Archivos outubro 2005

outubro 30, 2005

Conversor para mp3-player

Vi no shopping Praia de Belas, em Porto Alegre: um conversor de pen-drive para mp3-player. Muito útil para quem investiu em um pen-drive sem mp3-player embutido mas agora deseja ouvir suas músicas. Este da foto é específico para os pen-drive da SanDisk, mas o que vi era "genérico" e aceitava diversos pen-drives, aparentemente apenas limitado pelo tamanho físico para o encaixe. Uma idéia bem interessante, sem dúvida.

outubro 20, 2005

Armas

Aparentemente o maior efeito desse plebiscito pela venda de armas está sendo criar uma cultura de armas inexistente no país. Se antes as pessoas sequer consideravem ter uma arma, hoje já pensam no assunto. O aumento explosivo de venda de munições nas últimas semanas é prova disso - as lojas estão ficando sem estoque já.

Esse é o problema com sociedades. Ao contrário do ditado popular, às vezes não pensar em um problema faz o problema desaparecer. Mas quando não desaparece, é melhor que as pessoas se informem sobre o assunto. Mas informação gera cultura e criar uma cultura sobre armas pode não ser o que um país deseja.

Acho que deviam adiar o plebiscito. Tivemos um aumento de venda de armas e munições, deveríamos esperar três meses e verificar o que acontece com a criminalidade. Se a teoria de que mais armas é bom, veremos uma redução no crescimento de crimes. E então poderemos tomar uma decisão realmente informada.

outubro 18, 2005

Poemas de Marvin

Poemas sobre a noite. Por Marvin, o andróide paranóide.

Now the world has gone to bed
Darkness won't engulf my head,
I can see by infrared,
How I hate the night.

Now I lay me down to sleep,
Try to count electric sheep,
Sweet dreams wishes you can keep,
How I hate the night.

Extraído de "Life, the Universe and Everything". A única coisa ruim de ter lido toda a série do Guia do Mochileiro é que não posso ler novamente pela primeira vez. Alguém sabe como ficou a versão em português dos versos?

outubro 11, 2005

Cegueira de escolhas

Um interessante artigo sobre um fenômeno chamado "Cegueira de Escolha". O artigo relata um experimento onde aos sujeitos são mostradas duas fotos de rostos e solicita-se que se faça a escolha por um dos dois. Após feita a escolha, mostra-se a foto escolhida novamente e pede-se que a pessoa justifique sua escolha.

O truque é que a foto que é mostrada para que a pessoa justifique não é de fato a foto escolhida. Ela é trocada antes de ser mostrada novamente. Ainda assim, as pessoas justificam sua escolha como se tivessem realmente escolhido aquela foto. Observam na jusitificativa, inclusive, detalhes que não estavam na foto original, como brincos. Apenas 1/5 das pessoas se dão conta de que houve uma troca.

Os pesquisadores chamam isso de cegueira de escolha: uma vez feita uma escolha, a pessoa se apega a ela mesmo que as circunstâncias mudem. O cérebro parece tornar a pessoa cega às mudanças nos fatores da escolha e racionaliza para encaixar o novo fato à decisão já feita.

Evolutivamente, consigo entender como algo assim pode surgir. Tomar decisões é custoso e em geral o mundo não sofre mudanças drásticas, de forma que é uma melhor estratégia, após ter tomado uma decisão, se ater a ela. A suposição é que se a decisão pareceu boa no passado recente, ela provavelmente continua sendo boa - o mundo não é feito de pesquisadores sacanas. Para evitar que a pessoa se paralize com dúvidas, nosso cérebro ameniza as mudanças do ambiente, causando tal cegueira.

Mesmo que tal característica seja justificada pelo nosso passado evolutivo, hoje provavelmente é algo danoso. Acabamos não reavaliando nossas escolhas durante a vida e mudando nossas justificativas apenas para não ter que mudar a decisão. E o pior é que nem nos damos conta disso.

outubro 7, 2005

Dilema do Prisioneiro

Tenho recebido com freqüência um certo spam sobre o desarmamento que acaba com algo parecido com isso: "no dia em que o poder público puder oferecer segurança ao cidadão, serei o primeiro a levantar a bandeira do desarmamento. Mas quero ter certeza que serei o último a entregar as armas."

Isso me fez pensar que o desarmamento é como o dilema do prisioneiro. O dilema do prisioneiro é um jogo amplamente estudado na Teoria dos Jogos e é ilustrado como segue. Dois bandidos são presos pela polícia, colocados em salas separadas e são oferecidas as opções de delatar o parceiro ou não dizer nada (cooperar). Se um deles delatar e o outro não, o que não delatou se dá muito mal, pois é indiciado sozinho pelo crime (pega, digamos, 10 anos de cadeia) e o delator sai livre. Se ambos delatarem um ao outro, ambos se dão um pouco mal mas não tanto (pegam 5 anos de cadeia). Se nenhum dos dois falar nada, são indiciados por um crime menor e pegam algo como 1 ano de cadeia.

