente para o teorema, Khare parece não ter se preocupado diretamente com Fermat e a prova acabou sendo um feliz sub-produto.

Matematicamente, as provas parecem ser também bastante distintas. A conjectura que Khare provou foi a chamada "level-one Serre conjecture", seja lá como é a tradução disso. Wiles, pelo que lembro, tomou o caminho de curvas elípticas, relacionando o teorema de Fermat à geometria. Ou algo assim.

Agora é esperar que Simon Singh escreva outro livro sobre o assunto, a exemplo do seu excelente "O Último Teorema de Fermat".

junho 1, 2005

Paciência

solitaire.jpg
Um jogo que sempre me intrigou é o jogo de cartas que chamamos de Paciência (Solitaire, no seu Windows). É intrigante por que sou incrivelmente ruim nesse jogo. Consigo vencer algo como uma em cada dez ou quinze partidas. A cada partida frustrada eu me pego pensando em algumas questões:
  • Toda partida tem um fim possível com vitória?
  • Se nem toda partida tem um fim, quais as chances de se iniciar com uma partida que está condenada desde o princípio?
  • Ao chegar-se em um beco sem saída, onde nenhum movimento é possível, haveria uma jogada no passado que evitaria isso?
  • Há uma estratégia geral que, em um jogo potencialmente "acabável", garanta a vitória?

Por experiência, tenho quase certeza de que nem todo jogo tem um fim com vitória. Há momentos em que realmente se tranca e, acredito, não há nenhum movimento possível. Porém, há momentos em que há movimentos possíveis mas sou burro demais para vê-los. O problema é distinguir entre os dois tipos de momentos.

Para as outras perguntas eu não tinha a menor idéia e apenas fazia uns cálculos mentais por diversão, dando em nada sempre. Finalmente, hoje, resolvi procurar por respostas. Encontrei algumas. Em um blog de uma matemática encontrei um post com uma breve discussão sobre a segunda das perguntas. A resposta, assumidamente grosseira, é de que cerca de 1 em 500 jogos começam condenados a não ter fim. Como eu não termino 9 em 10, aí está uma prova matemática da minha estupidez.

As outras perguntas continuam sem respostas, porém. Procurando no Google por "Mathematics of Solitaire" descobri uma série de palestras discutindo exatamente esse assunto. Um pesquisador em particular, Persi Diaconis, de Stanford, tem algum interesse nisso. Interessantemente, de acordo com ele não se conseguiu ainda fazer um programa de computador que vença o jogo com regularidade. Não existindo tal programa, não existe um algoritmo e, portanto, não existiria também uma estratégia que garanta a vitória em jogos que podem ser vencidos. Mas isso teria que ser provado.

Saí da pesquisa com mais perguntas que respostas, mas muito mais interessado no jogo que originalmente. Talvez eu deva mudar minha tese e criar um algoritmo que aprenda a vencer o maldito.

Emprego e Blogs

Em artigo do Wall Street Journal, destaque para o crescente número de vagas para empregar pessoas para escrever em blogs. São empresas que desejam utilizar um ou mais blogs para divulgar seus produtos ou a própria empresa.

É uma forma criativa de marketing. Se a empresa vende, por exemplo, sapatos, a pessoa criará um blog comentando sobre notícias do mundo dos sapatos, como talvez alguma pesquisa sobre tipos de sapatos ou formato de pés, sempre relacionando com os produtos da empresa. A idéia é gerar interesse no assunto de uma forma informal ao mesmo tempo que se expõe a marca.

Não é, porém, uma forma de enganação, como o recente caso do governo chinês que pagava um "bajulador" para falar bem da política interna. O blogueiro contratado está explicitamente a serviço da empresa. Na verdade, é uma mistura da função do antigo webmaster com a de assessoria de imprensa.

A Microsoft é uma das empresas que têm utilizado o blog como ferramenta para estreitar suas relações com seu público consumidor, possuindo diversos blogs sobre diversos produtos. Destes, costumo acompanhar o IEBlog, sobre o Internet Explorer.

Pela matéria, o emprego paga bem. Se a moda pegar no Brasil, estou disponível.

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