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agosto 4, 2005

Jogos e Inteligência Artificial

Em uma matéria na Next Generation, uma site dedicado a jogos e entretenimento eletrônico, o produtor da série de RPG's Elder Scrolls, Gavin Carter, fala sobre o uso de Inteligência Artificial no mais novo título da saga. E é impressionante como a área ainda está atrasada nesse aspecto.

Usualmente em RPG's e outros jogos, personagens controlados por computador (os NPC's - Non-Player Characters) utilizam um script para interagir com o jogador. Um script é uma seqüência de regras do tipo "se jogador estiver perto, então ataque" ou "se receber tal item, fale tal coisa". Ainda que se considere tal abordagem como inteligência artificial, a inteligência está nos programadores do personagem, não no personagem em si. Carter saliente que o novo título de sua série contará com personagens dotados de sentimentos como fome, raiva e medo e agirão de acordo com suas necessidades, sem scripts. Não é novidade alguma, The Sims vêm fazendo isso há muito tempo.

Em jargão de IA, estamos saindo de scripts e passando a utilizar agentes reativos. Isto é, os personagens reagem a estímulos externos e internos de uma forma arbitrariamente complexa. Na maioria dos casos, ainda temos regras mas em um nível mais inferior. Ao invés de ter uma regra especificando o que fazer quando o jogador fala com o personagem, pode-se ter várias regras especificando o que o personagem faz quando tem fome, medo ou visualiza o jogador. Estas múltiplas regras são combinadas, permitindo uma grande variedade de ações resultantes. O personagem pode agir de formas diferentes quando interage com o jogador, dependendo da sua trajetória no jogo.

Ainda que interessante, não é nada revolucionário. O próximo passo, e um passo muito mais largo, é passar a utilizar agentes cognitivos e, particularmente, que possam aprender durante o jogo. Um agente reativo não tem suas ações afetadas pelo seu passado, nem sequer aprende com seus erros. Por exemplo, se ele tiver fome e resolver assaltar o jogador, e apanhar sempre, ele continuará tentando. Em ambientes de RPG's, o ambiente é riquíssimo e um prato cheio para que NPC's tentem explorar essa riqueza, detectando regularidades e agindo de forma a maximizar a saciedade de suas necessidades. Um agente cognitivo poderá planejar ações antecipadamente e deduzir fatos de eventos observados. Isto é, estarão sendo verdadeiramente inteligentes.

Claro que não há tal coisa como almoço grátis, o preço que se paga por agentes mais inteligentes é custo computacional. O jogo fica lento ou impraticável. Os programadores vão ter que se virar para tentar fazer códigos muito rápidos para processar toda essa nova carga, mas para isso precisam compreender muitos conceitos de IA. O que pode demorar um bocado.

Podemos até vislumbrar um novo Teste de Turing: um agente será considerado inteligente se jogadores em um RPG não souberem distinguir quando estão tratando com personagens controlados por humanos ou computadores.

7 comentarios

Idéia idiota do dia: anti-teste de turing. Um jogador passa no anti-teste se os outros jogadores não souberem se estão lidando com uma máquina ou com um jogador de verdade.

Mas falando sério... Supondo que sejam implementadas IAs que passem no teste (o que gasta ainda uns bons anos e pelo menos uma revolução na área em termos de técnica), creio que jogos que as utilizem serão fundamentalmente diferentes dos atuais. O jogador terá uma dificuldade incrível em interagir com a máquina, e talvez isso diminua o potencial de divertimento do jogo.

concordo com o thiago, e outra... ate onde eu sei, a definicao de IA para jogos, nao e a mesma que nois aprendemos na faculdade por exemplo. IA voltada para jogos, eh mais a sencacao da realidade, eh meio q uma ilusao para quem esta jogando. temos nos agentes inteligentes, os sensores e os atuadores para fazer essa falsa realidade. entao nao tenho nada contra com a IA que os jogos de hoje possui, nao adianta fazer algo tao futurista e no final das contas o jogo se tornar uma porcaria, complexo d mais.
bom, minha opniao neh :) qualquer coisa me mande email

Uau, um comentário feito durante uma manhã 9 meses depois da manhã do outro comentário! Aproveitando essa bela coincidência aqui vai meu comentário (9 meses depois e numa manhã).

A I.A. em jogos está muito mal tratada, mas qualquer empresa com visão utilizaria um pouco de I.A. no elemento central do jogo pra pelo menos surpreender o jogador sempre e fazer disso uma coisa divertida. Se não for assim, I.A. nunca vai servir pra nada nos jogos!

Bem, venho qui pedir ajuda a vcs, não entendo nada de jogos, mas tenho um amigo que ama e inclusive está fazendo sua monografia baseada em jogos, acho que mais específicamete jogos de IA.
Se alguém pudesse me dar alguma informação, ou alguns sites que falassem mais a fundo sobre, pra eu poer passar pra ele agradeceria muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito mesmo, pode ser até sites em inglês, ñ há problema algum...
Muito obrigada pela atenção de todos.

BESTA

2+2=4-1=3

Na realidade os jogos não perderam na ultilização de IA's, muito pelo contrário penso que tudo é uma questão de costume, os jogos como Call Of Duty entre outros, são considerados "injogaveis" por alguns no entanto existem milhares de pessoas no mundo todo que o jogam e como eu já o zeraram inumeras vezes.

A jogabilidade é algo muito relativo, esses jogos que usaram a IA mais avançada não seram em um número tão grande e provavelmente deverá ser uma nova edição de um jogo já existente, fora que as pessoas que o usam já estou acostumadas com seus niveis de dificuldade.

A idéia é torna esse sensação de ilusão o mais real possível, e dá aos jogadores um desafio maior que a sensação relação homem máquina, sou super a favor disso sim, e principalmente tem mercado, mesmo por que não creio eu seja a única a gosta de desafios...^^

Sobre esta entrada

Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el agosto 4, 2005 4:50 PM.

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