O dilema é o que deve cada prisioneiro fazer. O ideal seria ambos não falarem nada, pois ambos pegam uma pena leve. Mas se eu pensar assim e resolver cooperar, meu parceiro pode pensar "ah, ele vai cooperar; se eu delatar saio livre". Assim, o medo de que o parceiro delate impede que qualquer um dos dois coopere e ambos acabam delatando e essa é a escolha mais racional. É o medo da possibilidade de pagar um preço alto que impede que se consiga atingir a melhor das alternativas.

O desarmamento é análogo. Todo mundo pensa que entregaria as armas se houvessem garantias de que todo mundo vai entregar as suas (bandidos inclusive). Mas todo mundo quer ser o último. Ter uma arma quando ninguém mais tem é bom; não ter quando o vizinho tem é muito ruim; ninguém ter é muito bom. Mas é difícil cooperar (entregar as armas) quando há a possibilidade dos nossos parceiros delatarem (não entregarem as armas).

O dilema do prisioneiro, quando jogado na realidade, dá resultados que a teoria dos jogos não prevê e a cooperação ocorre com freqüência. Isso é devido a uma vontade inata, exceto talvez em políticos, de cooperar com o próximo ou pelo menos não fazê-lo se dar muito mal com nossos ganhos. Entregar as armas sabendo que há a possibilidade de que ninguém mais entregue é um exercício extremo de cooperação e confiança que bem pode ser fútil e irracional, para não dizer idiota e fatal, mas é a única maneira de tentar imaginar um mundo melhor no futuro.

outubro 4, 2005

Sony-Ericsson K300i, parte 2

Sou o mais novo feliz proprietário do Sony-Ericsson K300i, depois de um pouco de deliberação. Em uma avaliação rápida preliminar, tenho achado o aparelho bastante bom. Os menus são rápidos, o visor é melhor do que eu esperava para uma tela STN, a qualidade do som é boa e a câmera é uma droga, mas utilizável. Há até um gravador de som que eu não sabia e achei muito útil, só não sei para que ainda.

Celular Sony-Ericsson K300i

Como nem tudo são flores, há pelo menos uma coisa um tanto chata. A câmera faz um barulhão ao tirar uma foto. Não é nem aquela simulação de obturador de câmeras normais, é mais como uma lata sendo amassada. E não há como desligar o tal som, nem colocando o aparelho no modo silencioso. Pesquisando, descobri que há regulamentos em certos países que fazem com que os fabricantes impeçam que o som seja removido. Isso para evitar fotos furtivas. Então toda vez que eu tiro uma foto, o quarteirão inteiro fica sabendo e acaba-se o problema.

A segunda coisa ruim é culpa da Claro. Não consigo fazer ligações, exceto a cobrar. Tampouco consigo enviar mensagens, apesar de recebê-las sem problemas. Eles não tem idéia do que está acontecendo, mas se não derem jeito creio que vou mudar de operadora. A única coisa que me faz ficar com a Claro é que eles não cobram roaming dentro da mesma região. Isto é, eu não pago para receber ligações quando estou viajando para cidades próximas. Mas eu não poder fazer ligações é um fator um tanto pesado contra a operadora.


Update
O problema com a Claro se resolveu, tiveram que desabilitar e reabilitar a linha. Novas impressões sobre o celular: a interface é realmente muito boa, depois que se acostuma com ela, com menus rápidos e intuitivos. O joystick para navegação é fácil de usar, ainda que dê a impressão de que vai ser a primeira coisa a estragar no celular. Os toques polifônicos são bem altos e nítidos, os 40 canais de som ajudam bastante nisso. Envio de e-mails, SMS e MMS são bastante simples, mas o dicionário interno insiste em trocar o acento agudo pelo grave.

A câmera é uma droga, realmente, mas ainda há que se comparar com outras na mesma faixa de preço. Mesmo quando há bastante luz, a foto fica granulada e borrada, especialmente nas bordas. Em condições de pouca luz, ou não se enxerga nada ou, ligando o modo "noturno", se obtém uma granulação absurda. Abaixo algumas fotos exemplificado a situação (clique na foto para abrir a versão em resolução original).

foto 1 - k300i
Foto tirada à plena luz do dia. O centro fica bem focado mas conforme se afasta em direção às extremidades perde-se nitidez. A granularidade também é notável e mais parece uma foto de 256 cores.
foto 2 - k300i
Sob luz artificial, ainda observa-se perda de nitidez em direção às extremidades e alta granularidade.
foto 3 - k300i
Foto em condição de baixa luminosidade. Não há tanta perda de "qualidade" em relação às fotos diurnas, agora a granularidade é esperada, bem como a falta de nitidez devido ao alto tempo de exposição.

Ainda que o celular não sirva como uma câmera para uso constante, no resto ele é bem razoável e com funcionalidades abundantes. A bateria têm durado cerca de uma semana, com uso médio (duas a três ligações por dia, fotos ocasionais).

Update 2: comprei um W800i, qualidade infinitamente superior ao K300i, por um preço finitamente menor.

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