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setembro 22, 2005

Hanyu

Mandarin não é tão impossível quanto eu imaginava. Entre as coisas que assustam está o fato de haver quatro tons para pronunciar sílabas. O primeiro tom é "reto" e longo. O segundo é um crescendo. O terceiro tem uma queda e uma subida. O quarto é seco, decrescente e rápido. Mas nós temos tons em nossa língua também: um ponto de interrogação no final de uma frase indica que o final da frase deve ser pronunciado como no segundo tom do mandarin, um crescendo. Tenho certeza que esse não é o único caso.

O problema é que o tom altera o sentido da palavra. O exemplo clássico é "ma". Se for pronunciado em primeiro tom ("mááá"), significa mãe. Se pronunciado em terceiro tom ("mAaÁ") significa cavalo. Em segundo tom ("maÁ") significa maconha. O que torna todas conversas utilizando essas palavras juntas muito interessantes. Mas nós também temos nossos acentos que bem podem mudar o sentido de uma palavra, como "pelo" e "pêlo" por exemplo. O contexto resolve a maioria das ambiguidades ao falarmos e assim também é no mandarin.

Há coisas ainda mais fáceis no mandarin quando comparado ao Português. Não há conjugações de verbo, gênero e nem tempo verbal. Então é "o mulher ir festa ontem". A ordem das palavra é meio estranha, porém: "esta coisa chinês como dizer?", querendo dizer "como se chama esta coisa em chinês?".

Enquanto para falar não há maiores complicações (não mais que aprender qualquer outra língua), escrever é outro mundo. Cada sílaba em cada tom possui um caracter específico e poucos tem alguma relação com o significado (ideogramas são raros), exigindo esforços absurdos da memória e coordenação motora. Cada caracter tem uma ordem para ter seus diversos traços desenhados e cada tipo de traço tem um nome específico, através dos quais se procura palavras no dicionário. No momento apenas consigo escrever coisas mais complicadas que números utilizando um alfabeto ocidentalizado chamado "pinyin" (ambos "i" são pronunciados em primeiro tom, aliás), que é bastante recente: 1958. Quase tudo é recente para uma língua que é milenar.

A cultura relacionada à língua é bastante simples. Números extensos são freqüentemente lidos número por número: 1995 não é "mil novescentos e noventa e cinco", é "um nove nove cinco". Não há segunda-feira, terça-feira. É "dia semana 1", "dia semana 2"... E a mesma coisa para os meses. Complicados somos nós.

7 comentarios

Ni-hau pra você! :)

Mandarin é bizarro mesmo. Eu um dia tentei estudar por um desses cursos on-line e ouvi os tais "Máá". Mas é difícil só foneticamente, porque as construções das palavras são bem mais simples que a nossa. Difícil mesmo é o Búlgaro +_+

Minha professora disse a mesma coisa sobre o japonês. Sobre essa coisa de não ter conjugações e tal. Aí aparecem as "partículas". E depois aparecem os "modos de polidez". E aí aparecem os "sufixos verbais". A estrutura gramatical do japonês é toda diferente. Não sei como é com o mandarim, mas vai preparando o espírito pra essas surpresinhas...

E segunda-feira é o primeiro ou segundo dia da semana?

É o primeiro :)

Eu morri rindo lendo esse post... de tristeza... eu já apanho com francês, imagina mandarin, japonês... vcs são loucos! hehehe

Nem me fala, tem prova de proficiência em francês no início de outubro e não tenho estudado nada...

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Esta página contiene una sola entrada realizada por ricardo y publicada el setembro 22, 2005 10:29 PM.

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